A telefonia celular foi alvo de várias críticas |
Luís Alberto Alves
O ministro das Comunicações,
Paulo Bernardo, destacou nesta quarta-feira (30) uma série de novos direitos do
usuário de telecomunicações, que terão validade a partir de 8 de julho.
Ele
participou, juntamente com o presidente da Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações ), João Rezende, de audiência pública da Comissão de Defesa do
Consumidor da Câmara dos Deputados sobre a qualidade e os valores dos serviços
de telefonia móvel no Brasil. Segundo o ministro, esses novos direitos estão
contidos no regulamento geral de direitos do consumidor de serviços de
telecomunicações, aprovado pela Anatel em março.
Pelas novas normas, as empresas
terão, por exemplo, que permitir o cancelamento automático dos serviços pelos
usuários. “Temos muitas reclamações na Anatel de pessoas que tentam cancelar o
serviço e não conseguem”, disse Paulo Bernardo. “Agora as pessoas vão ter que
poder cancelar diretamente no menu, tanto pelo celular quanto pela internet. As
operadoras terão prazo de dois dias para ligar para o cliente e negociar”,
acrescentou.
Porém, para deputados que
participaram da audiência, esses direitos ainda são insuficientes. O deputado
Márcio Marinho (PRB-BA) reclamou que o regulamento não acaba com os contratos
de fidelização do consumidor feitos pelas operadoras de telefonia. Para ele, o
consumidor deve ter liberdade para desfazer o contrato na hora em que bem
entende. O presidente da Anatel, João Rezende, respondeu que o consumidor pode
cancelar o contrato, mas, se tiver ganhado aparelho com o contrato de
fidelização, terá que pagar por ele.
Para o deputado Edinho Bez
(PMDB-SC), o novo prazo de 30 dias para o usuário utilizar os créditos do
celular pré-pago ainda é pequeno. O prazo também está previsto no regulamento
aprovado pela Anatel. “Estamos brigando por 60 dias”, afirmou.
O parlamentar acredita ainda que
o número de antenas de celular instaladas no Brasil é muito pequeno,
prejudicando a qualidade do serviço. O ministro e o presidente da Anatel
pediram que a Câmara aprove a proposta de Lei Geral das Antenas pela Câmara
(Projeto de Lei 5.013/13) para facilitar a instalação.
Preços
O ministro Paulo Bernardo afirmou que o preço médio do minuto no celular vem diminuindo. De acordo com dados apresentados, em 2005, esse valor era de 41 centavos por minuto e, hoje, é de 15 centavos por minuto. “Do total da fatura, 1/3 é de impostos”, acrescentou. Ele reclamou especialmente do alto valor do ICMS sobre o setor.
O ministro Paulo Bernardo afirmou que o preço médio do minuto no celular vem diminuindo. De acordo com dados apresentados, em 2005, esse valor era de 41 centavos por minuto e, hoje, é de 15 centavos por minuto. “Do total da fatura, 1/3 é de impostos”, acrescentou. Ele reclamou especialmente do alto valor do ICMS sobre o setor.
Porém, segundo diversos
deputados, as tarifas são muito superiores às de vários países do mundo. “Mesmo
tirando os impostos, a tarifa ainda é mais elevada do que nos Estados Unidos e
muitos outros países”, salientou o deputado Reguffe (PDT-DF). “No México, é 40
vezes mais barato do que aqui”, acrescentou o deputado Roberto Teixeira
(PP-PE). Ele reclamou especialmente das tarifas do celular pré-pago.
Conforme o ministro Paulo
Bernardo, a política anunciada pelo governo de baixar, a partir do ano que vem,
as tarifas de interconexão entre as diferentes operadoras deverá baixar o
preços das ligações geradas de celulares pré-pago. Ele disse também que a União
Internacional de Telecomunicações (UIT) faz as pesquisas comparativas de preços
considerando os valores anunciados pelas empresas nos sites, não levando em
conta as promoções, que reduzem o preço médio do minuto de ligação. "As
empresas são malas, colocam nos sites valores que são maiores do que na
prática", afirmou.
O presidente da Anatel explicou
que o governo tem competência para regular as tarifas de interconexão e da
telefonia fixa, mas não as tarifas de celular, pois o setor de telefonia é
privado. Ele ressaltou que as tarifas são reguladas por meio da competição
entre as operadoras.
Rezende acrescentou ainda que a agência vem
reduzindo o valor da assinatura básica de telefonia fixa, que não tem
acompanhando a inflação. Segundo ele, de 2005 a 2014, o preço da assinatura
básica caiu em 40% em termos reais.
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