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terça-feira, 29 de abril de 2014

Geral: Estudo aponta que analgésicos podem aumentar arritmias cardíacas



Uso prolongado de analgésicos pode provocar arritmias cardíacas
Luís Alberto Alves

 Por mais inofensivo que pareçam, os analgésicos de venda livre no País têm seu uso diretamente associado a arritmias cardíacas e morte súbita. Um amplo estudo europeu sugere que esse risco aumente em até 80% para casos de uso contínuo ou recente da medicação. Hoje, a fibrilação atrial atinge 2,5% da população mundial e, conforme a idade avança, o problema pode afetar até 10% das pessoas com idade a partir de 70 anos, faixa etária em que mais se usam os antiinflamatórios.

 “É importante estar atento a essa relação porque o antiinflamatório é vendido livremente no Brasil, sem a necessidade de receita médica. Isso faz com que algumas pessoas abusem da medicação ou a utilizem sem estar realmente precisando”, alertou o cardiologista Enrique Pachón, coordenador do serviço de arritmias cardíacas do HCor.

 Para realizar o estudo, os pesquisadores acompanharam por 13 anos 8.423 pacientes com idade média de 69 anos. Foram controlados fatores de risco como pressão arterial, colesterol e tabagismo, entre outros fatores de risco cardiovascular, e ainda assim o risco aumentado continuou sendo registrado em associação ao uso de analgésicos.

 A causa precisa da relação entre arritmias e uso de analgésicos ainda permanece incerta, mas os pesquisadores supõem que efeitos como retenção de fluídos e aumento da pressão arterial possam ser os responsáveis. Ambas as reações adversas das medicações têm comprovada influência no funcionamento cardíaco.

 Além disso, é importante considerar que, quando as pessoas utilizam esses medicamentos, elas o fazem por estar sentindo dor, e a dor é um importante fator de estresse orgânico. Esse estresse altera o perfil hormonal do paciente e o torna mais vulnerável às arritmias. Nessa condição, a arritmia está mais relacionada à dor do que ao próprio medicamento utilizado para controlá-la.

 “Os analgésicos são medicações muito importantes e seguras, desde que ministradas de forma responsável e com indicação médica. Problemas ocorrem quando seu uso é indiscriminado e abusivo”, alertou o Dr. Pachón. O estudo foi realizado na Erasmus University Medical Center in Rotterdam, na Holanda, e publicado no BMJ Open, importante publicação científica internacional.

                                                                     Morte súbita

 O risco estimado de morte súbita entre pessoas com idade até 35 anos é de 0,75 a cada 100 mil homens e de apenas 0,13 a cada 100 mil mulheres, o que representa um risco reduzido. Acima dessa idade, o número se iguala entre homens e mulheres, com 6 mortes a cada 100 mil pessoas. Uma das principais causas da morte súbita é a arritmia cardíaca, que se caracteriza pelas alterações elétricas que provocam modificações no ritmo das batidas do coração. Elas são de vários tipos: taquicardia, quando o coração bate rápido demais; bradicardia, quando as batidas são muito lentas, e há casos em que o coração pulsa com bastante irregularidade, a chamada fibrilação atrial.

 Palpitações, desmaios e tonturas são os sintomas mais frequentes. Pode haver também confusão mental, fraqueza, pressão baixa e dor no peito. Contudo, muitos casos de arritmia são assintomáticos e, como toda doença silenciosa, isso aumenta o seu risco. Nos casos graves, o primeiro sintoma da arritmia é a parada cardíaca, que pode ser fatal. É importante salientar que a arritmia mais frequente relatada nesse estudo foi a fibrilação atrial e que esta arritmia isoladamente tem baixo risco de mortalidade apesar de ser muito incômoda, mas o risco aumenta exponencialmente quando o paciente tem outras patologias associadas como a doença coronariana (infarto), a hipertensão, o diabetes, a insuficiência cardíaca e a presença de outras arritmias mais complexas.


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