O açúcar não é tão vilão quanto se fala |
Redação
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Comumente tratado como um dos
vilões da saúde, o açúcar divide opiniões quando o assunto é dieta saudável.
No entanto, antes de demonizá-lo é preciso conhecer suas propriedades e,
principalmente, os benefícios que traz ao organismo. Além de ser importante
fonte de energia, contém substâncias que estimulam o cérebro a produzir
serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar e
prazer.
O açúcar pode fazer parte de
uma dieta saudável se consumido de maneira equilibrada, dentro das necessidades
calóricas diárias. Uma dieta balanceada prega o consumo de todos os
grupos nutricionais de forma equilibrada, sem a exclusão absoluta de nenhum
deles.
Conheça os principais mitos que cercam o açúcar:
1. O
consumo de açúcar é causa da obesidade, diabetes ou outras doenças graves.
Mito: Oconsumo de açúcar isoladamente não pode ser apontado como causador
desses doenças. Os açúcares têm uma longa história de utilização
segura na alimentação. Desde 1997, cinco grandes organizações científicas e
de saúde concluíram que o consumo de açúcar não está associado às causas de
doenças crônicas, como diabetes e obesidade. Entre essas instituições estão a
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a
Organização Mundial da Saúde, o Instituto Americano de Medicina e a Academia
Americana de Nutrição e Dietética.
2. Açúcar aumenta a
glicemia
Mito: O aumento da glicemia decorrente do consumo de açúcar é o mesmo
causado pelo consumo do mesmo número de calorias na forma de amido, evidenciam
estudos clínicos da Associação Americana de Diabetes. Pequenas quantidades de
açúcar, portanto, podem ser consumidas por diabéticos dentro de uma dieta
equilibrada e com a medicação adequada. De acordo com a instituição, o açúcar
não causa a doença. O diabetes é causado por uma combinação de fatores
genéticos e hábitos de vida.
3. Açúcar causa
cárie
Mito: Nos dias
atuais, o risco de cárie dentária é quase inexistente com a adoção de higiene
oral adequada e com o uso de flúor em cremes dentais e na água. A
meta proposta para os limites de consumo da população como forma de diminuir
a cárie dental, contradiz outras avaliaçãoes mais abrangentes sobre a
questão, como a posição do United States Institute of Medicine (2005), que
concluiu que “devido aos vários fatores que podem contribuir para a cárie
dentária, não é possível determinar um nível de ingestão de açúcares, no qual
pode ocorrer aumento do risco de cárie dentária”.
4. Açúcar provoca
aumento de peso
Mito: Não há provas consistentes de que açúcares, individualmente, afetem a
obesidade mais do que qualquer outro macronutriente. A alteração na massa
corporal seria esperada a partir de qualquer mudança na ingestão de
macronutrientes que produza um excesso ou déficit de energia alimentar em
comparação com as necessidades de estabilidade do peso. O excesso de gordura
corporal é resultado da ingestão de mais calorias do que o necessário. Essas
calorias extras podem vir de qualquer nutriente calórico (proteína, gordura,
álcool e carboidratos). É importante destacar que a falta de atividade física
também é uma importante causa da obesidade. Em 2003, a Academia Nacional de
Ciências dos EUA realizou uma revisão de 279 referências científicas e
concluiu que “não há evidência suficiente para estabelecer um limite máximo
para o consumo diário de açúcares totais ou adicionados”. O relatório ainda
acrescenta que “não existe associação clara e consistente entre açúcares
adicionados e índice de massa corporal”.
5. O aumento no
consumo de calorias é responsável obesidade
Mito: O aumento da obesidade é causado não só pelo acréscimo no consumo
calórico, mas também pela redução da atividade física. Ativistas
vêm exigindo reformulação de produtos, taxação e outras políticas restritivas
para reduzir a ingestão de calorias pelas populações. No entanto, dados
divulgados pela World Sugar Research Organisation (WSRO)apontam que o consumo
per capita de açúcar, sal, gordura e calorias vem caindo no Reino Unido nas
últimas décadas e, no entanto, desde 2002, o peso médio de um inglês adulto
aumentou dois quilos. Um estudo da Faculdade de Medicina da Stanford
University, divulgado em 2014, aponta que a inatividade e, não uma maior
ingestão de calorias, está ligada ao aumento da obesidade na população.
A
pesquisa apontou um aumento significativo da obesidade em mulheres (de 25 a
35%) e homens (20 a 35%), em um período onde a prática de atividades físicas
diminuiu drasticamente entra elas (de 19 para 52%) e eles (de 11 para 43%) e,
no entanto, o número de calorias consumidas por dia não sofreu alterações
relevantes.
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