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Crônica: De bem-sucedido ao amargo do ostracismo

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quinta-feira, 21 de março de 2019

Chumbo quente: Se Michel Temer fosse pobre estaria roubando há tanto tempo?




Justiça no Brasil só vale para preto, pobre e prostituta


*Luís Alberto Alves/Hourpress

A prisão do ex-presidente Michel Temer revela o quanto a Justiça brasileira é falha. Como pode, alguém agir criminalmente há 40 anos sem nunca ter sido incomodado pela Polícia? A maioria sabia que Temer estava envolvido com corrupção e nada acontecia. Ele conseguiu chegar à presidência do País, após a retirada de Dilma Rousseff, de quem foi vice.

Se Temer fosse pobre, ladrão pé rapado, “batedor de carteira” na gíria policial estaria há tanto tempo livre? Não! Podem ter certeza que ou já estaria morto ou mofando no xadrez. No Brasil, os mafiosos da linha de frente, ladrão de milhões ou até de bilhões, nunca chegam a sentir o frio de uma cela ou tomar ou famoso banho frio.

Primeiro que o Judiciário brasileiro é corrupto. Dificilmente alguém influente vai para a cadeia. Por causa disto, apenas 0,5% dos 100% da população carcerária é condenado. Milionário contrata escritórios de advocacia famosos e conseguem empurrar a sentença para frente até o processo caducar.

Exemplo disso foi o filho do então bilionário Eike Batista, que atropelou um gari que andava de bicicleta no acostamento de uma rodovia. A vítima acabou se tornando culpada e o “Mauricinho” escapou da cana. Detalhe: ele dirigia a mais de 120 km/hora. Caso o motorista não tivesse pai bilionário aconteceria a mesma coisa?

Nos corredores do Congresso Nacional, desde funcionários da faxina até senadores e deputados sabiam que Michel Temer um dia acabaria atrás das grades. O problema era quanto tempo demoraria em estourar essa bomba. Imagine Michel Temer na França, Inglaterra, Itália ou Estados Unidos. Não escaparia da prisão. Não roubaria durante 40 anos sem nunca acabar incomodado. O problema é que Justiça no Brasil só vale para preto, pobre e prostituta.

*Luís Alberto Alves é diretor de redação do hourpress.com. br e jornalista há mais de 30 anos. Trabalhou nos principais veículos de comunicação de SP. É expert em Política Internacional, Segurança Pública, Economia, Música, Veículos, Gospel Music, Sindicalismo e Meio Ambiente. É grande estudioso de Black Music, arranjador e músico de formação clássica.





quinta-feira, 14 de março de 2019

Massacre em Suzano: Polícia apura participação de terceira pessoa no atentado


Eles pretendiam mostrar que eram tão cruéis quanto os atiradores de Columbine

Agência Brasil

A Polícia Civil está investigando a participação de uma terceira pessoa, de 17 anos, na organização do atentado na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano. Este suspeito era colega de classe do atirador Guilherme Taucci Monteiro, também de 17 anos, e teria ajudado no planejamento do crime. Segundo a polícia, ele estava na cidade de Suzano no momento do ataque, mas não foi até a escola.
O jovem já foi ouvido pela polícia civil, que pediu à Vara da Infância e da Juventude a apreensão do adolescente e espera autorização.
Há um vídeo em que uma terceira pessoa aparece junto com os dois assassinos dias após eles terem alugado o carro usado no atentado. O aluguel do carro foi pago com cartão de crédito.
Pessoas que conviviam com os atiradores disseram à polícia que já tinham ouvido deles referência ao caso de Columbine, nos Estados Unidos, que deixou 13 mortos e 24 feridos em 1999. “Quem ouviu eles falando sobre isso ou não levou a sério ou ficou com medo”, disse o delegado-geral de Polícia Ruy Ferraz Pontes.
O delegado disse também que, até o momento, é uma “presunção” que um dos assassinos tenha atirado no outro e depois se suicidado. A conclusão sobre a morte dos assassinos depende ainda de informações que serão trazidas pela perícia.
De acordo com Pontes, a polícia diz que não há elementos suficientes até o momento que indiquem que o uso da deep web tenha sido determinante para o atentado.
O delegado-geral informou que não está claro ainda se a morte de Jorge Antonio de Moraes, tio de Guilherme, foi motivada por vingança, já que ele chegou a contratar o sobrinho para trabalhar em sua empresa, mas teve que demiti-lo por causa de pequenos furtos.

