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quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Artigo: As crianças e a saudade da escola

 


O colégio é mais que um lugar para aprender as matérias e adquirir conhecimento

Luciana Brites*

Por conta da quarentena, os professores estão tentando criar aulas online criativas, divertidas e interativas para que as crianças menores sintam menos falta do ambiente escolar e da professora. Vale ressaltar que os menores devem demorar mais para voltar a ter aulas presenciais, porque eles têm dificuldade de manter os hábitos de higiene e principalmente o distanciamento necessário.

 Vemos casos de alunos que pedem para as mães ligarem para as professoras ou até mesmo fazer videochamadas para que possam matar as saudades. Muitas crianças pequenas não se adaptaram as aulas online e com isso acabam ficando desanimados e sem vontade de fazer as tarefas. Essa falta de ânimo mostra como a interação do ambiente escolar é importante para as crianças.

 O colégio é mais que um lugar para aprender as matérias e adquirir conhecimento. Para elas, é um local onde reforçam as relações, exercitam habilidades sociais e desenvolvimento cognitivo e emocional.

 A rotina é algo que também aprendemos quando vamos à escola. O pequeno tem que se arrumar, tem o horário de chegar e sabe que aquele período e o ambiente são dedicados para aprender. Em casa, a criança perde esse hábito e acaba tentando chamar a atenção dos pais.

 Para tentar diminuir a falta que eles sentem devemos tentar manter o relacionamento deles com os amigos mesmo que por videochamadas. Outra opção é brincar online com jogos como dama ou dominó, por exemplo, mas sempre com a supervisão de um adulto. As professoras podem tentar contar histórias em tempo real perguntando se eles estão entendendo ou pedindo para que ajudem a continuar a história.

 Os pais podem brincar de fantoche, jogos da memória e até mesmo da forca para estimular os pequenos em casa. É importante também que os filhos sejam incentivados a dizerem o que sentem e demonstrarem a saudade que sentem. Assim, aliviam o estresse e mostram os sentimentos para os educadores que também estão tendo que se adaptar ao novo modo de ensiná-los.

 (*)CEO do Instituto NeuroSaber, Luciana Brites é autora de livros sobre educação e transtornos de aprendizagem, palestrante, especialista em Educação Especial na área de Deficiência Mental e Psicopedagogia.

 

Geral: Luiz Fux toma posse como presidente do STF e do CNJ

 



Ministra Rosa Weber será a vice-presidente da Corte e também do CNJ

Agência Brasil 

O ministro Luiz Fux tomou posse hoje (10) no cargo de presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Fux cumprirá mandato de dois anos e acumulará a presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A ministra Rosa Weber será a vice-presidente da Corte e também do CNJ.

Em junho, a eleição de Fux ocorreu de forma simbólica porque não há disputa. A investidura no cargo segue ordem de antiguidade de entrada no tribunal. O ministro sucederá Dias Toffoli, que deixa a presidência da Corte após cumprir mandato de dois anos. 

A cerimônia de posse ocorreu presencialmente, mas foi restrita aos integrantes da Corte, familiares dos ministros e demais autoridades devido às medidas de distanciamento que devem ser adotadas durante a pandemia da Covid-19.

O presidente Jair Bolsonaro e os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, também participaram do evento. 

Em seu discurso, o presidente disse que sua gestão será focada na proteção dos direitos humanos e do meio ambiente, garantia da segurança jurídica, combate à corrupção e incentivo à digitalização do acesso ao Judiciário. 

Fux também criticou a judicialização da política e disse uma de suas metas será reduzir a intervenção precoce do Judiciário nessas questões.

“Tanto quanto possível, os poderes Legislativo e Executivo devem resolver interna corporis seus próprios conflitos e arcar com as consequências políticas de suas próprias decisões. Imbuído dessa premissa, conclamo os agentes políticos e os atores do sistema de Justiça aqui presentes para darmos um basta na judicialização vulgar e epidêmica de temas e conflitos em que a decisão política deva reinar”, disse. 

O presidente também garantiu que manterá os esforços de combate à corrupção e não permitirá retrocessos no enfrentamento ao crime organizado. 

