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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Artigo: Criando novos paradigmas de confiança

 

A confiança não deve dispensar facilidades, assim como complexo não é sinônimo de seguro


André Coutinho/Leandro Augusto
Freepik

Um dos desafios das empresas para a retomada do crescimento na nova realidade e depois da presente pandemia é estabelecer novos paradigmas de confiança. O aumento do rastreamento de dados epidemiológicos e da saúde pessoal provocado pela covid-19 e o crescimento dos meios digitais no trabalho, comércio e serviços durante o período de quarentena e o expressivo aumento de colaboradores em trabalho remoto (home office) expuseram mais as informações dos cidadãos e ampliaram o foco na segurança cibernética. Há mais cuidado e ceticismo. Portanto, é preponderante que a privacidade, mais do que nunca, seja tratada como direito e não artigo de luxo.

O universo virtual e o crescimento correspondente aos riscos de fake everything (falsificar tudo) estão fazendo com que a confiança assuma novos significados e mais importância. Alteram-se os parâmetros em quem, o que e como confiamos. Assim, torna-se necessário prover a validação de produtos físicos e digitais e das cadeias de suprimentos, dando muita ênfase a credibilidade, criando tranquilidade para clientes e colaboradores, com total transparência dos procedimentos de saúde e segurança e processos auditáveis.

Nesse contexto, a adoção dos dispositivos da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor no Brasil, ganha ainda mais importância, assim como o conhecimento do arcabouço legal correlato de outros países e regiões, como o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados da União Europeia (GDPR), considerando que o digital não tem fronteiras. É, ainda, fundamental instituir práticas rigorosas de segurança cibernética para proporcionar mais conforto e confiança aos consumidores e parceiros comerciais na interação com as empresas.

A confiança não deve dispensar facilidades, assim como complexo não é sinônimo de seguro. É pertinente oferecer aos clientes acesso às suas informações e demais direitos previstos em Lei e tratá-las como um ativo para o negócio, com adequado investimento na infraestrutura de proteção de dados.

A credibilidade, segurança e eficácia dos processos são decisivos neste momento tão inusitado da economia. Para isso, as empresas devem avaliar internamente e responder a perguntas cruciais: os colaboradores confiam nos seus empregadores no que tange às decisões de sobre o tratamento de dados e estão colocando a segurança dos funcionários e do trabalho à frente dos lucros?; como estão permitindo mudanças para um gerenciamento baseado em resultados?; o home office continuará?; mostrou-se eficiente, responsável e assertivo por parte dos colaboradores?; há uma cultura inovadora em vigor para capacitar a empresa a encontrar novas maneiras de se adaptar à nova realidade, fomentando a confiança de que ela pode atingir seu propósito e atender bem seus clientes, com segurança e credibilidade?; e os mecanismos de governança são adequados para permitir tomadas de decisões rápidas para adaptação à realidade imposta pela pandemia dentro dos aspectos regulatórios?

A propósito: essas podem não ser questões de múltipla escolha. A maneira como cada empresa as responderá em termos práticos será crucial para determinar como e em que ritmo se desenvolve nos meios digitais e adaptação à nova realidade.

André Coutinho é sócio-líder de Advisory da KPMG no Brasil e na América do Sul e Leandro Augusto é sócio-líder de segurança cibernética da KPMG.

Economia: Paraisópolis, Brasilândia, Pirituba e Parque São Rafael, em São Paulo, estarão na rota desta quinzena do Cate Móvel

 

O cadastro para busca de oportunidade de recolocação profissional só ocorre com a distribuição de senhas


Redação /Hourpress

Arquivo
As unidades do Cate Móvel da Prefeitura de São Paulo estarão em novos endereços a partir desta segunda-feira, 15 de fevereiro, levando à população oportunidades de recolocação profissional, com cerca de 500 vagas regionalizadas para as zonas norte, sul, leste e oeste. As unidades móveis ficam até o dia 26 deste mês nos bairros Paraisópolis, Brasilândia, Pirituba e Parque São Rafael e os interessados precisam retirar uma das 60 senhas diárias, que são distribuídas a partir das 8h30.