Motivação

O delegado-geral afirmou que os jovens queriam reconhecimento dentro da própria comunidade e publicidade na mídia. De acordo com Pontes, eles pretendiam mostrar que eram tão cruéis quanto os atiradores de Columbine. 
“A motivação tem mais um caráter pessoal, de reconhecimento por parte da comunidade, da sociedade deles. Eles não se sentiam reconhecidos, e copiaram, e isso nós já temos materializado [em depoimentos], eles queriam demonstrar que eles podiam agir, como aconteceu na escola em Columbine, com crueldade e com caráter trágico para que eles fossem mais reconhecidos”.
O delegado-geral ainda minimizou a hipótese de que um suposto bullying sofrido pelos jovens tenha motivado o massacre. Pontes ressaltou ainda que não foi encontrado, até o momento, nenhum indício de que eles planejassem fazer ataques em outras escolas.
“Todo material colhido não demonstra que eles fariam ou tentariam fazer ataques em outras escolas. Não demonstra que eles teriam contato com outras pessoas que estivessem encarregadas de fazer ataques em outras escolas”, disse.
Perícia feita pela Polícia Civil no carro em que chegaram dois jovens armados e encapuzados que invadiram a Escola Estadual Professor Raul Brasil e disparam contra os alunos, em Suzano, São Paulo.
Perícia feita pela Polícia Civil no carro em que chegaram dois jovens armados e encapuzados que invadiram a Escola Estadual Professor Raul Brasil e disparam contra os alunos, em Suzano (SP) - Rovena Rosa/Agência Brasil

Massacre em Suzano: Governo de SP promete indenização de R$ 100 mil


Segundo Doria, a indenização deve ser paga em até 30 dias

Agência Brasil
O governo paulista criou um comitê executivo para viabilizar o pagamento de indenização aos familiares das vítimas do atentado ocorrido na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo. O governador do estado, João Doria, disse que o valor da indenização será definido pela Procuradoria-Geral de São Paulo e deve ser de aproximadamente R$ 100 mil para cada familia.
Segundo Doria, a indenização deve ser paga em até 30 dias. “Até 15 de abril o pagamento será feito às famílias dos cinco jovens e das duas auxiliares de ensino da Escola Raul Brasil, em Suzano.”
O governador de São Paulo, João Doria, fala à imprensa após reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
O governador de São Paulo, João Doria, durante entrevista coletiva - Valter Campanato/Agência Brasil
O comitê executivo será formado por integrantes da Procuradoria-Geral do Estado, as secretarias da Educação, Segurança Pública e Assistência Social, além de membros da Defensoria Pública.

Explicações

O governador João Doria disse, por meio de nota, que a medida não tem como propósito “compensar as vidas perdidas”, mas para que as famílias não enfrentem “burocracia e processos lentos para terem acesso aos recursos”.
O comitê será oficializado por um decreto, a ser publicado amanhã (15), no Diário Oficial. O texto prevê que o grupo determine, no prazo máximo de 30 dias, os valores que serão pagos pelo governo estadual aos familiares das vítimas.
Serão indenizadas as famílias dos cinco alunos e duas funcionárias mortos dentro da escola, por ser um ambiente público, de responsabilidade da Secretaria de Educação.
O governador ressaltou que essa indenização não será condicionada, ou seja, a família vai recebê-la sem precisar assinar um documento abrindo mão de abrir processo contra o estado mais tarde.
Família, amigos e estudantes participam do funeral coletivo das vítimas mortas em um tiroteio na Escola Raul Brasil em Suzano, Brasil 14 de março de 2019. REUTERS / Ueslei Marcelin
Família, amigos e estudantes participam do funeral coletivo das vítimas mortas em um tiroteio na Escola Raul Brasil em Suzano (SP) - Reuters/Ueslei Marcelino/Direitos reservados
“O governador São Paulo tomou a decisão independentemente de qualquer recurso judicial, de qualquer nível de pressão. É uma decisão que tomamos. Amanhã (15) ela será publicada no Diário Oficial”, disse o governador, acrescentando que “cada família poderá tomar sua decisão. Se ele preferir demandar judicialmente o estado, ele está dentro dos seus direitos”.

quarta-feira, 13 de março de 2019

Massacre em Suzano: É grave o estado de saúde de dois dos sete feridos em escola

Polícia faz perícia no carro usado pela dupla que matou estudantes na escola em Suzano (SP)

Um deles, em estado gravíssimo, foi socorrido, mas não resistiu


Agência Brasil

Sete feridos pelos dois atiradores que invadiram a Escola Estadual Raul Brasil na manhã desta quarta-feira (13), em Suzano, foram encaminhados para hospitais da região. De acordo com o governo estadual, dois destes feridos foram levados ao Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes. Um deles, em estado gravíssimo, foi socorrido, mas não resistiu. O outro ferido está em estado grave, mas estável e em avaliação médica. A identidade das vítimas não foi informada.
Para o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), foram levados cinco feridos: dois deram entrada em estado grave, e um deles não resistiu. Os outros três estão estáveis.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo destacou dois psiquiatras e um psicólogo para prestar atendimento às famílias e aos demais envolvidos na ocorrência. Os psiquiatras e o psicólogoa atuarão em conjunto com a equipe do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Suzano.