“Aqueles que apostam na desonestidade como meio de vida não encontrarão em mim qualquer condescendência, tolerância ou mesmo uma criativa exegese do direito. Não permitiremos que obstruam os avanços que a sociedade brasileira conquistou nos últimos anos, em razão das exitosas operações de combate à corrupção autorizadas pelo Poder Judiciário brasileiro, como ocorreu no mensalão e tem ocorrido com a Lava Jato”, garantiu. 

Carreira

Em 2011, o ministro foi nomeado pela ex-presidente Dilma Rousseff e assumiu o cargo após ser aprovado pelo Senado. Antes de chegar ao Supremo, Fux passou por todas as instâncias do Judiciário e ingressou na carreira por meio de concurso público. Foi juiz de Direito, desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele também atuou como promotor antes de entrar na magistratura. 

Fux é professor Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e integra a Academia Brasileira de Filosofia e da Academia Brasileira de Letras Jurídicas. O ministro também presidiu a comissão de revisão do Novo Código de Processo Civil (NCPC), aprovado pelo Congresso em 2016.

Confira o evento na íntegra:


Geral: Réveillon deste ano em Copacabana, Rio de Janeiro, será sem presença de público

 


Riotur pretende oferecer atrações nos pontos turísticos da cidade


Agência Brasil 

A virada do ano de 2020 para 2021 na praia de Copacabana e em outros bairros da cidade não terá a presença de público, como tradicionalmente  acontece, devido à pandemia do novo coronavírus. A festa do réveillon será transmitida de forma virtual ao vivo pela internet no canal oficial da Empresa de Turismo do Município do Rio (Riotur) no Youtube, com intérpretes de libras em todas as apresentações.

Está prevista ainda a possibilidade de transmissão pela TV aberta ou fechada. A Riotur pretende oferecer atrações musicais nos principais pontos turísticos da cidade do Rio de Janeiro, com apresentação de grandes artistas da cena nacional e internacional e acendimento de luzes a laser, entre diversos efeitos visuais.

“O Réveillon Rio 2021 terá um novo modelo, devido ao cenário em que o mundo se encontra com a pandemia da covid-19, e o formato será diferente do que já tivemos na cidade. Teremos o réveillon da responsabilidade social e não incentivaremos as pessoas a irem às ruas. Além disso, a iniciativa privada terá uma oportunidade única para criar um réveillon que seja marcante, traduzindo o sentimento de esperança e desejo de que tenhamos um ano melhor", disse o presidente em exercício da Riotur, Fabrício Villa Flor de Carvalho.

Ele ressaltou que o novo réveillon deve ser de renovação e reflexão, com um ato de respeito e uma homenagem às vítimas e aos profissionais que estão na linha de frente de combate à pandemia. "Agora, com o Caderno de Encargos e Contrapartidas já publicado, aguardamos as propostas das empresas que queiram fazer parte dessa virada de ano especial com projetos criativos e que estejam em harmonia com a realidade atual”, acrescentou Carvalho.

Caderno de Encargos

A  Riotur, publicou hoje (10), no Diário Oficial do Município, a Convocação do Caderno de Encargos e Contrapartidas para o Réveillon Rio 2021. Os interessados poderão obter o documento e seus anexos na sede da Empresa de Turismo, na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, ou pelo e-mail selecaopublica.riotur@gmail.com.

As empresas interessadas deverão comunicar seu interesse em apresentar propostas no mesmo e-mail, até as 17h do dia 22 de outubro. Depois, as propostas serão apresentadas unicamente no dia 27 de outubro deste ano.

A empresa organizadora eleita apta para realizar o evento será encarregada de toda a organização, desde o desenvolvimento do projeto, que será julgado dentre outros itens pelo seu ineditismo e criatividade, passando pela infraestrutura até a pós-produção do evento da virada. Além disso, a empresa ficará responsável pela viabilização financeira do projeto, devendo obter patrocínio. Será permitida apenas uma marca assinando como “apresentado por” e até oito marcas assinando como “patrocínio”.  