"Já foram atendidas mais de 4.000 pessoas no Cate Móvel em dois meses de atividades na capital. O que demonstra que essa ação se faz necessária, principalmente para atender as pessoas que não fazem uso de computador e não têm acesso a tecnologia para usar o nosso canal on-line para se inscrever para os processos seletivos", salienta a secretária de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Aline Cardoso.

Entre as oportunidades disponibilizadas nesta semana está o cargo de agente de vendas com 54 vagas com salário de R? 2.500 para a zona sul de São Paulo. Já para a região oeste há oito posições para zeladores - rendimentos de R? 1.750. O candidato precisa ter experiência e o ensino médio completo.

Quem for da zona leste encontra no Cate Móvel do Parque São Rafael, cinco oportunidades para padeiro com experiência. O ensino médio também está entre os requisitos - salário de R? 1.600.

Para ser atendido no Cate Móvel é necessário levar RG, CPF e carteira de trabalho. Quem não possui a carteira de trabalho, pode baixar o documento pelo aplicativo disponibilizado pelas lojas da Apple Store e no Play Store do Android ou no site do governo federal https://servicos.mte.gov.br/ . No local, os atendentes do Cate orientam a população como baixar o aplicativo.



Serviço

Programação do Cate Móvel

Período: 15 a 19 e de 22 a 26 de fevereiro (não atende aos finais de semana)

Horário: 10h às 16h

Distribuição de senhas: a partir das 8h30

Zona Norte

R. São Gonçalo do Abaeté, 51 - Parque Tietê / Brasilândia

Zona Oeste

Avenida Doutor Felipe Pinel, 60 (Terminal Pirituba)

Zona Leste

R. Quaresma Delgado, 354 - Parque São Rafael

Zona Sul

Rua Itamotinga, 100, Paraisópolis (Pavilhão Social - G10 Favelas)

Economia: Procura por serviços aumenta 63% em 2020, aponta estudo

 

Mais de 4 milhões de pedidos foram realizados no aplicativo no último ano


Redação/Hourpress

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De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de serviços registrou alta de 2,6% em novembro de 2020 e que este foi o sexto mês consecutivo de crescimento. Apesar do setor não ter se recuperado completamente, consumidores têm procurado cada vez mais a digitalização para a contratação de serviços, é o que mostra o levantamento inédito realizado pelo GetNinjas, maior app de contratação de serviços da América Latina, que registrou um aumento de 63% na procura em 2020, em relação ao ano anterior, e que representa mais de 4 milhões de pedidos realizados.

Entre as categorias mais solicitadas que apareceram na pesquisa, estão: Reformas e Reparos, que inclui serviços de pedreiro, mudanças e carretos, eletricista, montador de móveis e encanador; e Assistência Técnica, sendo pedidos relacionados aos serviços de conserto de celular, televisão, geladeira, lava-roupa e notebook.

Para Eduardo L’Hotellier, fundador e CEO do aplicativo, houve uma mudança significativa no comportamento do consumidor e que foi norteada por conta da pandemia. "Com o distanciamento social, as pessoas passaram a ver mais vantagens em buscar serviços digitalmente. Além de prático, o consumidor pode negociar o preço com até quatro profissionais diferentes e ter acesso a avaliações de clientes anteriores", comenta.

Além disso, o estudo mostra que o aplicativo recebeu mais de 600 mil novos cadastros de profissionais, em especial das categorias de Reformas, Serviços Domésticos, Moda e Beleza e Saúde.

O aplicativo possui mais de 500 tipos de serviços que são oferecidos pelos mais de 2 milhões de profissionais cadastrados em todo o Brasil. Para mais informações sobre a contratação de serviços, acesse o site ou aplicativo do GetNinjas.

Artigo: Por que o valor do IPTU e dos imóveis nunca baixará em São Paulo

 

Entretanto, ao limitarmos o crescimento, estamos condenando a cidade


*Luiz Augusto Pereira de Almeida
Arquivo

Embora, devido à pandemia da Covid-19, não haja aumento do IPTU este ano em São Paulo, é importante entender por que o imposto, cujos carnês começam a chegar às residências e empresas, é tão elevado na cidade. É de conhecimento geral que o escasso é caro. Ou seja, tudo que nos falta tem um valor muito maior do que aquilo que é disponível em abundância. Essa regra aplica-se indiscriminadamente, inclusive para os imóveis. Se a oferta de unidades habitacionais é farta, o seu preço tende a cair. O inverso é igualmente verdadeiro.

