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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Variedades: Rapper MV Bill reconhece a importância da leitura de livros

MV Bill cresceu na periferia do Rio de Janeiro

Luís Alberto Alves

 "Sou uma péssima referência de escolaridade. Estudei até a quinta série. Minha mãe ficava mais feliz quando eu chegava com o dinheiro do trabalho do que com meu boletim." Assim o rapper MV Bill explicou como foi sua relação com a escola quando criança e explicou sua emoção ao ver seu Salão de Ideias repleto de crianças e adolescentes de escolas públicas de Ribeirão e região - cerca de 1.400 pessoas acompanharam o Salão, sendo 800 no estúdio em que MV Bill estava falando e mais 600 em outro estúdio com telão.  Dentro da programação da 14ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão, o rapper falou da sua trajetória no cenário do rap, da situação dos negros no Brasil e de como a educação transforma os seres humanos.

 MV Bill cresceu na Cidade de Deus no Rio de Janeiro (CDD) em uma família de pais separados. Por conta destas dificuldades e pelo bullying que sofria dos colegas, teve de abandonar os estudos e trabalhar com 11 anos de idade. Ele diz que teve todas as oportunidades para seguir o caminho da criminalidade, mas encontrou no RAP sua salvação.

 Segundo Bill, foi através do RAP que ele percebeu que podia ser ouvido e se tornar uma exceção à regra na comunidade que ele vivia. Porém, para isso ele precisou ler. "As pessoas olham os MCs rimando e acham que isso é fácil, que nós temos aquilo de cor na cabeça. Mas isso não é verdade, para rimar é preciso ler." O artista disse que um livro que marcou sua vida foi "O Negro Revoltado",de Abdias do Nascimento, que, por meio de um ensaio, narra a condição do negro no Brasil.

 O início da carreira musical para MV Bill não foi fácil. Ele conta que pediu para ser demitido de um emprego de estoquista.  Sua mãe ficou muito brava por ele ter deixado um trabalho com carteira assinada para produzir um show de RAP do grupo paulistano Racionais MC's no Rio de Janeiro. Ele teve essa ideia para poder abrir os shows da banda e mostrar seu trabalho. Depois disso, Mano Brown vocalista do grupo, chamou o rapper para fazer abertura de diversos shows do grupo, que havia acabado de lançar o disco clássico "Sobrevivendo no inferno". Ele relata que, após o encerramento das apresentações, vendia suas fitas e com o dinheiro desta venda conseguiu capital para gravar seu primeiro disco, "Traficando Informações".

                                                                           Frustração
 Mas o rapper admite que sua trajetória musical e pessoal mudou após o lançamento do documentário "Falcão, Meninos do tráfico", exibido em 2006 pelo Fantástico. Ele relata que a motivação para fazer o documentário foi o próprio RAP, pois ele queria ir além das letras. Com o documentário, Bill acha que nenhuma autoridade pode dizer que não sabe o que acontece nas favelas do País. Ele revela uma frustração porque,  mesmo após participar de fóruns, debates e encontro com políticos, pouca coisa mudou e muitos jovens ainda se perdem no mundo do crime por falta de oportunidade.

 No dia em que a Feira discutiu a condição do negro no Brasil, ele falou do fato de o Brasil ser a maior nação negra fora da África e de como o negro ainda precisa lutar por espaço para ter seus direitos respeitados.  Para MV Bill, as cotas foram um avanço para a nação, mas ele queria também ver filhos de políticos brasileiros frequentado escolas públicas.

 Durante o debate pós palestra, MV Bill foi questionado pelo público porque chamava os negros de pretos. "Eu gosto de falar preto, porque acho mais humano, é como meus amigos me chamam.". Para ele, implicar com o modo de falar é uma hipocrisia,  comparada com o racismo diário a que os negros são submetidos.

 No encerramento, o rapper fez um apelo para as autoridades consultarem os jovens, pois a juventude tem o poder de mudar o País. O rapper ainda elogiou o fato de a Feira do Livro de Ribeirão  querer se aproximar do público jovem e de ter escolhido a África, país de Mandela, como país homenageado. Para MV Bill, "Nelson Mandela deu uma demonstração de humanidade para os seres humanos: ele ficou preso por 28 anos injustamente e, quando se tornou presidente, ao invés de punir, chamou os brancos para juntos com os negros reconstruir o país. Em um mundo em que a vingança é sempre uma alternativa ele preferiu a paz". 

                                                                       Feira Nacional do Livro
 A Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto é realizada pela Fundação Feira do Livro, entidade sem fins lucrativos presidida pelo empresário e cineasta Edgard Castro, com apoio total da Prefeitura de Ribeirão Preto. De 16 a 25 de maio, o evento promove encontro com escritores, conferências, apresentações de música, teatro e dança, oficinas e várias outras atividades culturais, todas gratuitas.