Todos os itens contidos no Caderno de Encargos e Contrapartidas são uma orientação mínima com exigências básicas para as empresas apresentarem os seus projetos e propostas que devem estar de acordo com as regras de ouro do Plano de Retomada da Cidade do Rio de Janeiro.

Artigo: Os três pilares do crescimento econômico pós-pandemia

 


Minha orientação sempre foi para manter a esperança e o foco

José Wenceslau de Souza Júnior

Para retomarmos a economia, é necessário observar três pilares: histórico, econômico e regional, minha afirmação é baseada na experiência de empresário no segmento de materiais de construção em Cuiabá, há 40 anos.

Tenho recebido muitas visitas, e consultas de empresários e comerciantes em busca de suporte, de uma saída para seus negócios. O momento é bastante delicado, pois a Covid-19  e seus efeitos negativos com prejuízos econômicos, sociais e na saúde atingem todos.

Minha orientação sempre foi para manter a esperança e o foco, pois é o momento de cada um repensar seu negócio para atender as medidas de biossegurança. Precisamos reinventar o comércio e a maneira de vender.

É bom lembrar que, historicamente, após uma crise mundial a economia tem uma retomada muito rápida, as perdas causadas pela Covid-19 serão recuperadas, a expectativa é que ainda seja no último trimestre de 2020, e em 2021 seja um dos melhores cenários econômicos dos últimos anos. 

Um dos motivos, é que devido ao período em que o comércio ficou fechado, o consumo ficou represado. Quem estava em casa confinado comprava somente o básico para sobreviver. Já temos registros de aumento nas vendas do varejo, então quando a Covid-19 for embora de vez, esse consumidor virá com força para comprar.

Por isso, volto a ressaltar: é preciso que cada um prepare seu negócio e suas equipes porque vem aí um novo consumidor no pós-pandemia. Empresários e comerciantes precisam estar preparados para um novo conceito de atendimento ao consumidor. A internet e o delivery estão aí exigindo de cada um adaptações e mudanças urgentes para sobressair num mercado altamente competitivo.

Com acesso à internet, o consumidor que tinha medo de usar o cartão de crédito (eu me incluo nisso), perdeu esse medo. Estou usando a internet e descobrindo um mundo novo de compras que tem um preço diferente.

E por que essa diferença? Porque nas lojas físicas temos uma carga tributária muito pesada. É exatamente nesse ponto que o Estado tem que fazer sua parte e diminuir essa alíquota para que nossos produtos dentro de Mato Grosso fiquem mais competitivos. Caso contrário, nossas lojas físicas vão virar showroom do consumidor que vai até a loja, fotografa o produto e o código de barras. Depois, entra na internet e compra o mesmo produto por um preço mais em conta. E esse consumidor está correto porque temos que olhar a economia no nosso bolso.

Conclamo empresários e comerciantes para repensarmos nossos negócios, mas o Estado tem que vir junto, diminuir a tributação e ser menos cobrador de impostos. E vamos olhar a médio e longo prazo, preparando nossos negócios para o final de ano porque a economia começa a girar.

Bem, e o fato econômico merece nossa atenção: nós brasileiros estamos acostumados com a inflação relativamente alta, com juros de 10%, 15% ao mês, mas hoje são vários investidores que estão com dinheiro nos bancos recebendo juros atualmente na casa dos 2% ao ano, na taxa Selic.

São indicativos de que esse dinheiro investido em poupança e várias formas de aplicações financeiras vai sair e vir para o mercado. Vai haver reforma de casa, troca de um carro novo, um investimento dentro do comércio, uma construção nova. A tendência é de investir em si próprio e na família. Viajar e fazer passeios para conhecer as belezas de Mato Grosso, do Brasil e do mundo, ao invés de ficar recebendo 2% ao ano com o dinheiro parado no banco.

O momento também é propício para renegociação de dívidas com juros baixos. A Selic, que é a taxa básica de juros da economia, está em 2% ao ano. Quem for postergar dívidas não deve aceitar pagar taxa de juros alta, pois com uma taxa baixa, é possível pagar a médio, e longo prazo.

