Um dos
principais problemas no climatério é a incidência de osteoporose, doença
que afeta e fragiliza a estrutura óssea. Isso ocorre por que a produção de
estrogênio, um dos principais hormônios femininos responsáveis por manter a
saúde do esqueleto com a quantidade adequada de cálcio, cai drasticamente
nesta fase e, consequentemente, há uma perda significativa de massa óssea.
No Brasil, 30% das mulheres acima de 50 anos apresentam este problema.
“Podemos afirmar que a osteoporose é um problema de saúde pública,
especialmente para as mulheres. A cada cinco pacientes, quatro são do sexo
feminino. A reposição hormonal é uma das melhores indicações terapêuticas
para evitar um quadro mais grave, como uma fratura e suas complicações”,
explicou dr. Ben-Hur Albergária, delegado no Espírito Santo da Associação Brasileira
de Climatério (Sobrac).
O tema será um dos destaques do 8º
Congresso Brasileiro de Climatério e Menopausa, promovido de 15 a 17 de
maio, no Centro de Convenções Frei Caneca, pela Associação Brasileira de Climatério
(Sobrac).
No evento, especialistas de todo o País
debaterão o problema e também a sua relação com as cerca de 9 milhões de
fraturas por mês que acontecem em todo o mundo, ou uma a cada três
segundos.
Osteoporose e as mulheres O Estudo Latino-Americano de
Osteoporose Vertebral (Lavos), que contou com a participação de seis países
da América Latina, mostrou que uma a cada três mulheres após os 50 anos
desenvolve osteoporose, com chances de se fraturar, especialmente nas
vértebras, punho ou fêmur.
“As conseqüências das fraturas
também merecem atenção. Para se ter uma ideia, uma em cada quatro pessoas
que fraturam o fêmur perdem definitivamente a independência, com limitação
importante para locomover-se e mesmo para realizar as tarefas diárias. No
primeiro ano após a fratura, 25% delas morrem em decorrência de
complicações, como trombose e pneumonia, entre outros”, alertou o
especialista.
O estudo norte-americano do Women's
Health Initiative (WHI), de 2002, avaliou os riscos e benefícios da Terapia
de Reposição Hormonal na menopausa em mais de 16 mil mulheres, confirmando
que o tratamento reduz significativamente o risco de fratura. Segundo dr.
Ben-Hur, tanto o estrogênio isolado quanto a sua combinação com a
progesterona possuem um resultado benéfico para os efeitos do climatério.
Prevenção e sintomas As medidas gerais não-farmacológicas
para aliviar os sintomas e até mesmo ajudar a prevenir consistem em aumento
da ingestão de alimentos ricos em cálcio (se não for adequada, o médico
pode recomendar uma suplementação), uso de vitamina D para ajudar na
absorção do nutriente e incorporar adequadamente ao organismo, atividade
física regular, assim como evitar – e até mesmo abolir – o tabagismo e o
álcool.
8º Congresso Brasileiro de
Climatério e Menopausa
São esperados mais de mil médicos
e convidados de todo o País, para discutir os aspectos que envolvem o
climatério. Serão duas salas simultâneas, que debaterão risco
cardiovascular, associação entre hormônios e câncer, osteoporose,
anticoncepção da mulher próxima da menopausa, bem como a fertilidade dessa
mulher, entre outros.
Outro
destaque do evento será o lançamento do novo Consenso Brasileiro sobre
Terapia Hormonal, elaborado por especialistas de todo o país, sob a
coordenação da SOBRAC. “Embora esta área da medicina esteja evoluindo muito
nos últimos anos, infelizmente grande parte da população ainda vive sob o
estigma de que a terapia de reposição hormonal traz riscos imensos à saúde,
sem conhecer os seus reais benefícios e indicações”, explicou dr. Luciano
Pompei, vice-presidente da Associação Brasileira de Climatério - Sobrac.
O consenso, segundo o dr. Pompei, será uma
forma efetiva de orientar o especialista, para que este também se sinta
mais seguro para expor à sua paciente a melhor terapia para o seu caso,
tendo em mãos a posição oficial da Sobrac, além de informações sobre riscos
e benefícios.
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