Massacre em Suzano: Famílias de mortos são atendidas em centro de acolhimento


Está sendo oferecido às famílias um velório coletivo no ginásio Arena Suzano

Agência Brasil
Os parentes dos cinco estudantes e de dois funcionários da Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, no interior paulista, estão em um centro de acolhimento montado no Bunkio Associação de Cultura Japonesa. Foi ali que eles receberam a notícia de quais estudantes foram mortos por dois atiradores na manhã de hoje (13). Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, eram ex-alunos e morreram após o atentado.
“Esse centro que montamos imediatamente onde estão todos os nossos psicólogos, médicos, enfermeiros, profissionais da saúde, professores de outras escolas, parentes, amigos das famílias. Chamei lideres religiosos para poder dar amparo, carinho e abraço numa situação que é inexplicável”, disse o prefeito de Suzano, Rodrigo Kenji de Souza Ashiuchi. Ele informou que está sendo oferecido às famílias um velório coletivo no ginásio Arena Suzano. Os parentes estão em um local reservado, sem acesso à imprensa.
Ashiuchi informou que no início da manhã estava em Brasília, mas que retornou imediatamente e encontrou um cenário de terror na escola. “Um pesadelo, não só para Suzano, mas para o Brasil, pra educação do nosso país”, afirmou. Ele avalia que o atentado não pode ser entendido apenas como um problema de segurança pública. “Vai além de uma segurança ostensiva nas escolas. É muito a questão de a gente prestar atenção nas crianças, nessa juventude, a questão psicológica, de bullying e outras razões que levam um ser humano a fazer isso”, avaliou.
O pastor evangélico Júlio César Vertulo foi ao centro de acolhida para conversar com famílias. “Viemos dar uma palavra de fé. Eu fui aluno da escola, nossa igreja era próxima daqui”, relatou. Ele conta que acompanhou a comunicação da prefeitura e do governo com as famílias. “Sentaram um por um e foram conversando. É um choque para todo mundo, mas foi processo feito da melhor maneira que a situação permitia”, avaliou.

Massacre em Suzano: Atingido por machadinha, aluno correu até hospital próximo à escola


Em vez de correr para tentar pular o muro, ele correu para a porta onde estavam os meninos


Agência Brasil

O estudante José Vitor Ramos Lemos, 18 anos, que cursa o 2º ano do Ensino Médio, foi atingido por um dos atiradores com uma machadinha. Mesmo ferido, ele correu para o Hospital Santa Maria, que fica a uma quadra da escola.
Aliviada depois de saber que o filho já tinha sido atendido, a dona de casa Sandra Regina Ramos disse que o estudante está bastante abalado. “Ele está chorando muito. A pressão está subindo demais, mas é uma coisa normal porque ainda está muito prematuro. Ele não quer ficar sozinho", afirmou. "Ele me disse: ‘Mãe, não aguento fechar o olho que eu vejo tudo que aconteceu’", relatou a mãe do jovem,.
Tiroteio teria ocorrido dentro da Escola Estadual Prof. Raul Brasil, em Suzano (SP)
Tiroteio na Escola Estadual Prof. Raul Brasil, em Suzano (SP) - Foto: Google Street View/Reprodução
Para a mãe, José Vitor contou que ouviu muitos tiros e correu para o lado errado, indo ao encontro dos atiradores. “Ele me disse que soltou a mão da namorada e saiu correndo. Só que ele correu para o lado oposto. Em vez de correr para tentar pular o muro, ele correu para a porta onde estavam os meninos. Quando ele chegou à porta, um [dos atiradores] segurava a porta e de longe ele jogou a machadinha. Pegou entre o ombro e a cervical [de José Vitor]”, descreveu.
Segundo Sandra Regina, os autores do crime Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, que são ex-alunos da escola, moram perto de sua casa e, provavelmente, os jovens devem se conhecer. “Talvez ele não tenha reconhecido pelo fato de [o atirador] estar de máscara. Geralmente adolescente um conhece o outro”, apontou.

