Oposição pretende barrar Lula |
Luís Alberto Alves
Líderes de partidos de oposição reafirmaram, há pouco, que vão manter o processo de obstrução da pauta de votações na Câmara. Além disso, anunciaram que deverão protocolar ações na justiça federal em todos estados e no Distrito Federal e uma representação junto ao Ministério Público Federal para, respectivamente, impedir a posse do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva como ministro do governo Dilma Rousseff e pedir a prisão do ministro da Educação, Aloísio Mercadante.
As ações populares para impedir a posse de Lula, segundo o líder do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM), serão protocoladas sob a alegação de que, ao nomear Lula, a presidente da República estaria incorrendo em crime de desobediência e obstrução da Justiça.
“Qualquer juiz federal poderá acolher essa ação em primeira instância e, se fizer isso, a presidente poderá responder por crime de desobediência e obstrução da justiça, uma vez que é claro o objetivo de blindar Lula para que ele não se encontre tête-à-tête com o juiz Moro em Curitiba”, disse Avelino.
Nesta segunda-feira (14), a Justiça de São Paulo decidiu encaminhar a denúncia do Ministério Público do estado contra o ex-presidente Lula para a Justiça Federal em Curitiba, onde estão sendo investigadas as denúncias levantadas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Lula é denunciado por falsidade ideológica e lavagem de dinheiro – por supostamente ter ocultado a propriedade de um triplex no Guarujá, litoral de São Paulo.
Ministro da Educação
Por sua vez, o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), informou que, em outra frente, os partidos de oposição vão apresentar uma representação junto ao Ministério Público Federal pedindo a prisão do ministro da Educação, Aloízio Mercadante, citado em delação premiada do senador Delcídio do Amaral.
Por sua vez, o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), informou que, em outra frente, os partidos de oposição vão apresentar uma representação junto ao Ministério Público Federal pedindo a prisão do ministro da Educação, Aloízio Mercadante, citado em delação premiada do senador Delcídio do Amaral.
A Procuradoria-Geral da República recebeu de Delcídio a gravação de uma conversa em que Mercadante supostamente oferece ajuda jurídica, política e financeira para evitar que ele firmasse acordo aceitando contribuir com a Justiça por meio de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato.
“A situação é idêntica à do senador Delcídio Amaral, que foi preso flagrado em conversa oferecendo proteção àqueles que são tratados como criminosos”, disse Bueno.
O líder do governo, deputado José Guimarães (CE), rebateu as iniciativas da oposição contra Lula e Mercadante. “Precisamos ter muito cuidado para não condenar só pela delação. O ministro deu uma entrevista e reafirmou que nunca prometeu ajuda financeira e nem nada. Foi muito seguro. Ele está à disposição da justiça para qualquer esclarecimento”, declarou o líder.
Sobre a nomeação de Lula para um ministério, Guimarães disse que a decisão final cabe ao ex-presidente. “Ele está a caminho de Brasília. Acredito que de hoje para amanhã nós teremos uma decisão sobre isso”, completou.
Votações
Guimarães reconheceu que “as condições de temperatura e pressão na Casa” estão altas e, diante do processo de obstrução da oposição, dificilmente serão votadas propostas hoje e amanhã.
Guimarães reconheceu que “as condições de temperatura e pressão na Casa” estão altas e, diante do processo de obstrução da oposição, dificilmente serão votadas propostas hoje e amanhã.
“De qualquer forma, vamos tentar votar, sobretudo a Medida Provisória 698/15, que é consenso”, disse. A Medida Provisória muda regras do programa habitacional Minha Casa Minha Vida, do governo federal.
O líder governista comentou ainda que o governo fechou acordo com os governadores sobre o Projeto de Decreto Legislativo 315/16, que suspende o cálculo do desconto que a União dará na renegociação das dívidas dos estados e municípios com o Tesouro Nacional.
De acordo com Guimarães, o compromisso dos líderes da base é aguardar o anúncio de uma nova proposta do governo, que teria a concordância dos governadores.
Movimentos sociais
Coordenadores de movimentos que organizaram os protestos do último domingo (13) também estiveram no Salão Verde da Câmara e criticaram a escolha de Lula para o primeiro escalão do governo Dilma Rousseff. "Ministério da Casa Civil não é covil para esconder ladrão. Lula não será ministro", afirmou Renan Santos um dos líderes do Movimento Brasil Livre (MBL).
Coordenadores de movimentos que organizaram os protestos do último domingo (13) também estiveram no Salão Verde da Câmara e criticaram a escolha de Lula para o primeiro escalão do governo Dilma Rousseff. "Ministério da Casa Civil não é covil para esconder ladrão. Lula não será ministro", afirmou Renan Santos um dos líderes do Movimento Brasil Livre (MBL).
Carla Zambelli, líder do Nas Ruas e porta-voz da Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos, disse que mais de 11 mil empresários estão dispostos a parar suas empresas caso Lula seja nomeado para algum cargo no governo.
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