Infecção hospitalar é um dos temas mais
preocupantes para os profissionais de saúde, principalmente quando acomete
pacientes gravemente enfermos internados nas unidades de terapia intensiva.
No dia 16 de abril (quinta-feira), a Amib (Associação de Medicina Intensiva
Brasileira) lançará a sua campanha nacional, que esse ano abordará os “7
pontos chave da Prevenção de Infecção na UTI”. Serão sete meses de
divulgação e trabalhos nas 2.350 UTIs brasileiras através dos médicos,
profissionais de UTIs, familiares e visitantes.
Estudos revelam que 70% dos pacientes
internados nas unidades de terapia intensiva recebem tratamento para algum
tipo de infecção. Nesse ambiente, o risco é de 5 a 10 vezes maior do que em
outros ambientes hospitalares, e pode chegar a representar 20% do total de
casos registrados em um hospital.
Muitos são os fatores que contribuem para o desenvolvimento de infecções. A
Amib elencou sete pontos importantes que devem ser observados no combate à
infecção.
O número 1 é a Higienização das
Mãos. Essa é a principal medida de prevenção de infecções relacionadas aos
cuidados de saúde. Infelizmente, a taxa de adesão a esse ponto chave é muito
baixa, chegando apenas a 70% nos centros que apresentam os melhores
resultados. Em 2009, a OMS (Organização Mundial de Saúde) iniciou uma
campanha com foco na lavagem das mãos nos seguintes momentos: antes de
tocar um paciente, antes de um procedimento asséptico (de limpeza), após
risco pela exposição a fluídos corporais, depois de trocar um paciente e
após o contato com as áreas próximas ao paciente.
O Uso Racional de Antimicrobianos
ocupa o segundo ponto chave. Estima-se que de 500 mil a 1 milhão de mortes
ocorram no mundo devido à resistência antimicrobiana. Um fato alarmante é o
crescimento do consumo global de antibióticos no ambiente hospitalar na
última década, que bateu a casa dos 40%. Estudos estatísticos revelam que
se nenhuma mudança ocorrer, em 2050, o mundo registrará cerca de 10 milhões
de mortes associadas à resistência a antibióticos e antimicrobianos,
superando a morte por câncer, por exemplo.
“O uso racional desses
medicamentos na UTI, restringindo-se espectro e duração minimamente necessários,
é a melhor maneira de combater a emergência de resistência no ambiente
hospitalar e, principalmente, nas unidades de terapia intensiva”, alerta o
médico intensivista Dr. Thiago Lisboa, coordenador da Campanha Nacional da
Amib.
O Uso Adequado das Precauções de
Contato com pacientes sabidamente colonizados ou com infecção por patógenos
potencialmente resistentes no ambiente de cuidados intensivos é parte do
arsenal do combate à infecção. O uso de luvas e aventais podem minimizar o
risco de transmissão cruzada (de um paciente para outro) nas UTIs.
O quarto ponto é o Rastreio e
Medidas de Isolamento dos Casos. Portanto, é importante a identificação dos
pacientes colonizados ou infectados com patógenos potencialmente
resistentes para o adequado manejo e emprego de medidas preventivas.
A Vigilância Epidemiológica, o quinto ponto chave, é importante para
conhecer a triagem do risco de desenvolvimento da infecção e para auxiliar
na escolha da melhor opção terapêutica. O tratamento antimicrobiano
empírico inadequado aumenta o risco de mortes dos pacientes com infecções
graves internados nas UTIs.
“O conhecimento da flora microbiológica
associada com infecções nas unidades de terapia intensiva é o melhor
preditor para o sucesso da terapia antimicrobiana”, disse Dr. Thiago
Lisboa.
A Limpeza Adequada do Ambiente também é um fator importante para o combate
à infecção. Isso porque alguns patógenos sobrevivem no ambiente por tempo
prolongado, aumentando o risco de transmissão cruzada e dificultando o
manejo de surtos dentro das unidades de terapia intensiva.
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