Geral: Massacre em escola de Suzano (SP) deixa 10 mortos




 
Dez feridos foram socorridos em hospitais da região de Suzano (SP)

O mais estranho nesta chacina, é um dos homicidas usar uma besta medieval com flechas

Besta medieval, arma raramente usada em crimes cometidos no Brasil


Luís Alberto Alves/Hourpress

A manhã de hoje (13) foi terrível para os alunos da Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, Grande SP. Dois ex-alunos, Guilherme Taucci Monteiro, 17 anos, que estudou no local até 2018, e Luiz Henrique de Castro, 25, deixaram oito pessoas mortas, incluindo cinco adolescentes do Ensino Médio, duas funcionárias, e o dono da locadora de automóveis Jorge Antonio de Moraes.
Luiz Henrique de Castro (camiseta verde) e Guilherme Tucci, que teria sofrido bulliying quando foi aluno da Raul Brasil


Segundo a mãe de Guilherme, Tatiana Taucci, o filho saiu da escola, onde ficou dois anos, por sofrer bullying. Três dias atrás teria avisado alguns alunos para não se distraírem, que algo grave iria acontecer. O mais estranho nesta chacina, é um dos homicidas usar uma besta medieval com flechas, algo raro em assassinatos cometidos no Brasil.

Este crime mostra o caos das escolas públicas brasileiras. A dupla estacionou um carro branco próximo ao portão principal, entrou sem sofrer nenhum questionamento. De pronto mataram a coordenadora Marilena Ferreira Umezo, que defendia nas redes sociais, os livros como principais armas que todo aluno deveria portar, e Eliana Regina de Oliveira Xavier.

Minutos antes já tinham executado o dono da empresa onde alugaram o carro, Jorge Antonio de Moraes. E seguida passaram a atirar nos alunos que encontravam pela frente. Acabaram alvejados os adolescentes Pablo Henrique Rodrigues, Cleiton Antonio Ribeiro, Caio Oliveira, Samuel Melquiades Silva de Oliveira e Douglas Murilo Celestino. Dez pessoas se feriram e estão internadas em hospitais da região. Quando perceberam a chegada do carro da Força Tática, a dupla se suicidou.
Silmara salvou 50 alunos dos tiros

O número de mortos poderia ser maior, caso a merendeira Silmara Cristina, 54 anos, não tivesse ajudado a esconder 50 alunos no interior da cozinha da escola. Ao ouvir os tiros, ela e demais funcionários fizeram uma barricada com geladeira e freezer e a mesa acabou usada como escudo. Todos os estudantes se deitaram no chão para escaparem dos tiros.

Confira outras tragédias ocorridas em escolas

Em 7 de abril de 2011, Wellington Meneses de Oliveira, 23 anos, matou a tiros 12 adolescentes na Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, Rio de Janeiro, onde ele havia estudado. Oliveira ao ser baleado por um policial cometeu suicídio. Ele era alvo de bullying no local.
Em 20 de outubro de 2017, um adolescente de 14 anos entrou armado na escola Goyases, em Goiânia (GO), e matou dois colegas de sala. O jovem, que foi apreendido, também dizia ser alvo de bullying e usou um revólver da mãe, que é policial militar.
 
Em 5 de outubro de 2017, Damião Soares dos Santos, o vigia de uma creche em Janaúba, norte de Minas Gerais, incendiou o local e matou 10 pessoas, incluindo nove crianças e uma professora. O homem de 50 anos também morreu e, segundo a família, sofria de problemas mentais.
 
Em setembro de 2011, um menino de 10 anos usou a arma de seu pai, policial civil, para balear uma professora, que sobreviveu, e se suicidar logo em seguida. O episódio ocorreu na escola Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul (SP).

Em janeiro de 2003, um ex-aluno entrou em uma escola estadual de Taiúva (SP) e baleou oito pessoas, incluindo cinco estudantes, um caseiro, uma zeladora e uma professora. Apesar de um jovem ter ficado paraplégico, o episódio não teve mortes, a não ser a do próprio atirador, Edmar Aparecido Freitas, 18 anos, que se suicidou. Ele também era vítima de bullying. (LAA)




https://www.youtube.com/watch?v=h6dvd3pLHzI

https://www.youtube.com/watch?v=rtJngrX1Mv8

https://www.youtube.com/watch?v=Lj0gw9uXN9Q

https://www.youtube.com/watch?v=-QlsJGiH394