Mais um ponto positivo para Mato Grosso, é a alta do dólar frente ao real, pois somos líder em produção de comodities e de proteínas no Brasil, com isso, as exportações ficaram mais atrativas para os produtores do Estado, e o dinheiro do agronegócio movimenta a economia.

Com a “engrenagem rodando”, o comércio e os negócios voltam a vender bem, permitindo o ganho de dinheiro, fomentando a geração de empregos, permitindo que milhares de famílias continuem com renda. E o Estado recolhe os impostos, e pode reverter em saúde, educação, segurança e infraestrutura para todos os cidadãos.

 José Wenceslau de Souza Júnior é presidente da Fecomércio, Sesc, Senac e Sindcomac em Mato Grosso, e comerciante há mais de 40 anos.

Túnel do Tempo: Nascia Cynthia Powell, primeira esposa de John Lennon

 


Luís Alberto Alves/Hourpress

Em 10 de setembro de 1939 nascia  Cynthia Powell, primeira esposa de John Lennon. 

Raio X de Sampa: Conheça a história da Rua Capote Valente

 


Luís Alberto Alves/Hourpress

Esta rua foi aberta entre 1894 e 1895 como parte do novo bairro que se chamou “Vila Cerqueira César”. No mapa da cidade de 1897, esta rua já aparece com a mesma denominação. Antonio José Capote Valente nasceu no Ceará. Ainda criança perdeu o pai e acabou criado por um tio.

Cursou Direito na Faculdade do Largo São Francisco, em São Paulo, onde se formou em 1883 e neste mesmo dia se casou. Dedicou-se ao Direito Penal. Foi dono de um escritório de advocacia, um dos mais concorridos de SP. 

Culto e bondoso, nunca aceitou a tarefa de trabalhar como acusador no tribunal de júri. Após a Proclamação da República saiu da vida política. Morreu em 1928. A Rua Capote Valente (foto) fica no Jardim Paulista, Centro Expandido.

terça-feira, 8 de setembro de 2020

Variedades: Lili Araujo canta a beleza da amizade

 

Cantora e compositora carioca festeja a parceria com o músico Alegre Corrêa


Redação/Hourpress

Soraia Costa

Como outros artistas brasileiros que passaram pela experiência de viver por um período no exterior, Lili Araujo voltou mais consciente de sua identidade. No início de 2006, aos 23 anos, ela cantava sambas e dedilhava choros em seu cavaquinho, quando se mudou para Viena, na Áustria. Três anos depois, ao retornar ao Rio de Janeiro, trouxe na bagagem seu primeiro disco e dezenas de composições. “A volta ao Brasil foi um reencontro com as minhas raízes, mas também a possibilidade de fazer uma música que mesclasse bossa nova, samba-jazz e canções mais sofsticadas. Agora eu sei que tenho uma identidade”, refete hoje a cantora e compositora carioca, que em março de 2020 fará o lançamento de “Dájazz”, seu quarto álbum. No currículo musical de Lili, além dos discos “Bem Natural” (independente, 2016), “Casa Aberta” (Delira Música, 2012) e “Arribação” (O?cina Records, 2008), chamam atenção os shows que fez em conceituados clubes de jazz da Europa, como o dinamarquês Jazzhus Montmartre (em Copenhagen), o austríaco Porgy & Bess (Viena) e o suíço Bird’s Eye (Basel). Também merecem ser mencionadas as participações de Lili em dois respeitados festivais: o sueco Stockholm Jazz Festival e o uruguaio Festival Internacional de Jazz de Punta del Este, onde teve a oportunidade de encontrar o saxofonista cubano Paquito D’Rivera. “Além de conhecê-lo, de ouvi-lo e de rir com ele, foi um show muito importante para mim”, destaca a cantora.

Em “Dájazz”, seu novo álbum, Lili festeja a amizade e a parceria com o músico Alegre Corrêa, que conheceu em Viena. Veterano multi-instrumentista e compositor gaúcho, que hoje vive em Florianópolis (SC), ele morou por quase três décadas na Europa, onde desenvolveu uma carreira de sucesso. “Alegre se tornou um mentor musical e, ao mesmo tempo, uma espécie de ?gura paterna para mim. Ficamos muito amigos”, conta Lili. 

