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sexta-feira, 9 de abril de 2021

Artigo: Ginecologista esclarece mitos sobre o DIU

 


Segundo a médica, o DIU não é abortivo, pois sua presença dentro do útero causa uma reação inflamatória no endométrio

 Dra. Marcella Marinho

O dispositivo intrauterino (DIU) é um método contraceptivo clássico, seguro, de alta eficácia, longa duração, é facilmente reversível e são essas características que o colocam entre os métodos mais elegíveis para o perfil da mulher moderna. Contudo, algumas mulheres têm dúvidas e acreditam até em alguns mitos sobre seu uso e efeitos colaterais.

A ginecologista Marcella Marinho esclarece que as principais dúvidas das suas pacientes em consultas são se o DIU é abortivo; se ele pode ser sair do lugar; se dói ou atrapalha a relação, se existem chances de engravidar mesmo usando o contraceptivo e se quem nunca engravidou pode usar normalmente.

Segundo a médica, o DIU não é abortivo, pois sua presença dentro do útero causa uma reação inflamatória no endométrio que impede a motilidade dos espermatozoides e, nos dispositivos com hormônios, ocorre também alteração no muco cervical e inibição da ovulação. “A chance do organismo expulsar o DIU é de 4% e geralmente ocorre no primeiro mês do uso. Ele não atrapalha nem deve causar dores na relação sexual. Sua eficácia é uma das mais altas, de 99,2% a 99,8%. E pode ser utilizado por mulheres que nunca tiveram filhos, mas nesse caso é necessário a paciente passar por uma avaliação antes”, completa.

Ela ainda relata outros questionamentos até peculiares. “Já me perguntaram se o DIU aciona o Raio-X do aeroporto. Não aciona, podem viajar tranquilas. E seguindo essa mesma linha de raciocínio, é seguro fazer ressonância magnética e tomografias computadorizadas. A única situação que definitivamente não é segura é a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Usuárias de DIU, assim como todas as mulheres sexualmente ativas devem saber que apenas os métodos de barreira protegem contra ISTs”, esclarece.

Existe a possibilidade de inserir o dispositivo de forma prática no consultório e sobre a questão da dor, Dra. Marcella esclarece “costuma ser bem tolerada, porém sabemos que a dor se trata de uma resposta muito individual”, pontua.

Quando escolher

Dra. Marcella Marinho aponta que na hora da escolha do método contraceptivo, o ginecologista deve pontuar as principais características de cada método e promover espaço aberto para esclarecer as dúvidas. “Sempre falo para minhas pacientes, ‘a escolha final é sua’, o meu trabalho é orientar sobre as opções que mais se moldam ao seu perfil para atingirmos o objetivo contraceptivo e sempre com a autonomia da paciente respeitada”, reforça.

De acordo com a ginecologista, os dispositivos podem ter hormônios ou serem livres deles, e essa é uma segunda decisão que precisa ser tomada em conjunto no momento da consulta e da avaliação. “Não existe apenas uma decisão correta, mas conhecendo as características de cada um dos contraceptivos, a escolha fica muito mais fácil”, apontou.

Os dispositivos hormonais podem promover a amenorreia, ou seja, o bloqueio da menstruação, um controle da cólica e do fluxo menstrual. Para promover esse efeito, o dispositivo libera pequenas quantidades de um hormônio sintético dentro da cavidade uterina. É importante que as pacientes saibam que nem todas irão ter a menstruação completamente bloqueada e que, dependendo do metabolismo, esse componente hormonal pode causar efeitos colaterais no corpo como inchaço, acne, sangramentos pequenos e irregulares (escapes) e até diminuição da libido. Para as mulheres que praticam atividade física, a possibilidade de dificuldade de ganho de massa magra (músculo) deve ser informada.

Os dispositivos sem hormônio, por sua vez, não causam nenhum tipo de bloqueio ou estímulo dos hormônios naturalmente produzidos no corpo. Portanto, não atrapalham o ganho de massa ou a resposta sexual. Por outro lado, não tratam cólicas ou sangramento. Outro ponto positivo é que os dispositivos sem hormônios são mais baratos. “Eu particularmente fico muito satisfeita com a proposta do DIU de cobre com prata, que já não é mais tão novidade assim, devido a pouquíssima alteração no fluxo menstrual ou cólicas que o DIU de cobre puro pode causar”, detalhou.

A médica informa que o DIU de cobre com prata pode ser facilmente inserido durante uma consulta. “Na minha prática, realizamos um preparo com analgésico oral e local, bem como um teste de tolerância à dor. Guiamos o procedimento pelo ultrassom e em menos de 30 minutos, a paciente termina o procedimento sem necessidade de parar suas atividades para uma internação”, relatou.

 Dra. Marcella Marinho é especialista em ginecologia e obstetrícia pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). É pós graduada em Laparoscopia e Histeroscopia pelo Hospital do Servidor Estadual (IAMSPE), em Sexualidade Humana pela USP, em Ciências da Longevidade Humana   

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