- São Paulo
Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil
O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, se reuniu hoje (6) com o presidente da Usiminas, Rômel Erwin, para buscar uma alternativa ao fechamento da unidade da siderúrgica em Cubatão (SP). O anúncio da desativação das áreas primárias do complexo industrial da empresa foi feito na semana passada. A companhia diz que tem sofrido com a forte queda na demanda e acumulado prejuízos ao longo do ano.
“O ministro Miguel Rossetto ouviu um relato do presidente da Usiminas sobre a difícil situação econômico-financeira da companhia, por conta da redução do mercado interno e dificuldades para exportar”, diz a nota divulgada pelo ministério sobre o encontro.
De acordo com o informe, devem ser feitas outras reuniões para tratar do tema. Na quarta-feira (4), o ministro esteve em Cubatão para com a prefeita Márcia Rosa Silva e com representantes de sindicatos.
A Usiminas diz que tem sido afetada pela queda dos preços do aço no mercado internacional, devido a retração da economia mundial. No mercado interno, a siderúrgica diz que também enfrenta redução da procura.
Segundo o Instituto Aço Brasil, o consumo de aço caiu 14% neste ano em relação a 2014 e 22% em comparação com 2013. “Com isso, a siderurgia brasileira tem operado com um nível de capacidade instalada da ordem de menos de 70%. Somam-se os elevados custos de produção e a falta de isonomia competitiva ante a concorrência desleal do aço importado, notadamente da China”, acrescenta a nota.
Um dos altos-fornos da siderúrgica foi desligado em maio deste ano e o laminador de chapas grossas em setembro. A companhia estima que o processo de suspensão das atividades leve de três a quatro meses para ser concluído. Com isso, a produção primária de aço deve ser concentrada na unidade da empresa em Ipatinga (MG).
O Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista estima que a desativação da unidade em Cubatão pode causar a demissão de até 8 mil trabalhadores. “Só os funcionários que trabalham dentro da usina, nós estaríamos falando em algo entorno de 8 mil trabalhadores demitidos”, enfatizou o presidente do sindicato, Florêncio Resende de Sá. A empresa não divulgou números oficiais de quantos empregados podem ser dispensados.
Além dos empregos ligados diretamente a operação da siderurgia, Resende lembra que a indústria opera com uma vasta cadeia de fornecedores. “Tem mais de 100 empresas na região que trabalham em função da Usiminas”, ressaltou. São desde empresas que prestam serviços de reparação e montagem de estruturas, até fornecedores de cimento, alimentação, uniformes e equipamentos de proteção.
Por isso, segundo Resende, as categorias envolvidas planejam uma paralisação por tempo indeterminado para a semana que vem.
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