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 O
    Facebook poderá ter que pagar R$ 76 milhões por danos morais coletivos,
    caso perca uma ação que acusa a rede social de prática comercial abusiva.
    Proposta pelo Instituto Brasileiro de Direito da Informática (IBDI), a ação
    coletiva se refere ao serviço “Histórias Patrocinadas”, que utiliza a
    imagem e o nome do usuário na publicidade de marcas e produtos que ele
    tenha curtido.  
 
 O caso
    já teve repercussões parecidas no Exterior, onde a empresa precisou
    reformular a forma de tratar o assunto após questionamentos judiciais. Nos
    Estados Unidos, a rede social fechou um acordo para pagar US$ 20 milhões a
    usuários que haviam entrado na justiça contra a ferramenta. 
 
 O
    advogado do IBDI, Sergio Palomares, considera a prática abusiva. “É uma
    violação da privacidade individual de 76 milhões de usuários brasileiros do
    Facebook. Todos viraram garotos-propaganda, mas sem autorização e sem
    cachê”. 
 
 A
    presidente do IBDI, Alyne Andrade, aponta que utilizar o nome e a imagem
    das pessoas com fins comerciais sem remunerá-las vai contra as normas e
    princípios legais que dão proteção a atributos da personalidade humana.
    "Além disso, é necessário primeiro que se obtenha consentimento expresso
    dos usuários para utilização de seus nomes em propagandas",
    acrescentou. 
 
 
 Na ação
    judicial, o IBDI aponta que as histórias patrocinadas são uma forma mais
    agressiva de publicidade, porque quando um usuário visualiza o nome de um
    amigo ligado à determinada marca, ele pode ser influenciado a adquirir
    aquele produto. 
 
 As
    histórias patrocinadas possuem mais visibilidade, porque não são iguais as
    publicidades geralmente vinculadas na internet. O serviço especial de
    publicidade do Facebook cria publicações na linha do tempo do usuário,
    dando a entender que foi a própria pessoa quem compartilhou a imagem de uma
    marca ou serviço. 
 
 “Uma
    publicação de um amigo curtindo um produto é capaz de significar para a
    pessoa alvo da publicidade uma declaração de confiança naquela marca”,
    explicou Palomares. 
Outra preocupação do IBDI é o fato
    de que o Facebook possui uma grande quantidade de usuários crianças e
    adolescentes, que não podem por si próprios dar autorização para uso de
    suas imagens em anúncios publicitários. Atualmente, segundo pesquisa do
    site Consumers Reporter, cerca de 7,5 milhões de membros da rede social são
    crianças com menos de 13 anos - violando até mesmo as normas do site, que
    permite apenas o cadastro de pessoas acima desta faixa etária.
 
"O Facebook teria que notificar
    os pais sobre a utilização dos dados de seus filhos no site, bem como pedir
    diretamente aos responsáveis a autorização para o uso do nome e da imagem
    das crianças em campanhas publicitárias”, concluiu Sergio Palomares.
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