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segunda-feira, 5 de maio de 2014

Geral: Forma atípica de Alzheimer pode estar presente em pacientes




Luís Alberto Alves

  Neurocientistas da Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, definiram um subtipo de doença de Alzheimer (DA) que não é bem identificada, nem tratada apropriadamente.

 A forma variante de Doença de Alzeimer que não afeta o hipocampo, representa 11% de um total de 1.821 casos de cérebros com Doenca de Alzeimer confirmados e examinados pelos pesquisadores da Clínica Mayo, o que sugere que esse subtipo é relativamente comum na população em geral.
Médicos analisam exames de Alzheimer

  A Associação da Alzheimer estima que 5,2 milhões de americanos convivem com a doença de Alzheimer. E como quase a metade dos casos de DA que não afeta o hipocampo não é diagnosticada corretamente, é possível significar que bem mais de 600 mil americanos têm essa variante da doença de Alzheimer, afirmam os pesquisadores.

 Numa apresentação oral no encontro anual da Academia Americana de Neurologia na Filadélfia, Pensilvânia, cientistas explicaram que a doença de Alzheimer que não afeta o hipocampo produz, frequentemente, sintomas que são substancialmente diferentes da forma mais comumente conhecida de doença de Alzheimer que afeta o hipocampo, o centro da memória.

 Os pacientes, na maioria homens, em fase mais jovem do que a doença em sua forma mais comum, podem apresentar sintomas, como problemas de comportamento como acesso de raiva, sentimentos de que seus membros não lhes pertencem e que são controlados por uma força “alienígena” não identificada. Podem ainda apresentar perturbações visuais, apesar de não terem problemas nos olhos, informam os pesquisadores.

 Os pacientes com essa variante de Alzheimer também entram em processo de degeneração mais rápido, do que os pacientes com a forma mais comum da doença.

“Muito desses pacientes, no entanto, têm memórias quase normal, levando os médicos a confundir o diagnóstico, com uma variedade de outros problemas que não correspondem à neuropatia básica”, disse a principal autora do estudo, a médica Melissa Murray, que é professora assistente de neurociência na Clínica Mayo da Flórida.

 Muitos desses pacientes são diagnosticados com demência frontotemporal, um distúrbio caracterizado por mudanças na personalidade e no comportamento social ou síndrome corticobasal, caracterizada por distúrbios do movimento e disfunção cognitiva. A disfunção da linguagem também é mais comum em pacientes com DA que não afeta o hipocampo, apesar de não terem deficiências vocais ou de audição.

“O que é trágico é que esses pacientes são comumente mal diagnosticados. Por outro lado, temos evidências de que medicamentos para tratar a doença de Alzheimer, já disponíveis no mercado, podem funcionar muito bem no tratamento desses pacientes com DA que não afeta o hipocampo, possivelmente melhor do que no tratamento da forma comum da doença”, diz Melissa Murray.

Os pesquisadores se beneficiam muito do fato de disporem um dos maiores bancos de cérebros do país, com mais de 6.500 cérebros doados, bem como de um ambiente colaborativo entre a pesquisa de neurociência e a neurologia na Clínica Mayo, ela diz.

As duas proteínas características da doença de Alzheimer – a beta amilóide (Aβ), que forma placas Aβ, e a tau, que produz emaranhados de neurofibrilas – são encontradas em todos os subtipos da doença de Alzheimer, incluindo a DA que não afeta o hipocampo. Os pesquisadores desenvolveram um algoritmo matemático para classificar subtipos de DA, usando contagens de emaranhados. “O que é fascinante é que todos os pacientes com subtipos de DA tinham a mesma quantidade de amilóide, mas, por alguma razão, emaranhados da tau foram encontrados em regiões corticais estratégicas, desproporcionais ao hipocampo”, descreveu.


Nesses pacientes, a tau danifica, preferencialmente, e destrói, com o tempo, os neurônios, em partes do cérebro envolvidas com o comportamento, consciência motora e recognição, bem como com o uso da fala e da visão, explicou Melissa Murray.

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