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sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Opinião: Deus cria, a PM de SP mata!

 Rovena Rosa (Agência Brasil)



Radiografia da Notícia

*Recentemente um vídeo mostrou um suspeito sendo jogado de uma ponte durante abordagem

*Em 2024, das vítimas executadas pelas policias civil e militar 283 foram identificadas como negras

*Como pardo, sempre tive receio de circular durante a noite

Luís Alberto Alves/Hourpress

O cidadão paulista tem motivos para ficar com medo da #PM. Caso não seja #branco e #rico, a situação piora. Pesquisa revela que neste ano, 441 pessoas foram executadas por agentes das polícias civil e militar do Estado de São Paulo. Em 223, este triste número era de 247, alta de 78% nas execuções. Em 2024, das vítimas executadas pelas policias civil e #militar 283 foram identificadas como #negras (classificação de pardas e pretas segundo o IBGE) e 138 brancas, já outras 20 tiveram raça ou cor ignoradas.

Para se ter ideia do extermínio provocado pela Insegurança Pública do governador #TarcísiodeFreitas (Republicanos), de cada três vítimas das #armas de fogo dos seus policiais, dois eram negros, ou seja 64% do total dos #mortos. Três exemplos revelam motivos para a população, infelizmente ter medo da #PM ou Polícia Civil no Estado de São Paulo: um rapaz foi executado com 11 tiros após furtar pacotes de sabão num mercadinho, uma criança de 4 anos morreu, na Baixada Santista ao ser alvejada em meio a ação policial naquela região.

Violência

Recentemente um vídeo mostrou um suspeito sendo jogado de uma #ponte durante abordagem num bairro da Zona Sul de São Paulo. Estes tristes exemplos revelam motivos para a #população sentir medo ao se deparar com um carro da #polícia, durante o dia ou a noite. Caso seja pardo ou preto é grande o risco de se tornar número na estatística de vítimas de violência de quem deveria proteger e não matar o #cidadão.

Como #pardo, sempre tive receio de circular durante a noite, principalmente quando morava na periferia, exatamente na Zona Norte, região da Freguesia do Ó. Quem me conhece no meio jornalístico sabe que sempre gostei de andar de blazer e gravata. Alguns até hoje não compreendem essa minha postura. Explico: de camiseta os policiais me consideram #suspeito. De blazer e gravata, imaginam que eu seja advogado ou promotor. Infelizmente Deus cria o ser humano, mas #PM de SP #mata, a qualquer hora do dia.

 Essa postura precisa mudar rapidamente. A #população não paga #imposto para morrer nas mãos da #polícia, mas para receber proteção. Não é mais possível a violência se manter como política de estado. Criminoso não tem sexo, cor, idade, religião, condição social. É preciso mudar essa postura assassina de que na periferia só resida #bandidos. Que trabalhador que chega à noite do serviço ou da escola seja bandido. É muito ruim quando o cidadão de bem começa admirar o crime organizado quando deveria repudiar, porém os membros dessas facções têm mais respeito pela população do que a #polícia.

Luís Alberto Alves, jornalista, editor do blogue Hourpress

 

 

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