O País
teria um gasto adicional anual de R$ 430 milhões nas despesas com saúde
pública se todos os carros rodassem apenas com gasolina. Caso os veículos
circulassem com gasolina aditivada com 25% de etanol anidro, sem o etanol
hidratado utilizado nos carros flex, esse adicional seria de R$ 280 milhões
por ano. Já num terceiro cenário em que fosse mantido o mesmo nível de
participação de etanol observado em 2009, de 31% da matriz nacional de
combustíveis, o País, poderia ter uma economia adicional de R$ 68 milhões
anuais nas despesas com saúde.
A
constatação é do estudo Cenários de mudança no perfil de consumo do
etanol/gasolina e impacto epidemiológico estimado em saúde, de autoria do
pesquisador Paulo Saldiva, médico e professor da faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo (USP), sobre os benefícios para a saúde pública que o uso do
etanol usado como combustível de veículos urbanos pode promover nas maiores
regiões metropolitanas do País.
O estudo
constata que, no primeiro cenário, no qual os veículos usassem apenas
gasolina, o número de internações por problemas respiratórios e
cardiovasculares nos principais centros urbanos do País aumentaria em 9.247
e o de mortes, 1.384. No segundo cenário, com os carros circulando somente
com gasolina acrescida de 25% de etanol anidro, esses números cairiam para
6.553 internações e 856 mortes. Já no terceiro cenário, mantendo-se o nível
de participação do etanol na matriz de combustível em 2009, haveria uma
redução de 505 internações e de 226 mortes por ano.
O professor
analisa a proporção de etanol utilizada para quantificar os impactos no
sistema de saúde, com custos relacionados à morbidade (internações
hospitalares causadas por doenças respiratórias e cardiovasculares) e à
mortalidade. A pesquisa levou em consideração dados de emissões nas regiões
metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre,
Curitiba, Vitória, Salvador e Recife, que concentram mais de 50% da
população brasileira.
O estudo
foi apresentado em audiência pública nesta quarta-feira (28), na Câmara
dos Deputados, em Brasília. A audiência é resultado da mobilização da
Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, que defende a
adoção de medidas para a recuperação da chamada crise do etanol. A pesquisa
completa está no site da Frente, também lançado oficialmente em Brasília
(www.frentedoetanol.com.br)
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