Justiça no Brasil só vale para preto, pobre e prostituta
*Luís
Alberto Alves/Hourpress
A prisão do ex-presidente
Michel Temer revela o quanto a Justiça brasileira é falha. Como pode, alguém
agir criminalmente há 40 anos sem nunca ter sido incomodado pela Polícia? A
maioria sabia que Temer estava envolvido com corrupção e nada acontecia. Ele
conseguiu chegar à presidência do País, após a retirada de Dilma Rousseff, de
quem foi vice.
Se Temer fosse pobre, ladrão pé
rapado, “batedor de carteira” na gíria policial estaria há tanto tempo livre?
Não! Podem ter certeza que ou já estaria morto ou mofando no xadrez. No Brasil,
os mafiosos da linha de frente, ladrão de milhões ou até de bilhões, nunca
chegam a sentir o frio de uma cela ou tomar ou famoso banho frio.
Primeiro que o Judiciário
brasileiro é corrupto. Dificilmente alguém influente vai para a cadeia. Por
causa disto, apenas 0,5% dos 100% da população carcerária é condenado.
Milionário contrata escritórios de advocacia famosos e conseguem empurrar a
sentença para frente até o processo caducar.
Exemplo disso foi o filho do
então bilionário Eike Batista, que atropelou um gari que andava de bicicleta no
acostamento de uma rodovia. A vítima acabou se tornando culpada e o “Mauricinho”
escapou da cana. Detalhe: ele dirigia a mais de 120 km/hora. Caso o motorista
não tivesse pai bilionário aconteceria a mesma coisa?
Nos corredores do Congresso Nacional,
desde funcionários da faxina até senadores e deputados sabiam que Michel Temer
um dia acabaria atrás das grades. O problema era quanto tempo demoraria em
estourar essa bomba. Imagine Michel Temer na França, Inglaterra, Itália ou
Estados Unidos. Não escaparia da prisão. Não roubaria durante 40 anos sem nunca
acabar incomodado. O problema é que Justiça no Brasil só vale para preto, pobre
e prostituta.
*Luís Alberto Alves é diretor de redação do hourpress.com. br e jornalista
há mais de 30 anos. Trabalhou nos principais veículos de comunicação de SP. É
expert em Política Internacional, Segurança Pública, Economia, Música,
Veículos, Gospel Music, Sindicalismo e Meio Ambiente. É grande estudioso de
Black Music, arranjador e músico de formação clássica.
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