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Cálculos não devem ser desprezados na compra da casa própria |
*Reinaldo Domingos
O aumento das taxas de juros do
financiamento imobiliário pela Caixa Econômica Federal, que deve
ocorrer para os financiamentos feitos depois do dia 19 de janeiro, vem
causando preocupação em quem se planejou para realizar esse sonho ainda
este ano.
Contudo, antes de entrar em
pânico é necessário entender o que irá acontecer, sendo que, os
financiamentos do Programa Minha Casa Minha Vida e do FGTS (Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço) não serão afetados com essa alta nas
taxas de juros. Na realidade serão alteradas apenas as taxas nas
operações com recursos da poupança, só valendo para quem tem renda
acima de R$ 5,4 mil.
Veja simulações feitas tendo
como base o SFH (Sistema Financeiro de Habitação) e o SFI (Sistema
Financeiro Imobiliário):
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SHF anterior
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SHF nova
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Valor à vista
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R$ 300.000,00
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Valor à vista
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R$ 300.000,00
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Taxa de juros ao ano
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8,50%
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Taxa de juros ao ano
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9,00%
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Nº de mensalidades
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360
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Nº de mensalidades
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360
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Valor da mensalidade
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R$ 2.285,51
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Valor da mensalidade
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R$ 2.413,87
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Valor total
pago
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R$ 822.784,67
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Valor total
pago
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R$ 868.992,43
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SFI anterior
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SFI nova
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Valor à vista
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R$ 300.000,00
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Valor à vista
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R$ 300.000,00
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Taxa de juros ao ano
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9,10%
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Taxa de juros ao ano
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10,70%
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Nº de mensalidades
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360
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Nº de mensalidades
|
360
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Valor da mensalidade
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R$ 2.439,82
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Valor da mensalidade
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R$ 2.784,67
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Valor total
pago
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R$
1.168.617,17
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Valor total
pago
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R$
1.002.481,20
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Fonte: Associação Brasileira
de Educadores Financeiros (Abefin)
Então, como fica para quem quer
comprar a casa própria este ano? Se essa já for uma decisão, o melhor
negócio sempre é comprar à vista, pois não paga juros e também
tem a vantagem de conseguir um bom desconto na maioria das vezes. Mas,
mesmo assim, alguns cuidados são necessários, principalmente, em
relação aos gastos extras, que são consideráveis, com taxas cartoriais
e bancárias, além de itens como mudança, condomínio e mobília. As
famílias não pensam nestes pontos e aí que se endividam.
Entretanto, pagar à vista não é
a realidade para a maioria dos brasileiros, como segunda opção
recomendo um consórcio para quem não tem urgência em mudar e tem
disponibilidade de uma verba de investimento mensal. Neste caso se
pagará menos e se tiver sorte poderá ser sorteado e ganhar a casa
rapidamente, além de também poder economizar para dar um lance com
economias extras.
Depois destas opções vem o
financiamento, que também é uma opção de compra interessante, o grande
problema é que ao comprar uma casa financiada se firmará um compromisso
mensal. A dica para poupar é fazer uma estimativa dos gastos totais,
avaliar quanto falta para atingir o montante e diagnosticar quanto pode
ser posto de lado por mês para fazer face às despesas.
Também é fundamental ter em
mente que com o financiamento se estará contraindo uma dívida de valor.
Que deverá ser honrada mensalmente e que existem os juros que, somados
ao longo do contrato, podem significar o pagamento de duas até três
casas.
No caso de pagar aluguel, o
financiamento pode ser uma ótima alternativa, deixando de pagar esse
valor sem retorno futuro para pagar a prestação de algo que será seu.
Se a pessoa não pagar aluguel, uma ótima alternativa é guardar o valor
da prestação do financiamento,em qualquer tipo de investimento conservador,
assim, em sete ou oito anos poderá comprar a casa à vista e não pagar
juros. É preciso entender que o dinheiro aplicado rende juros, enquanto
que o financiamento se paga juros.
Um grande problema enfrentado
para a realização do sonho de uma casa própria, são as dívidas sem
valor, aquelas contraídas nas compras de produtos e serviços que muitas
vezes não agregam valor. Estas acabam desequilibrando o orçamento
financeiro mensal e com isso perde o foco no bem de valor que é a casa.
Veja alguns passos para se adquirir uma casa própria:
1. Reúna a família e converse sobre este tema, definindo o lugar, valor
e as reais condições que se encontram.
2. O melhor caminho para adquirir é poupar parte do dinheiro que se
ganha, faça uma simulação em qualquer banco de quanto custaria a
prestação deste imóvel e comece a guardarem um investimento conservador
como poupança, CDB ou tesouro direto.
3. Analise o valor do aluguel que está pagando e se for o mesmo valor
da prestação de um financiamento, poderá ser uma opção financiar o
imóvel.
4. Lembre-se que o financiamento de um imóvel é considerada dívida de
valor, por isso deve ser protegida e garantida antes de sair pagando as
despesas mensais.
5. Cuidado com o valor do imóvel que comprará e veja se o seu valor adéqua-se
a seu verdadeiro padrão de vida, muitas vezes não respeitamos nosso
padrão.
6. Tenha sempre uma reserva estratégica, em caso de qualquer
eventualidade não deixará de honrar este importante compromisso.
7. Caso não esteja conseguindo pagar a prestação da casa própria é
preciso rever imediatamente os gastos, em especial as pequenas despesas
que somadas podem levar uma família ao desequilíbrio financeiro.
8. Nunca se esqueça que um novo imóvel demanda novos custos, como
mobiliário novo, condomínio, taxas de transferência, etc.
9. Outro ponto a ser levando em conta é o custo de vida da região em
que irá mudar, este pode se elevar. Também se preocupe com gastos com
transporte.
*Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da
Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), autor dos
livros Terapia Financeira, Eu mereço ter dinheiro, Livre-se das
Dívidas, Ter Dinheiro Não Tem Segredo, das coleções infantis O Menino
do Dinheiro e O Menino e o Dinheiro, além da coleção didática de
educação financeira para o Ensino Básico, adotada em diversas escolas
do país.
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