Cigarro, o grande inimigo da saúde |
Redação
No mundo, morrem 5
milhões de pessoas todos os anos de doenças relacionadas ao cigarro. Não só
fumantes, como pessoas que convivem com
eles e acabam respirando a fumaça do cigarro – já que ela contém
aproximadamente 4.700 substâncias tóxicas. Como se não bastasse falar do
‘veneno’ que o fumo representa para a saúde, profissionais especializados em
medicina estética alertam para o envelhecimento precoce causado pelo cigarro e
para as complicações a que um fumante está sujeito ao se submeter a cirurgias plásticas
e procedimentos mais invasivos.
“Os fumantes têm doze vezes mais chances de enfrentar
complicações durante procedimentos cirúrgicos do que os não fumantes. Além de
ser uma droga psicoativa que chega ao cérebro em nove segundos, a nicotina
causa dependência e aumenta a liberação de catecolaminas – além de provocar
vasoconstrição, acelerar os batimentos cardíacos, causar hipertensão arterial e
aumentar as chances da ‘adesividade plaquetária’ responsável pela trombose”,
alertou Alieksiéi Carrijo, cirurgião plástico que dirige a clínica Plástica BR, em São Paulo.
O especialista afirma que o principal problema entre fumo
e cirurgia plástica é que a nicotina compromete bastante a circulação sanguínea,
podendo causar desde dificuldades na recuperação, até infecções e cicatrização
mais pronunciada. “Daí a importância de alertar o paciente a parar de fumar
três meses antes do procedimento cirúrgico e, se possível, durante todo o
pós-operatório. Mas o ideal mesmo é convencer a pessoa a parar definitivamente
de fumar. Além do cigarro, a rotina de noites mal dormidas e o consumo
excessivo de álcool têm resultado em muita gente jovem envelhecida
precocemente. Paga-se um preço muito alto pelas ‘baladas’”.
Seis aspectos da aparência mais afetados pelo
excesso de fumo, álcool e falta de sono:
1. Olheiras.
“O primeiro sinal de uma noite mal dormida aparece logo abaixo dos olhos, com a
formação de olheiras e bolsas palpebrais. Quando essa rotina se repete com
alguma regularidade, os efeitos não costumam desaparecer fácil e
espontaneamente. Estudo realizado na universidade norte-americana Johns
Hopkins revela que os fumantes têm quatro vezes mais chances de se sentirem
cansados mesmo após terem dormido a noite inteira. Se, além de não dormir bem e
fumar, a pessoa também costuma ingerir álcool regularmente, o inchaço poderá
ser percebido não apenas nos olhos, mas no rosto todo. Por isso, não basta só
evitar os excessos, mas dormir pelo menos sete horas por noite se quiserem
evitar o envelhecimento precoce.”
2. Pele ressecada. “Existe uma expressão que descreve o
conjunto de características faciais que incluem rugas, sulcos, falta de brilho
e tonalidade acinzentada da pele: ‘rosto de fumante’. O monóxido de carbono
presente na fumaça do cigarro reduz o fluxo sanguíneo, provocando a
descoloração e o ressecamento da pele. Outro motivo para a perda de viço é o
excesso de álcool, que desidrata o organismo como um todo, principalmente a
pele. Com o tempo, ele priva a pele de nutrientes e vitaminas
(principalmente a vitamina C), acelerando o processo de envelhecimento.”
3. Queda
acentuada de cabelo. “Homens que fumam mais de 20 cigarros por dia são
grandes candidatos a ficar careca – isto sem mencionar fatores genéticos, que
também contribuem para a alopecia. Com a circulação sanguínea comprometida
pelos efeitos da nicotina, os folículos capilares são impactados, fazendo com
que o cabelo pare de crescer ou – pior – tenha queda acentuada. Esse quadro também
faz parte do envelhecimento precoce. Nas mulheres fumantes, os efeitos mais
comuns são a queda acentuada de cabelo, a perda de brilho e problemas como
pontas duplas e ressecamento dos fios.”
4. Manchas.
“O fumo faz com que manifestações de doenças autoimunes, como a psoríase e a
dermatite atópica, ocorram com mais frequência, levando a pessoa a conviver com
manchas e marcas cada vez mais visíveis. Mesmo entre jovens bastante
autoconfiantes, isso acaba constrangendo em alguma medida, limitando o uso de saias,
bermudas e braços à mostra. Até mesmo as estrias se tornam mais visíveis em
pacientes fumantes. Já quem sofre de rosácea e ingere álcool em grandes
quantidades costuma ter crises mais frequentes da doença, desencadeando o
surgimento de manchas avermelhadas na região central do rosto.”
5. Rugas.
“Jovens que fumam, bebem excessivamente nas baladas semanais e ainda usam
contraceptivos orais são sérias candidatas ao envelhecimento precoce. Em
relação às meninas da mesma idade que têm uma rotina saudável, elas costumam
apresentar muito mais rugas e manchas na pele. O quadro é mais grave quando se
associa fumo com falta de sono. Assim como o estresse, dormir pouco leva
o corpo a produzir um hormônio chamado cortisol que eleva os níveis de açúcar
no sangue. Além dos evidentes danos à saúde, também pode destruir gradualmente
o colágeno responsável por uma pele firme e sem rugas ou pés-de-galinha.”
6. Pós-operatório
problemático. “A vasoconstrição causada pela nicotina limita o fluxo de
sangue rico em oxigênio para pequenos vasos no rosto e no corpo. Sendo assim, o
tempo de cicatrização de um fumante é sempre maior do que o de um não-fumante
e, algumas vezes, complicado. Até mesmo cirurgias odontológicas e procedimentos
periodontais acabam impondo mais sofrimento a esses pacientes. O quadro,
certamente, será ainda pior se agravado pelo álcool e pela falta recorrente de
um repouso restaurador. Por isso, quando o paciente não consegue parar
definitivamente de fumar, cortar o cigarro antes e depois da cirurgia contribui
ao menos para evitar problemas relacionados a anestesia, trombose e embolias.”
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