No Brasil, temos um déficit habitacional de aproximadamente sete milhões de unidades. No Estado de São Paulo, registra-se falta de 1,8 milhão de moradias e na Capital, 475 mil. É, portanto, razoável esperar que políticas públicas privilegiem a produção imobiliária de maneira intensiva e para todos, com o propósito de reduzir os preços.

Entretanto, não é o que temos visto, principalmente na capital paulista, onde os seguidos planos diretores têm restringido essa oferta. O último, de 2014, e seus disciplinamentos supervenientes vão na contramão do conceito de máxima utilização do solo, limitando coeficientes de aproveitamento, gabaritos e criando outras obrigações e restrições que, ao serem aplicadas aos novos projetos, resultam em empreendimentos subdimensionados e caros.

A legislação, ao limitar a produção imobiliária, vai perdendo, terreno a terreno incorporado e construído, a oportunidade de oferecer mais apartamentos, incluir mais pessoas, baratear os imóveis e diminuir os investimentos públicos em infraestrutura. E, o pior, impedindo a própria municipalidade de arrecadar mais. Explico: se num terreno, ao invés de oito andares, fosse possível fazer 20, seriam 12 unidades a mais contribuindo para o IPTU. Multiplique-se isso por centenas ou milhares de terrenos objeto de incorporações e teríamos criado enorme fonte de arrecadação e possibilidades de diminuirmos o valor do imposto de cada proprietário, devido ao maior número de contribuintes.

Entretanto, ao limitarmos o crescimento, estamos condenando a cidade, ano a ano, a concentrar a arrecadação municipal nos imóveis existentes e na subdimensionada produção imobiliária e constatar que o seu valor não deixará de subir. A conta é fácil: menos imóveis, menos unidades para ratear a conta total do IPTU.

É também interessante saber que legislações elitistas como a paulistana, ao impedir um aumento na produção imobiliária nas regiões centrais da cidade e o barateamento de unidades habitacionais, automaticamente convidam a um aumento nas ocupações de periferia, onde as pessoas conseguem imóveis mais em conta. Ocorre que os empregos não estão na periferia, mas sim no centro e bairros nobres, fazendo com que os deslocamentos diários aumentem consideravelmente, exigindo da municipalidade investimentos em infraestrutura, como abertura de novas vias, subsídio ao transporte público, investimentos em metrô e corredores de ônibus, entre outros modais.

Há, ainda, os impactos ambientais e sociais, como consumo de combustíveis, poluição sonora, do ar e estresse das pessoas em horas de deslocamento. E de onde sai o dinheiro para esses investimentos? Grande parte do IPTU. Então, quanto mais impedirmos a ocupação das regiões centrais de São Paulo, mais caros serão os imóveis nessas localidades e mais elevado será o IPTU para financiar investimentos necessários da prefeitura em regiões longínquas, onde inexiste qualquer infraestrutura ou presença do poder público.

Está na hora de repensarmos as normas de uso e ocupação do solo da cidade de São Paulo, para torná-las mais inclusiva. Sem essa providência, o IPTU e o preços de imóveis na capital nunca baixarão.

*Luiz Augusto Pereira de Almeida é diretor da Sobloco Construtora e membro do Conselho Consultivo do SECOVI.

Saúde: Prefeitura de SP começa a vacinar moradores de rua

 

O Programa Consultório na Rua conta com 26 equipes, que levarão as vacinas às pessoas que vivem em situação de rua


Redação/Hourpress

Band UOL
A Prefeitura de São Paulo começou a vacinar, na sexta-feira (12), 2.196 pessoas em situação de rua com mais de 60 anos. A iniciativa foi possível graças às equipes do programa Consultório na Rua, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O início da imunização foi às 8h, no Núcleo São Martinho de Lima, localizado no bairro do Belenzinho, Zona Leste, e os pacientes já demonstravam euforia desde os primeiros minutos.

João Santana tem 63 anos e foi o primeiro morador de rua a ser vacinado na cidade de São Paulo. "Eu me emocionei de ter sido o primeiro a tomar a vacina", relatou. Ele conta que sempre buscou tomar os cuidados necessários para evitar a infecção pelo coronavírus, do uso do álcool em gel até a realização de exames.

