Rio de Janeiro
Paulo Virgílio - Repórter da Agência Brasil
Um conjunto de 90 peças do mais importante acervo de arqueologia greco-romana da América do Sul poderá ser visto pelo público a partir de amanhã (1º). Nunca antes expostas, as peças integram a exposição temporária Teresa Cristina: A Imperatriz Arqueóloga, que será inaugurada, para convidados, hoje (31), no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio.
A mostra homenageia a Imperatriz Teresa Cristina Maria de Bourbon (1822-1889), esposa de Dom Pedro II e grande responsável pela formação da coleção de Arqueologia Clássica do museu, atualmente vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com cerca de 700 objetos, a Coleção Teresa Cristina tem parte de seu acervo em exposição permanente no museu e o restante, mantido na reserva técnica da instituição.
“Pretendemos com essa exposição valorizar a contribuição cultural da Imperatriz Teresa Cristina. Ela sempre foi vista como uma pessoa apagada, voltada para o marido e a família. Na verdade, ela tinha um grande interesse pela arqueologia, anterior a sua chegada ao Brasil”, explica uma das curadoras da mostra, a arqueóloga e pesquisadora do Museu Nacional Sandra Ferreira.
Provenientes de escavações ou achados fortuitos em vários sítios arqueológicos da Itália, algumas das peças da Coleção Teresa Cristina vieram para o Brasil com a própria imperatriz, como parte de seu dote, por ocasião de seu casamento com Dom Pedro. A maior parte da coleção, no entanto, foi enviada posteriormente pelo irmão de Teresa, Ferdinando III, rei das Duas Sicílias.
Mesmo distante de seu país natal, a imperatriz brasileira incentivou os trabalhos que recuperaram peças das antigas civilizações que habitaram o território italiano. “Teresa Cristina financiou pesquisas arqueológicas em suas propriedades em Veios, uma antiga cidade etrusca da Itália. Ela e Dom Pedro II foram juntos às escavações”.
Peças
Objetos de uso cotidiano, como vasos, estatuetas e utensílios domésticos predominam na Coleção Teresa Cristina. Muitas peças remontam às cidades de Pompéia e Herculano, destruídas pela erupção do vulcão Vesúvio, no ano 79 da era cristã.
Devido à contribuição da imperatriz, o Museu Nacional é detentor da mais importante coleção arqueológica greco-romana do continente sul-americano. Sandra Ferreira admite que esse acervo precisa ser mais valorizado pelo público que visita o museu e aponta um motivo para esse relativo desconhecimento: “O acervo arqueológico está exposto próximo à coleção egípcia, com suas múmias, e aos dinossauros, que sempre despertaram mais atenção dos visitantes”.
A exposição Teresa Cristina: a Imperatriz Arqueóloga ficará em cartaz até setembro e pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 10h às 17h, e às segundas-feiras, das 12h às 17h. Os ingressos custam R$ 6, a inteira, e R$ 3, a meia-entrada. Crianças até 5 anos e pessoas com deficiência têm gratuidade.
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