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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Variedades: Hospital no Jaçanã reúne obras de grandes artistas plásticos


 
Árvore que teria sido plantada pelo escritor Monteiro Lobato no Hospital São Luiz Gonzaga


Luís Alberto Caju

 O Hospital Municipal São Luiz Gonzaga, no bairro do Jaçanã, Zona Norte de SP, e administrado pela Santa Casa de São Paulo, tem característica que o difere do que é tradicionalmente encontrado em instituições médicas. Ele agrega a arte de tratar os pacientes e as artes plásticas, e o histórico de ter sido o berço do trabalho de grandes médicos da medicina brasileira, tudo em um só lugar.

Ao seu redor existe enorme área verde, além de ser  possível ver arte em diversas partes de sua estrutura. Na Pediatria, por exemplo,  médicos e pacientes que por lá circulam podem apreciar a existência de duas grandes obras pintadas nas paredes. Elas são de autoria do famoso pintor ítalo-brasileiro Alfredo Volpi, datadas de 1949. Chamam a atenção pelo estilo abstrato geométrico adotado por Volpi em suas obras.

 À época, o São Luiz Gonzaga havia passado de leprosário a um importante centro de tratamento de tuberculose e, o que se sabe, é que muitos artistas passaram pelo Hospital para colaborar a seu modo com alguma coisa. Volpi, inclusive, não foi o único pintor que expressou sua arte, Aldo Bonadei deixou como herança uma linda pintura retratada na parte superior de três paredes. Os dois faziam parte do grupo Santa Helena, criado em 1935 por artistas que atuavam em São Paulo.
Pôr do sol visto de um banco de jardim no hospital

 Na parte externa do Hospital o destaque é um mosaico feito num enorme painel cuja autoria é de Samson Flexor. O artista romeno utilizou pastilhas de vidro para realizar a obra. Em 2010, o filho do artista visitou as instalações do hospital para recordar da obra do pai. Um projeto de centro cultural chegou a ser discutido ainda naquele ano, contudo, não foi para frente.

 O Hospital ainda conta com outras obras em seu interior. Há duas grandes pinturas, também feitas em paredes, que não possuem assinatura. O diretor técnico do São Luiz Gonzaga, Dr. Norberto Kodi, diz que, durante a restauração das obras, foi cogitado que elas poderiam ser de autoria de Tarsila do Amaral. "Recebemos a visita de historiadores e estudiosos da arte para nos ajudar a entender de quem são as duas obras misteriosas, mas ninguém soube dar certeza de quem era o autor. Pelos traços e formas da pintura, acreditamos que seja de Tarsila do Amaral", explicou.

 Além das supostas obras de arte feitas por Tarsila do Amaral, há também a suspeita de que Monteiro Lobato, o famoso autor de Sítio do Pica-Pau Amarelo, plantou uma árvore nos jardins do Hospital para agradecer pelo atendimento prestado aos seus filhos, vítimas do surto de tuberculose na época. "Há histórias de que ele e os filhos teriam se tratado aqui e, para agradecer, resolveu plantar a árvore, mas não temos como comprová-las", explicou Dr. Kodi.
 A árvore existe até hoje dentro das instalações do Hospital.

 Dentre os ilustres nomes da medicina brasileira que atuaram no HMSLG, destacamos o Dr. Emílio Ribas, Dr. Américo Brasiliense, Dr. Álvaro Lemos Torres, Dr. Jairo Almeida Ramos, Dr. Alípio Corrêa Neto e Dr. Euriclydes de Jesus Zerbini. O Hospital Municipal São Luiz Gonzaga
Fundado em 1904, o centenário Hospital é uma das principais Instituições administradas pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.



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