A Feira ocupa três espaços principais. A programação adulta e os estandes para venda de livros se concentram no complexo da Praça XV, que inclui o Theatro Pedro II, a Esplanada, o Palace e as Bibliotecas Altino Arantes e Padre Euclides. As atividades para os jovens acontecem, principalmente, nos Estúdios Kaiser de Cinema. Já a programação para as crianças é desenvolvida no Parque Maurilio Biagi, que também tem estandes de livros. Neste ano, a Feira vai se estender também para o Teatro Municipal e o Teatro de Arena, que ficam no Morro do São Bento, além da sede da OAB-Ribeirão.

A lista de homenageados desta edição traz o poeta Mário Quintana, a escritora Ana Maria Machado, o autor da Educação Darcy Ribeiro e a autora local Ely Vietez Lisboa. O país homenageado é a África do Sul e o patrono, o empresário José Carlos Ferreira. Com exceção do patrono, os homenageados foram escolhidos em votação pela internet.


Variedades: Sá & Guarabyra fazem show gratuito em Guarulhos (SP)



A dupla é autora de inesquecíveis sucessos desde a década de 1970


Redação

 Em parceria com o Sesc, o Teatro Adamastor Centro apresenta show com Sá & Guarabira, neste fim de semana (23) e  (24). No sábado, a apresentação será às 20h, e no domingo, às 18h. Os ingressos devem ser retirados na bilheteria do teatro, uma hora antes de cada espetáculo.  Serão liberados até 2 ingressos por pessoa.

 Sá & Guarabira colecionam sucessos. São 30 discos, milhares de shows e dezenas de trilhas de novelas. A dupla tem mais de 400 músicas gravadas por eles e por cantores de três gerações da música popular brasileira.

 Sob influências de Country Rock, Baião, Xotes, Xaxados e ritmos caipiras de Minas Gerais e São Paulo, Sá, Rodrix e Guarabira eletrificaram as violas caipiras, fundiram conceitos e inauguraram o movimento batizado de “Rock Rural”.

 Em 1974, Zé Rodrix se afastou do trio, e o trabalho prosseguiu com Sá & Guarabira. Com mais de 40 anos de estrada, prêmios, documentários e dissertações de mestrado, Sá & Guarabira continua se reinventando e fazendo a alegria do público.

Serviço: O Teatro Adamastor Centro fica na Avenida Monteiro Lobato, 734, bairro Macedo, Guarulhos (SP).


terça-feira, 20 de maio de 2014

Túnel do Tempo: Voo até Paris sem escalas



Charles Lindbergh viajou direto sem nenhuma escala

Luís Alberto Alves


 Dos EUA a Paris: No dia 20 de maio de 1927 Charles Lindbergh parte de Nova York, no Spirit of Saint Louis, para um voo sem escalas até Paris, onde chegaria 33½ horas depois.

Radiografia de Sampa: Avenida Guapira



A Avenida Guapira fica no bairro do Jaçanã, Zona Norte de SP


Luís Alberto Alves

 Guapira era, originalmente, o nome de um pequeno rio que desaguava no Rio Cabuçu, na divisa entre São Paulo e Guarulhos e, também, identificava toda a região hoje conhecida como "Jaçanã". Desde o início de São Paulo de Piratininga, o "Guapira" era trilhado pelos bandeirantes e sertanistas que seguiam rumo ao "Cabuçu" na antiga Freguesia da Conceição dos Guarulhos e daí, para Mairiporã, Atibaia e Minas Gerais.

 A trilha ou estrada por eles utilizada era, desde aquela época, chamada de "Estrada do Guapira". Na língua Tupi, Guapira significa "começo do vale" ou "as cabeceiras, as nascentes", geralmente de um rio. A história da Avenida Guapira remonta aos séculos XVI e XVII, sendo conhecida como "Estrada do Guapira".

 Já no século XX, ela seria oficializada com esta denominação através do Mapa Oficial da cidade de 1927. Naquela época, ela "começava na Estrada da Cantareira e terminava na Estrada de Vila Galvão". E como "estrada" ela permaneceu até 1961 quando, então, ganhou a denominação de Avenida. Porém em 1971 seu nome mudou para Avenida Dra. Diva Chaves de Faria, mas no ano seguinte voltou a se chamar Guapira, que fica no bairro do Jaçanã, Zona Norte de SP.


