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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Política: Com segundo mandato, Dilma acena com reforma política e combate à corrupção




Dilma é primeira mulher no País a se reeleger presidente
Luís Alberto Alves
O PT vai comandar o Brasil por mais quatro anos. Em eleição disputada, a presidente Dilma Rousseff foi reeleita com 51,6% dos votos válidos, derrotando o senador Aécio Neves, do PSDB. O vice-presidente reeleito é Michel Temer, do PMDB. A eleição matemática da presidente só foi definida depois de apurados 98% dos votos às 20h27.
 Com a vitória de Dilma, o PT se consolida como o partido que ficou mais tempo no poder desde a redemocratização. Com o novo mandato de Dilma, serão 16 anos à frente do Palácio do Planalto.
 Aécio Neves teve 48,4% dos votos válidos. O resultado nos estados repete a divisão já consagrada no primeiro turno. Aécio manteve a liderança dos votos no Sudeste, Sul e Centro-Oeste, enquanto Dilma teve vitória expressiva no Norte e no Nordeste. A abstenção registrada foi de 21%, enquanto brancos e nulos somaram 6%.
 Na comparação com o desempenho do primeiro turno, a presidente Dilma obteve mais votos em todas as regiões brasileiras, mesmo naquelas em que Aécio Neves ganhou. O Nordeste deu mais votos à presidente reeleita: ela teve cerca de 72,7% dos votos da região.
O eleitorado maranhense foi o que deu mais apoio à reeleição de Dilma no segundo turno. Ela obteve 78,76% dos votos do estado. No primeiro turno, foi o Piauí que deu mais votos à Dilma. Já Aécio foi novamente o preferido de Santa Catarina, que deu ao tucano 64,59% dos votos nesse segundo turno.
Os votos de Marina Silva foram divididos entre os dois candidatos. Em Pernambuco, onde a ambientalista ganhou no primeiro turno e Aécio teve apenas 5,92% dos votos, a presidente Dilma teve a preferência com 70,20%, mas o tucano ganhou 29,80% do eleitorado. No Acre, que também preferiu Marina, foi o tucano quem levou a melhor – Aécio teve 63,68% e Dilma 36,32%.
                                                                   Reformas
 No discurso feito após a divulgação de sua vitória, Dilma Rousseff prometeu tocar reformas e mudanças no País. Ela deu destaque à reforma política, retomando a proposta de um plebiscito para consultar a população sobre os pontos que deverão ser alterados. Esse plebiscito foi proposto por Dilma em junho do ano passado, como resposta às manifestações populares. O PT chegou a apresentar um projeto (PDC 1258/13) convocando o plebiscito com cinco pontos, mas o texto não avançou na Câmara dos Deputados.
“Entre as reformas, a primeira e mais importante deve ser a reforma política. Meu compromisso é deflagrar essa reforma, que é responsabilidade constitucional do Congresso e deve mobilizar a sociedade por meio de um plebiscito”, disse.
 A presidente eleita também se comprometeu com o combate à corrupção. “Com o fortalecimento de instituições de controle e propondo mudanças na legislação para acabar com a impunidade, que é a protetora da corrupção”, disse.
 Na economia, Dilma disse que vai fazer mudanças para a retomada do crescimento, combaterá “com rigor” a inflação e avançará no terreno da responsabilidade fiscal. Para isso, ela pediu a participação dos setores econômicos. “Quero parceria de todos os segmentos e setores produtivos e financeiros nessa tarefa, que é responsabilidade de cada um”, disse.
                                                                União
Diante de um resultado tão apertado nas urnas, tanto Dilma quanto o candidato derrotado Aécio Neves pediram a união do País. O tucano disse que conversou com Dilma Rousseff depois da confirmação do resultado e disse a ela que considera “prioridade” unir o País em torno de um “projeto honrado”. Já Dilma enfatizou várias vezes no seu discurso que vai optar pelo diálogo e superar as divergências eleitorais. Ela disse não acreditar que o País saíra das urnas rachado.
“Não acredito sinceramente que essas eleições tenham dividido o País ao meio. Entendo, sim, que elas mobilizaram ideias e emoções às vezes contraditórias, mas movidas por um sentimento comum: a busca de um futuro melhor para o País”, disse.
Para Dilma, o “calor” liberado durante essa disputa acirrada deve ser usado como “energia construtiva” de um novo momento no Brasil. “Com a força desse sentimento mobilizador, é possível encontrar pontos em comum e construir com ele a base de entendimento para fazermos o Brasil avançar”, afirmou.

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