As Patricinhas das Zonas Sul deste imenso Brasil perceberam que viajar para os lugares top de linha não é mais motivo de ibope
Luis Alberto Alves/Hourpress
O coronavírus igualou todas as pessoas, invadiu o
organismo de ricos, pobres, brancos, negros, famosos, desconhecidos. Ninguém
escapou de suas garras. Não perdoou nem os médicos, acostumados com em ver o
beijo gelado da morte nos rostos dos pacientes.
Até o jornalismo da Rede Globo, em horário nobre, “percebeu”
a importância dos garis, policiais, caminhoneiros, profissionais da saúde, funcionários de supermercados,
porteiros de prédios, todos ignorados e retratados de forma preconceituosa em
suas novelas e programas de humor.
As Patricinhas das Zonas Sul deste imenso Brasil perceberam
que viajar para os lugares top de linha não é mais motivo de ibope. A faxineira
da favela, geralmente humilhada pelos ricaços, agora virou artigo de luxo. Ela pode
levar ou trazer o coronavírus aos seus familiares.
O dinheiro, que sobra nas contas desta elite
global, por enquanto não pode comprar a cura desta doença, que mata na rede dos
SUS e dos hospitais de milionários. O mesmo caixão lacrado serve para todos,
mesmo que mais decorado, porém com a chapa de zinco servindo com isolante
contra o coronavírus.
Essa pandemia serviu para igualar pessoas que se
achavam acima do bem e do mal. Mesmo que esta doença atinja em cheio o povão e
isso vai acontecer, os ricos estarão no mesmo barco. Afinal de contas, burguês ainda
não aprendeu a lavar pratos nem cozinhar arroz no micro-ondas. Nem Karl Marx
imaginava um comunismo deste tipo!
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