“Me espelhei muito na figura dele, em como ser profissional e liderar meu trabalho, em como me colocar no palco com responsabilidade e firrmeza. Alegre foi minha faculdade de música, ele me lapidou”, reconhece. Durante os anos na Europa, Lili também teve a oportunidade de conviver com músicos de jazz, que a aproximaram desse gênero musical. “Ao chegar lá, cantei muita bossa nova com amigos que tocavam jazz. Também formei um grupo de estudos de choro com alunos da faculdade de jazz de Viena”, relembra a cantora, que antes mesmo de sair do Brasil já era infuenciada pelos discos e pelas vozes de Joyce e de Rosa Passos. “Eu já paquerava a bossa nova aqui no Rio, mas devo toda minha base musical ao samba e ao chorinho”.

 

As faixas do álbum     

A ligação com o jazz, que também está presente nos primeiros discos de Lili, foi um dos motivos para que ela decidisse batizar o novo álbum de “Dájazz” – título emprestado do irresistível samba-jazz composto por ela, que retrata com descontração o final de um relacionamento amoroso. “Para mim, ‘dá jazz’ também quer dizer que está tudo certo, que a gente vai improvisando e misturando as coisas”, explica a compositora. 

Portanto, além de contar com o próprio Alegre Corrêa (voz, violão, percussão e bateria) para as gravações do álbum, é natural que Lili também tenha convidado músicos ligados ao jazz e à música instrumental, como o saxofonista e arranjador Henrique Band e o baixista catarinense Rodrigo Lúcio. Sem falar no pianista paraibano radicado em São Paulo, Salomão Soares, uma das grandes revelações desse gênero musical nesta década, em nosso país. A bossa nova “Palpite” (outra composição da cantora), já lançada em seu recente EP, também traz na letra a temática da relação amorosa, mas desta vez com um ponto de vista mais sonhador e otimista. No solo, Rodrigo Lúcio demonstra seu talento, improvisando ao baixo elétrico.

“A Voz do Brasil” é um contagiante samba-exaltação de Alegre, que Lili canta com graça e doçura, apoiada pelo piano de Salomão, que esbanja suingue. O pianista também brilha em “Gávea”, divertido choro cantado (de Alegre e Márcio Tubino), que descreve uma conturbada partida de futebol. Lili prova ter jogo de cintura, ao encarar os encrencados versos da letra, em ritmo sincopado.

Parceria de Alegre e Lili, composta quando os dois moravam em Viena, a canção “No Mundo Inteiro” expressa o ponto de vista do imigrante. “Ao mesmo tempo que aprendi muito na Europa, onde fui muito feliz naquela época, eu sentia saudade do Rio e da cultura mais despojada dos brasileiros. É a sensação de que você pode passar uma vida inteira naquele continente, mas jamais será de lá ou um deles”, reflete a letrista. Lili e Alegre dividem os vocais, na canção “Zamba Zumbi”, outra parceria que nasceu na Áustria. Na época, a cantora estava lendo um livro sobre orixás e sugeriu fazerem uma canção de ascendência afro. Os dois não chegaram a conclui-la. A parte final, criada por Alegre, só surgiu mais tarde.

Da mesma safra de composições da dupla, “Mais Um Dia” destaca a participação especial do cantautor François Muleka, que divide os vocais com Lili. A simplicidade desta canção, com um tempero rítmico nordestino, se afina com os versos, que aludem à poesia do cotidiano. 

 Finalmente, a delicada canção “Amizade” (composta por Alegre) reúne as vozes de Lili, Muleka, Valéria Lobão e do próprio autor, em um coro emotivo. “Este disco expressa amizade”, observa Lili, referindo-se não só às antigas relações de amizade que tem com Alegre e François, mas à proximidade entre os músicos e técnicos que se acentuou durante as gravações. “Só não chamei este CD de ‘Amizade’, porque Dudu Filetti, grande cantor e amigo de Florianópolis, já fez um disco com esse nome. Por isso escolhi a canção ‘Amizade’ para encerrá-lo, como uma síntese do projeto, como a ideia do disco em si”, concluiu a cantora.