Mas não foi somente o recebimento da dose que fez João se empolgar. "Nunca me deparei com esse momento, com câmeras, máquinas fotográficas, microfones…"acrescentou.

A prioridade sobre a vacinação de moradores de rua não veio por acaso. A Prefeitura de São Paulo reconhece a vulnerabilidade dessa população e a necessidade de proporcionar proteção a ela. "É ótimo o que o governo municipal fez em ajudar esse pessoal que mais necessita dos cuidados", opinou João.

Para o enfrentamento da covid-19, durante o período de pandemia, tem sido realizada uma busca ativa de sintomáticos em locais de maior concentração de pessoas em situação de rua e monitoramento dos suspeitos/confirmados, para posterior encaminhamento aos Centros de Acolhida. A distribuição de máscaras de tecido e itens de higiene, incluindo álcool em gel, também tem sido uma ação recorrente durante a pandemia.

O Programa Consultório na Rua conta com 26 equipes, que levarão as vacinas às pessoas que vivem em situação de rua com 60+, através de seus profissionais de saúde. A vacinação será feita das 7h às 19h até que essa população, que já está cadastrada e tem vínculo com o Programa, seja completamente imunizada. Ao todo, cerca de 500 profissionais atuarão na logística utilizando 50 carros para deslocamento e vacinação.

"Contamos com uma longa experiência com este tipo de atendimento, como aconteceu no ano passado, com a vacinação contra o H1N1. Temos o prontuário eletrônico e acompanhamos a vida deste morador de rua, indo ao encontro dele. Normalmente não é ele que se dirige ao equipamento de saúde, são as nossas equipes que vão até ele, tanto para controlar a aplicação da primeira dose, como para dar a segunda", explicou o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido.

Entre abril de 2020 a janeiro de 2021, as equipes dos Programas Consultório na Rua e Redenção na Rua realizaram 182.751 abordagens de pessoas em situação de rua e/ou dependentes químicos, 33.194 consultas médicas e 79.948 avaliações multiprofissionais aos usuários cadastrados no programa.

O padre Júlio Lancellotti, da Pastoral Povo da Rua, também acompanhou a vacinação e elogiou a inicitiva da Prefeitura de São Paulo. "É importante na medida em que nós vamos superando todo tipo de exclusão quando a população em situação de rua também exerce esse direito de receber a vacina", declarou.

Saúde: Redução de carboidrato evita e combate diabetes e doença no fígado

 

Por causa da importância da substância, o corpo reage aumentando sua produção


Redação/Hourpress

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Todo carboidrato é digerido em glicose (açúcar) no corpo humano. Robustas evidências científicas já demonstraram os efeitos danosos ocasionados na saúde das pessoas pelo excesso de açúcar no sangue. Logo, de acordo com médico, diretor-presidente da Associação Brasileira Low Carb (ABLC), José Carlos Souto, uma dieta que tenha como diretriz a redução do consumo de carboidratos é altamente benéfica para o tratamento de diabetes tipo 2, obesidade e síndrome metabólica – uma junção das outras duas doenças, combinada com diversos outros males, como a esteatose hepática (gordura no fígado).

No que se refere ao diabetes tipo 2, uma estratégia alimentar que reduza a ingestão de carboidratos é positiva à saúde porque tal doença é caracterizada pelo excesso de glicose no organismo humano. Souto explica que no diabetes tipo 2 as células se tornam resistentes à insulina, hormônio responsável pelo controle do açúcar no sangue. Por causa da importância da substância, o corpo reage aumentando sua produção, o que acaba por prejudicar ainda mais o seu funcionamento, contribuindo para o descontrole da glicose e seu consequente acúmulo no organismo.

A redução da insulina pela diminuição do consumo de carboidratos também está atrelada ao emagrecimento e tratamento da obesidade. Isto porque outra função do hormônio é sinalizar o armazenamento de gordura no corpo. Nesse sentido, de acordo com Souto, quando a insulina aumenta, o tecido adiposo também tende a aumentar; quando seu estímulo diminui, favorece a redução do estoque de gordura do organismo.

