Desde final de junho esse tipo de lâmpada deixou de ser fabricada no Brasil |
*Pedro Sega
Lâmpada mais vendida do Brasil na
atualidade, a incandescente de 60 W começa a se despedir do consumidor. Ela não
pode mais ser fabricada no país desde o último dia 30 de junho, em mais uma
etapa do banimento que tirará todas as incandescentes do nosso mercado até
2016, conforme a portaria interministerial nº 1007. O momento é histórico:
seguindo uma tendência internacional, os brasileiros terão que se familiarizar
a novas tecnologias, como as fluorescentes, halógenas e LEDs. As lâmpadas que
compramos vão mudar (para melhor).
Primeiro é necessário entender
por que as incandescentes estão sendo banidas. Desde o século XIX, foi dela o
papel de levar energia às residências de todo o mundo, graças a cientistas
geniais que perceberam a possibilidade de se produzir luz ao passar uma
corrente elétrica por um filamento condutor. Não é exagero dizer que, por cerca
de 150 anos, elas foram um dos maiores símbolos da modernidade e grandes
aliadas do progresso humano. Porém, chegou a hora de se aposentar, pela baixa
sustentabilidade dessas lâmpadas, que transformam aproximadamente 5% da energia
em luz, enquanto 95% perde-se em forma de calor.
Uma nova era começa para a
iluminação. O futuro é das fluorescentes, halógenas e do LED. Chegou o momento
da transição, mas o brasileiro ainda pouco sabe sobre as características,
vantagens e desvantagens de cada tipo de lâmpada. É importante conscientizar a
população e enfatizar que não existe melhor e nem pior nessa comparação, a
finalidade da aplicação definirá qual delas é a ideal para cada pessoa.
As fluorescentes largam na frente
em popularidade. Desde o “apagão” de 2001 elas foram amplamente disseminadas no
Brasil, no primeiro momento em que veio à tona a fragilidade do nosso setor
elétrico e a necessidade de alterarmos certos hábitos. Na época, suas vantagens
chamaram a atenção, como vida útil de 8 mil horas e uma eficiência de cerca de
80% em relação às incandescentes. Outra característica atraente dessa lâmpada é
a variedade de modelos, com uma faixa de preço que vai de R$ 5,00 a R$ 80 nos
dias de hoje.
Não surpreende que as
fluorescentes tenham crescido tanto no Brasil ao longo dos anos, o que é
benéfico em muitos aspectos. Porém, em uma questão crucial, ela fica atrás da
halógena e do LED. Apesar da eficiência energética e maior vida útil comparada
às incandescentes, o que significa redução de gastos e menor agressão ao meio
ambiente, esse tipo de lâmpada utiliza mercúrio em sua composição, um metal
tóxico.
Quase 15 anos após o apagão, com
a preocupação crescente sobre sustentabilidade, outras tecnologias evoluíram a
ponto de competir fortemente com as fluorescentes. Ainda não é comum que uma
pessoa vá ao mercado procurando por lâmpadas halógenas ou LEDs, mas a tendência
é que esses produtos se tornem cada vez mais presentes em nossas vidas
cotidianas.
Também não é usual que se conheça
o significado de IRC, sigla de índice de reprodução de cores, um importante
conceito para especialistas em iluminação. Mas, mesmo que não se domine a fundo os
detalhes técnicos, o consumidor deve saber que esse ponto é uma das grandes
vantagens das lâmpadas halógenas: elas têm mais brilho.
Com um IRC acima de 80, as
halógenas oferecem brilho semelhante ao das incandescentes, aquele amarelo
aconchegante que o brasileiro está habituado, que conforta os ambientes da
casa. Essa característica, combinada a uma economia de cerca de 30% de energia
e um preço acessível (entre R$ 4 e R$ 8) fazem dessa lâmpada uma ótima opção.
Por fim, temos o LED, e por mais
que esta tecnologia esteja cada vez mais difundida no mercado brasileiro, ainda
possui um preço um pouco menos competitivo (de R$ 30 a R$ 60) quando comparado
às incandescentes. Apesar disto, a tecnologia possui diversas vantagens que
valem a pena no final das contas, oferece maior vida útil (até 25 mil horas) e
cerca de 90% de economia de energia em relação às incandescentes. Vale
ressaltar que, a longo prazo, esses números significam também menor gasto
financeiro, já que a sua eficiência reduz o valor da conta de luz e a maior
vida útil representa menos despesas com manutenção e reposição.
A questão é: o que você valoriza
mais? Brilho? Preço? Eficiência? Vida útil? Com base nisso, cada consumidor
pode realizar o melhor negócio para si. Seja qual for a escolha, com essas
novas tecnologias a população e o país estão ganhando. Após tantos anos cumprindo
nobremente sua função, as incandescentes abrem espaço para o futuro.
*Pedro Sega é Gerente de Produtos da Osram
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