Geral: Comissão debaterá dificuldades legislativas para recuperar produtos de crimes

A Justiça encontra dificuldade para recuperar dinheiro que foi retirado da administração pública



Luís Alberto Alves
 A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle promove audiência pública, na quinta-feira (22), para debater as dificuldades legislativas do governo brasileiro na recuperação dos ativos (dinheiro, propriedades, ações) que resultaram de crimes, encontrados no Exterior.
 O evento foi proposto pelo deputado Renato Simões (PT-SP). Ele afirma que o governo brasileiro se esforça no combate aos crimes contra a administração pública e a lavagem de dinheiro. No entanto, “apesar dos esforços empreendidos, existem limitações e dificuldades, no instante de recuperar o dinheiro ao erário público".
 Ele cita como exemplo “o recente episodio do bloqueio de recursos financeiros – produto de crime – encontrados na Suíça e relacionados a superfaturamento e formação de cartel nas concorrências públicas da malha ferroviária e do metro do estado de São Paulo”.
                                                                         Convidados
 Foram convidados para debater o assunto com os integrantes da comissão o secretário de Cooperação Jurídica Internacional da Procuradoria Geral da República, procurador Vladimir Barros Aras, e o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra.


Geral: Proposta amplia caracterização para crime de tráfico de pessoas


O crime organizado trafica mulheres para exploração sexual no Exterior ou mesmo em outras regiões do Brasil

Luís Alberto Alves

 A Câmara analisa o Projeto de Lei 7.370/14, do Senado, que amplia a previsão no Código Penal (Decreto-lei 2.848/40) para o crime de tráfico de pessoas. Pelo texto, comete o crime quem agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir ou comprar para remoção de órgãos, trabalho análogo a escravo, servidão, adoção ilegal e exploração sexual.
 O texto revoga as regras atuais do Código Penal para o tráfico internacional de pessoas, que hoje é caracterizado como crime se acontece para exploração sexual. O projeto também aumenta a pena mínima de 3 para 4 anos de reclusão mais multa. A pena máxima, de oito anos de reclusão, foi mantida.
 O texto é de autoria da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Tráfico de Pessoas do Senado, criada em 2011. “O tráfico de pessoas, que não haja ilusões, existe e atenta contra os direitos de toda a sociedade brasileira”, disse a relatora da CPI, senadora Lídice da Mata (PSB-BA).
 Pela proposta, os presos por tráfico de pessoas só terão direito a liberdade condicional depois de cumprir dois terços da pena, assim como acontece atualmente com presos por crime hediondo, tortura e tráfico de drogas.
                                                                      Vítimas
 As vítimas desse crime devem receber seguro-desemprego, independentemente da regularidade de sua situação migratória. O projeto permite também a concessão de visto temporário ou mesmo permanente se houver colaboração na apuração do crime, com alteração no Estatuto do Estrangeiro (Lei 6.815/80).
 Quem for vítima de tráfico de pessoas deverá ter assistência jurídica, social e de saúde e ser acolhida em abrigo provisório. O texto também ressalta o cuidado com a revitimização de quem sofrer o crime na hora do atendimento e nos procedimentos investigatórios e judiciais.
                                                                      Prevenção
 A proposta também estabelece normas de prevenção e punição para o tráfico de pessoas e medidas de proteção às vítimas desse crime.
 O projeto estabelece a prevenção do tráfico de pessoas com medidas integradas em saúde, educação, trabalho, segurança pública, justiça, turismo, assistência social e desenvolvimento rural. Pelo texto, também deve haver campanhas socioeducativas e de conscientização, a partir de diferentes realidades e linguagens.
 O combate ao tráfico de pessoas será feito seguindo princípios como o respeito à dignidade da pessoa humana, não discriminação e proteção integral da criança e do adolescente. As diretrizes para enfrentar o crime serão, por exemplo, a articulação com organizações governamentais e não governamentais e criação de rede para tratar da questão.
 O juiz poderá decretar a retenção provisória dos bens dos investigados de tráfico de pessoas durante as investigações. Ao dar a decisão final, o juiz definirá o que será feito dos bens, produtos e valores apreendidos.
 Duas propostas (PL 2.845/03 e PL 6.934/13) estão apensadas e estabelecem normas para políticas públicas de prevenção e enfrentamento ao tráfico de seres humanos, além de regulamentar aspectos civis e penais.
                                                                    Tramitação
 A proposta tramita em regime de prioridade e será analisada por uma comissão especial, pois foi encaminhada para ter parecer de mais de três comissões de mérito. Em seguida, seguirá para o Plenário.


Política: Comissão pode votar parecer sobre medidas socioeducativas para adolescentes



A proposta é aumentar a punição aos infratores

Luís Alberto Alves
 A comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a aplicação de medidas socioeducativas a adolescentes infratores (PL 7.197/02 e apensados) pode votar nesta quarta-feira (21) o parecer do relator, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).
 Embora ainda não tenha apresentado seu relatório, Sampaio adiantou, no último dia 9, que seu texto não tratará da redução da maioridade penal. Ele ressaltou que o espírito do parecer é, em vez de reduzir a idade penal, aumentar a punição aos infratores.
 O relatório vai propor alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei 8.069/90), como o aumento de três para oito anos do tempo máximo de internação de adolescentes de 16 a 18 anos que cometerem infrações equivalentes a crimes hediondos.