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quinta-feira, 16 de abril de 2015

Política: Programa Saúde da Mulher defende aumento do número de partos normais


Redação
 A coordenadora geral de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Esther Vilela, assinalou nesta terça-feira na Câmara dos Deputados que é preciso que a mulher seja recolocada no seu lugar de agente do nascimento do próprio filho como forma de reduzir o número de cesarianas que hoje representa mais da metade dos partos no Brasil.
 Na audiência pública promovida pela Comissão de Seguridade Social e Família para discutir a humanização do parto no Sistema Único de Saúde, Esther Vilela assinalou também a necessidade de tornar o nascimento menos um ato médico e mais um processo fisiológico natural, que é o objetivo do Programa Cegonha, implementado em 2011 pelo Ministério da Saúde.
                                                           Ações
 A coordenadora explicou ainda que o órgão está investindo na formação médica para que os médicos e os outros profissionais envolvidos, como enfermeiros obstétricos, também adotem as boas práticas de atenção ao parto e nascimento. “Ou seja, mudança de processo de cuidado, tendo como foco o protagonismo da mulher, a sua autonomia, e a abolição de procedimentos hoje considerados obsoletos, mas que ainda são adotados nas maternidades."
 Já a gerente de Assistência à Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Karla Coelho, destacou que a agência está trabalhando junto aos planos de saúde e maternidades para reduzir o número elevado de cesarianas, que na rede particular de atendimento médico chega a 84% dos partos. "Há mais de dez anos a ANS vem trabalhando para sensibilizar o setor. 
Queremos um indicador de qualificação das operadoras, então nós temos as taxas de partos normais de cesáreas no site da Agência disponível para todos de todas as operadoras para as mulheres saberem.” Karla Coelho acrescentou que também já foi lançado o movimento 'Parto Normal está no Meu Plano."
                                                             Discussões 
 Uma das autoras do requerimento para a realização da audiência, a deputada Flávia Morais (PDT-GO) destacou que é preciso discutir o problema e encontrar soluções por meio de discussões na Câmara e nos estados. "É um assunto muito complexo. Cada deputado federal no seu estado deve levar essa discussão para as Assembleias Legislativas para que a gente possa estar mais próximo da realidade dos nossos estados."
                                                            Hospital referência
 O diretor clínico do hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte, João Batista Lima, que participou da audiência pública, assinalou que a entidade é referência no País em ações humanizadas no processo do parto. O hospital realiza atualmente no máximo 25% de seus partos por cesarianas. Segundo João Batista, o percentual que se justifica porque o hospital também é referência em partos de alto risco. "Sem negar esse avanço da ciência e utilizar de forma parcimoniosa a tecnologia e de forma mais apropriada, você respeita aquilo que é mais importante no processo de nascimento, que é a fisiologia."
                                                              Próximos debates
A Comissão deve realizar outras audiências públicas para discutir o assunto com outros setores envolvidos no parto como os médicos e enfermeiros.



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