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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Geral: Chuva vai demorar, prossegue calor e 39 cidades terão racionamento de água


Seca do nordeste muda endereço para São Paulo; reservatório da Cantareira sem água

Luís Alberto Caju

 Os paulistanos estão enfrentando um início de ano muito seco. As temperaturas estão mais altas que o normal em todo o Estado. No interior, os termômetros estão com 5ºC acima da média e na Capital paulista com 7ºC. Todo este calor e a pouca chuva já atinge a vida da população. Isso porque a falta de chuva afeta abastecimento de água em São Paulo. Diadema é a primeira cidade entre os 39 municípios da Grande São Paulo que anuncia racionamento de água. Já que o volume recebido nos três reservatórios da cidade é insuficiente para atender a altíssima demanda. O racionamento vai atingir 70% da cidade, com cerca de 406 mil habitantes. O município é abastecido pelos reservatórios da Represa Billings.

 Outras 19 cidades estão com problemas no abastecimento de água. Em Valinhos, Interior de São Paulo, o racionamento já está acontecendo pelo menos duas vezes por semana e quem for flagrado desperdiçando água vai levar uma multa de R$ 336,00. A cidade de Itu está com racionamento desde a última quarta-feira, que será interrompida das 20h às 4h da manhã.

 Estão com racionamento de água as cidades de Sorocaba, Orlândia, Vinhedo, São Pedro, Salto e Porto Feliz. Já o número de cidades que enfrentam crise no abastecimento de água só aumenta e entre elas está Conchas, Morungaba, Pedreira, Serrana, Jaguariúna, Cosmópolis, Artur Nogueira, Campinas, Americana, Sumaré, Altinópolis e São Pedro. E vale lembrar que na última terça-feira (4), o governador Geraldo Alckmin afirmou que não via a necessidade de racionamento de água na Grande São Paulo.

                                                             Doenças respiratórias
 Esta onda de calor que atua no Sudeste desde o final de janeiro até hoje reflete uma condição de bloqueio atmosférico. Este sistema meteorológico é mais comum em meses de outono e inverno e não muito frequente em janeiro e fevereiro. O bloqueio acabou provocando também uma condição meteorológica incomum para o alto verão: ausência de umidade e de chuva no Sudeste. E devido a esta realidade aumentou cerca de 30% o número de pessoas com problemas respiratórios em São Paulo. Tudo isso porque os paulistanos estão enfrentando as altas temperaturas e a baixa umidade do ar.

 O tempo seco e o calor provocam ressecamento de mucosas do nariz, garganta e pele, além de tosse e infecções respiratórias. Os problemas respiratórios são agravados, como asmas, rinite, bronquite e até mesmo enfisema pulmonar. Para evitar estes problemas, é necessário bastante hidratação e umidificar os ambientes. Vale também evitar se expor ao sol das 10h às 16h e usar o protetor solar. Atenção especial com crianças e idosos

 Volta a chover dia 17, porém a chuva esperada não será tão volumosa para a recuperação completa nos níveis dos reservatórios. A pouca chuva e o calor excessivo se dão devido a uma massa de ar seco e quente comanda o tempo em São Paulo. Isso porque temos a atuação de um bloqueio atmosférico que impede o avanço de instabilidade pelo País.

                                                             Corrente de jato
 "Este sistema é composto por ventos no alto da atmosfera, chamados de Corrente de Jato, que ganharam força e impediram que as frentes frias chegassem ao Brasil, e com isso uma grande massa de ar quente predominou nos últimos dias de janeiro” - explicou Patrícia Vieira do Grupo de operações da Somar Meteorologia. Assim, o Brasil ficou dependendo basicamente da umidade da Amazônia para provocar chuvas - mas sem ventos que carregassem essa umidade pelo País, tivemos chuvas concentradas somente mais no Norte e parte do Nordeste.

 Segundo a Somar Meteorologia, as chuvas começam a ser mais homogêneas a partir do dia 17, quando as frentes frias vão conseguir romper o bloqueio atmosférico. A chuva esperada não será tão volumosa para a recuperação completa nos níveis dos reservatórios, e sim apenas para amenizar a situação atual. “A temperatura não deve cair quando voltar a chover no Estado. Esperamos oscilação, porém o calor vai continuar” - afirmou o meteorologista Celso Oliveira.


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