Luís Alberto Alves/Hourpress
Gil Eanesnasceu em Lagos, cidade portuguesa, no século XV. Foi navegador e traficante de escravizados. Sendo navegador da Casa do Infante, em 1433 recebeu de D. Henrique a capitania de uma barca com o objetivo de dobrar o Cabo Bojador, que marcava o limite conhecido da costa ocidental africana.
Com o conhecimento, os meios e os instrumentos disponíveis na altura, a tarefa não seria assim tão simples: o cabo, rodeado de recifes e envolto quase sempre em nevoeiro, parecia aos olhos dos navegadores, quer cristãos quer muçulmanos, intransponível. O mundo conhecido acabava ali, naquelas águas ferventes habitadas por monstros marinhos, como rezavam as lendas.
Muitos marinheiros arriscaram a perigosa viagem e falharam sempre. O infante D. Henrique estava convencido que o mundo não acabava ali e incitou Gil Eanes a fazer-se de novo ao mar . “Daquela viagem – escreve o cronista Gomes Eanes de Zurara – menosprezando todo o perigo, dobrou o cabo a além, onde achou as cousas muito pelo contrário do que ele e os outros até ali presumiam”.
O escudeiro do infante dobrou o cabo e navegou algumas milhas além do Bojador, até angra dos Ruivos, comprovando a teoria do infante de que o mundo não acabava ali. Esta boa nova permitiu que os portugueses continuassem com os descobrimentos marítimos. Um ano depois, Gil Eanes e Afonso Gonçalves Baldaia, navegaram mais para sul, passaram o trópico de câncer e chegaram ao que se presumia ser o rio do ouro. A Rua Gil Eanes (foto) fica no bairro de Campo Belo, Zona Sul de Sampa.
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