Artigo: Agronegócio não pode bancar o rombo fiscal

 

Também é preciso pensar nos pequenos agropecuaristas, cuja atividade é fundamental


Fábio de Salles Meirelles

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A agropecuária, conforme demonstram todos os números, será decisiva para a retomada da economia e, mais do que isso, está conseguindo garantir o abastecimento dos brasileiros e sendo o fator de sustentação de nossa balança comercial, neste duro momento de enfrentamento da Covid-19. O setor também dá respostas muito concretas às contemporâneas exigências de ASG (Ambiente, Social e Governança), que se tornaram mais agudas no contexto da pandemia, mantendo milhões de empregos e sendo um exemplo em termos de produção sustentável e de preservação de extensas áreas verdes e mananciais.

Os produtores rurais não pedem subsídios, mas têm feito imenso esforço de superação num cenário de gravidade ímpar na trajetória da humanidade, mas enfrentando problemas antigos de nosso país. Um dos exemplos de dificuldades é o juro real, que, apesar da vigência da mais baixa Selic de todos os tempos, ainda é elevado na ponta da concessão de crédito. Além disso, as linhas específicas anunciadas no último Plano Safra têm índices superiores aos da taxa básica.

Mulheres e homens do campo vão enfrentando todas as dificuldades com resiliência e determinação. Há uma questão, contudo, que precisa ser analisada de modo criterioso pelos representantes do Poder Executivo e do Legislativo. Refiro-me à bem-vinda reforma tributária, reclamada faz tempo por todos os setores produtivos e pela sociedade. Entendemos a premência de se modernizar nosso modelo, sabidamente burocrático e muito pesado para quem produz e trabalha. Também temos consciência da necessidade de se compor um volume de receita capaz de manter o Estado, embora este precise ser redimensionado, reduzindo seu custeio para os brasileiros.

Em meio a essas questões, mostra-se insensato taxar a agropecuária em 25%, como acontecerá caso prevaleça, na reforma tributária, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45, que tramita na Câmara dos Deputados. A matéria não permite nenhum estímulo fiscal, como é o caso do Convênio 100 (que possibilita alíquotas menores do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS). Todos os produtos seriam taxados em 25%. Aparentemente, trata-se da proposta mais simples, mas é a que mais oneraria o agronegócio. Imaginem o impacto de uma alíquota desse naipe no preço dos alimentos, dos biocombustíveis e até mesmo das commodities agrícolas (estas têm valores regulados pelo mercado global, mas o aumento expressivo de seu custo de produção resultaria em margens muito estreitas para os produtores brasileiros).

Também é preciso pensar nos pequenos agropecuaristas, cuja atividade é fundamental, não apenas para manter empregos e trabalhadores ocupados, muitas vezes única e tão somente os próprios familiares, que se sustentam com dignidade trabalhando a terra. Cerca de um milhão desses brasileiros pessoas físicas seriam equiparados a pessoa jurídica para fins tributários, passando a ser taxados por alíquota de 25%. Seria um duro golpe de caráter social e na produção de alimentos.

Cabe mencionar, por outro lado, a resiliência e capacidade de mobilização dos produtores rurais, sindicatos e da Faesp, bem como a intensa e longa negociação com o Governo do Estado de São Paulo, para reverter o aumento do ICMS sobre insumos e produtos do agronegócio, conforme estava previsto na lei relativa ao ajuste fiscal paulista. Tivemos êxito e agora seguimos trabalhando para retirar esses ônus na cadeia produtiva do leite.

Voltando à reforma tributária federal, há duas outras propostas, a PEC 110/2019, do Senado, e o PL 3.887/2020, do Executivo. Estas são menos nocivas ao agronegócio, mas também contêm imperfeições e não são suficientes para prover ao Brasil um sistema de impostos eficaz, moderno, indutor da economia, simples e desburocratizado. Seria de extremo bom senso que governo e parlamentares, numa atitude desprendida, com foco nos interesses maiores do País, fundissem as três matérias em uma só, suprimindo o que há de ruim e somando os elementos positivos, para que tenhamos um projeto mais adequado e benéfico.

O que não se admite é colocar nos ombros do setor rural ou de qualquer um dos segmentos produtivos a responsabilidade por bancar o rombo fiscal gerado por décadas de equívocos na gestão do Estado.

Fábio de Salles Meirelles, advogado, é empresário do setor agrícola e presidente do Sistema FAESP-SENAR A.R./SP (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, em São Paulo).