Redação
Batata frita, refrigerante, sorvetes, doces e
hambúrgueres de fast-food, culturalmente fazem parte do universo das crianças
brasileiras. Esses alimentos são recheados de conservantes, sódios, corantes,
gorduras saturadas e transaturadas, que causam diversos danos à saúde, como as
doenças cardiovasculares. O colesterol é uma dessas doenças.
Ao contrário do que muitas pessoas
imaginam a patologia não atinge apenas os adultos, as crianças também estão no
grupo de risco, por isso, estar atento desde o nascimento é essencial. “Quando
falamos de recém-nascidos e crianças, estamos falando de adultos saudáveis ou
não”, este é o alerta do pediatra e gestor da B2 Saúde, Francisco Vignoli.
O processo das doenças cardiovasculares
não nasce rapidamente, elas são desenvolvidas ao longo do tempo. Quanto mais
precoce as medidas de proteção e prevenção, melhor será para a saúde deste
futuro adulto. “Além da puericultura, a base do diagnóstico deve ser pesquisada
no histórico familiar. Uma criança que tem um passado relacionado aos problemas
de colesterol como, por exemplo, avós que sofreram infarto, são evidentemente
mais suscetíveis a esse tipo de patologia”, ressaltou.
Após o diagnóstico, o tratamento é feito
à base das condutas padrão caracterizadas pela alimentação equilibrada e
privilegiando o aleitamento materno. “O indivíduo é formado nos primeiros anos
de vida. Com o aleitamento materno é possível evitar várias doenças, entre
elas, o colesterol”, disse o pediatra.
Alimentação
Para o especialista, o Brasil ainda segue o caminho onde a comida é utilizada
como prêmio para as crianças. Com os inúmeros produtos industrializados,
variadas redes fast-food com lojas grandes e coloridas, os pais sofrem na
tentativa de mudar o comportamento dos pequenos. “As crianças sofrem grande
influência desse marketing - o marketing inteligente, agressivo e deletério à
saúde. É algo quase criminoso”, alertou.
Segundo o especialista, além de
aleitamento materno nas primeiras fases da vida, as crianças devem fazer
consumo de frutas, verduras, vegetais, peixe grelhado e alimentos ricos em
fibras. Já o consumo de gema de ovo, ingestão de gordura saturada e frituras
deve ser limitado pelos pais.
“É muito difícil os pais induzirem uma
criança a trocar um restaurante de fast-food, onde todos os coleguinhas
frequentam e substituir esses alimentos por frutas e legumes. Para as crianças
isso é quase absurdo e para a família é o grande desafio. O grande processo
educativo não é o verbo, mas sim o exemplo de dentro de casa”.
Dicas para os pais
- As crianças não devem pular refeições. É necessário fazer três refeições e um
lanche por dia.
- Ingestão de refrigerantes, guloseimas, bolos, biscoitos doces e recheados,
sobremesas e sucos industrializados devem ser evitados.
- Diminua a quantidade de sal na comida.
- Incentive seu filho na prática de atividades saudáveis. O sedentarismo reduz
o LDL, o colesterol ruim.
- A criança deve estar sempre
hidrata. Água é essencial para a saúde dos pequenos.
“A rua vai oferecer diversos alimentos
industrializados, em casa nós devemos tentar eliminar esse tipo de comida e
consequentemente evitar danos e problemas futuros na saúde da criança”,
finalizou Vignoli.
Dia do Nacional de Combate ao Colesterol
Neste sábado, 08 de agosto, será celebrado Dia Nacional de Combate ao
Colesterol. Ações de prevenção, conscientização sobre a data e problema devem
ser levadas para os familiares e amigos.
- Lipoproteína de alta-densidade (HDL) é boa para o coração. Ela carrega
colesterol das artérias para o fígado, onde é eliminada.
- Lipoproteína de baixa-densidade (LDL) é ruim para o coração. Ela carrega
colesterol do fígado para os tecidos do corpo. Se houver muito LDL, ou
colesterol 'ruim' no corpo, ele pode se acumular nas células e nas artérias.