* Reinaldo Passadori
Não são apenas os estudiosos que alertam para a posição de destaque assumida pela comunicação nos
últimos anos. Cada vez mais tenho essa percepção no próprio cidadão comum, o indivíduo que já sentiu a necessidade de se comunicar e de se familiarizar às pressas com as novas e velozes ferramentas da informação.
Seja na hora de disputar uma vaga no mercado do trabalho ou quando a comunicação é indispensável para cultivar relacionamentos, perceba o quanto usamos a comunicação na hora de realizar a manutenção da nossa vida social.
Sem a comunicação, jamais poderíamos ser melhores hoje do que fomos ontem, tampouco avançar amanhã com relação a onde estamos hoje. É importante entendemos essa profundidade da comunicação, percebemos que ela necessita de amor e afeto para ser inteira, completa, integral.
Quem acha complicado lidar com o desenvolvimento da capacidade de se comunicar, muitas vezes aponta o crescente volume de informação corrente no mundo como o maior obstáculo. Mas, não adianta reclamar, esse volume não vai diminuir.
A questão é outra: se a nossa forma de compreender o mundo e os meios de se relacionar com os outros está mudando na medida em que a comunicação se torna mais importante e mutante, precisamos buscar algo na essência.
Precisamos perceber e desenvolver nossas capacidades de acordo com as novas ferramentas (afinal, ninguém quer correr o risco de ficar parado no tempo) e ir além. Isso significa se envolver com as dimensões da comunicação. Costumo apontar 7 dimensões na comunicação verbal. Confira abaixo.
1.
A primeira é a intrapessoal, que tem
a ver com a “ponte” que uma pessoa estabelece consigo mesma e até onde ela é
capaz de trabalhar o seu comportamento e transformar a timidez em força para
assumir confiança com entusiasmo.
2.
A segunda dimensão é a interpessoal,
que não é exatamente o oposto da primeira, mas engloba o diálogo, a importância
do feedback, o elo com nosso interlocutor e a força da alteridade (a capacidade
de se colocar no lugar do outro).
3.
Outra dimensão é a vocal, que lida
muito com o “como” dizer.
4.
A quarta dimensão trata da
comunicação corporal: até que ponto os nossos gestos e sinais são importantes
para as mensagens sem palavras?
5.
A dimensão técnica, por sua vez, tem
a ver com os poderosos recursos para uma comunicação adequada aos ambientes e
circunstâncias.
6.
Na dimensão intelectual, que a
produção dessa comunicação assume destaque quando somos capazes de planejar e
preparar com propriedade as nossas apresentações.
7.
Por último, e não menos importante, a
dimensão espiritual se refere ao cultivo dos nossos valores para a busca de uma
liderança pessoal e exclusiva neste estágio de “animal especial” alcançado pelo
Homem, onde é concedida a cada um de nós a magnífica oportunidade de deixarmos
a nossa marca no mundo.
Como você pode perceber, a
comunicação nem é um bicho-de-sete-cabeças, nem é a coisa mais simples desse
mundo. Por isso, ela tem que ser levada a sério, na sua profundidade. Hoje,
somente com este mergulho que percorre as dimensões da comunicação poderemos
aplicá-la à vida e ao trabalho. A comunicação desenvolvida tem poder suficiente
para provocar mudanças positivas em nossas vidas. Mudanças movidas pela ética,
pela dignidade e pelo amor.
* Reinaldo Passadori - Especialista em Comunicação Verbal e presidente do Instituto Passadori, que já treinou mais de 45 mil profissionais na área.
* Reinaldo Passadori - Especialista em Comunicação Verbal e presidente do Instituto Passadori, que já treinou mais de 45 mil profissionais na área.
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