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domingo, 31 de agosto de 2025

Geral: Como o ar que você respira pode virar um gatilho para crises alérgicas

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Mudanças de temperatura e umidade do ar têm papel decisivo no agravamento de doenças como rinite, asma e infecções respiratórias

Especialista aponta que a baixa umidade é o fator mais perigoso para as vias aéreas

O que muita gente ainda não percebe é que esses desconfortos não surgem apenas por causa do frio

Redação/Hourpress

Com o inverno em pleno curso, o ar seco e as temperaturas mais baixas se tornam parte da rotina em várias regiões do Brasil. E junto com eles, aumenta também a incidência de crises respiratórias, especialmente entre pessoas com histórico de rinite, asma ou sinusite.

O que muita gente ainda não percebe é que esses desconfortos não surgem apenas por causa do frio. Segundo especialistas, dois fatores ambientais exercem influência direta sobre a saúde das vias aéreas: a temperatura e, principalmente, a umidade do ar.

“A umidade do ar tende a ter um impacto mais direto e significativo”, afirma a Dra. Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista do Hospital Paulista e especialista em alergias respiratórias. “Tanto a baixa quanto a alta umidade influenciam bastante, mas o ar seco, em especial, é extremamente agressivo para as vias aéreas.”

Quando o ar seca, a saúde sente

Durante o inverno, é comum que a umidade relativa do ar fique abaixo dos níveis considerados ideais pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda valores entre 40% e 60%. Em capitais como Brasília, São Paulo, Goiânia e Belo Horizonte, os índices frequentemente caem abaixo dos 30%, chegando, em alguns dias, a patamares inferiores a 20%.

O impacto na saúde é direto: o ressecamento do ar reduz a produção do muco que protege o nariz, a garganta e os pulmões, dificultando a filtração de partículas e microrganismos. “O ressecamento das mucosas facilita a entrada de agentes infecciosos e alérgenos. Isso aumenta os quadros de rinite, sinusite, bronquite e até infecções virais”, explicou a médica.

Um estudo publicado na revista BMC Public Health mostra que a exposição prolongada à umidade muito baixa pode elevar em até 6% o risco de infecções respiratórias em crianças — com picos de risco quando o ar atinge níveis críticos, abaixo dos 20%.

Umidade demais também incomoda

Se o ar seco fragiliza as defesas naturais do organismo, o excesso de umidade também pode gerar problemas — especialmente dentro de casa.

Ambientes com umidade superior a 60%, combinada à pouca ventilação, tornam-se terreno fértil para a proliferação de fungos, ácaros e mofo. Esses agentes são desencadeadores potentes de crises alérgicas, como rinite e asma, principalmente entre crianças e idosos.

“Muita gente acha que só o tempo seco é prejudicial, mas a umidade alta em ambientes abafados também pode agravar quadros respiratórios.  

Frio: o agravante silencioso

A temperatura atmosférica, embora tenha efeito menos direto do que a umidade, também contribui para o aumento de casos de doenças respiratórias — especialmente nos dias mais frios do inverno.

O ar gelado provoca vasoconstrição nasal, aumenta a produção de muco e resseca ainda mais as mucosas. Isso favorece o desenvolvimento de infecções, como gripes, resfriados e sinusites.

Além disso, o frio intenso faz com que as pessoas permaneçam por mais tempo em locais fechados e mal ventilados, facilitando a transmissão de vírus respiratórios.

Estudos apontam que, a cada queda de 1 °C na temperatura, os casos de infecções respiratórias podem subir cerca de 4%. Em pacientes asmáticos, esse impacto é ainda mais expressivo.

Como proteger seu sistema respiratório

Para quem convive com alergias respiratórias ou deseja prevenir quadros mais graves, o cuidado com o ambiente é essencial. A recomendação dos especialistas é manter a umidade do ar dentro da faixa ideal, usar soro fisiológico para hidratar as vias aéreas e manter os ambientes limpos, arejados e livres de poeira. “A saúde respiratória está diretamente ligada ao ar que a gente respira. Pequenas mudanças no ambiente podem fazer grande diferença para quem sofre com alergias”, reforçou a Dra. Cristiane Passos Dias Levy.

Dicas práticas para os dias quentes e frios

  • Mantenha a umidade do ar entre 40% e 60%;
  • Use umidificadores ou toalhas úmidas em ambientes fechados;
  • Beba bastante água ao longo do dia;
  • Hidrate as vias respiratórias com soro fisiológico;
  • Ventile os cômodos, mesmo nos dias frios;
  • Evite carpetes, cortinas e objetos que acumulam poeira.

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