A hipocrisia não é capaz de esconder a voracidade do lobo durante o restante do ano |
Luís
Alberto Caju
Lobos
em pele de cordeiro: “Observai!
Eu vos envio como ovelhas entre os lobos. Sede, portanto, astutos como as
serpentes e inofensivos como as pombas”, livro de Mateus, capítulo 10,
versículo 16. Nesta época de festas de final de ano a mesma cena se repete: as
pessoas ruins ficam boazinhas, semelhantes aos carneiros.
Até os políticos prometem um novo ano com
mandato marcado pela justiça e honestidade. Nas empresas, o patrão que pisou
nos seus trabalhadores durante 12 meses, às vezes tirando “o couro” de todos
eles, aparece no refeitório, estrategicamente decorado com enfeites natalinos,
discursando o amor ao próximo.
Quando Jesus Cristo preveniu seus discípulos para
que fossem prudentes como as cobras, o grande Mestre sabia das maldades ocultas
existentes neste mundo. A maioria das pessoas, existem exceções, pensa apenas
no próprio umbigo, sem qualquer preocupação com o seu próximo. Na guerra pelo
dinheiro, vale todo tipo de arma para derrotar o adversário. Golpe sujo é
desferido sem qualquer cerimônia.
Poucos aplicam na prática os ensinamentos de
Jesus Cristo de amar o próximo como a ti
mesmo. Quantos filhos maldosos, agora posando de santos, abandonaram os
pais num asilo? Quantos pais gastaram todo o dinheiro do salário e 13º na
farra, principalmente em casas de prostituição? Quantas mulheres queimaram o
que ganharam neste mês de dezembro em compras inúteis, principalmente de
sapatos e roupas, onde não há mais espaço para guardar em casa?
A gulodice é outra marca registrada desta
época do ano. Geladeiras e freezers ficam abarrotados de carne, peru, pernil,
linguiça, frango e, claro, grande quantidade de cerveja. O negócio é comer e
beber bastante, como se o mundo fosse acabar na quarta-feira. O café da manhã
de muitos é arroz, feijão, churrasco e cerveja, logo de manhã. Para essa gente
alimentar bastante faz bem ao espírito.
Quantos são bons de verdade durante todo o
ano? Caridosos em ajudar o próximo, necessitado às vezes de um prato de comida
ou mesmo de um copo de leite. Preferem jogar o excesso de roupas e sapatos dos
armários no lixo, quando há diversas pessoas vestindo farrapos e de pés nos
chão, por falta de calçados.
Maldosos em nunca pisar os pés dentro do
hospital que trata de cancerosos e contaminados pelo vírus HIV, esperando
apenas a chegada da morte, que lentamente caminha rumo aos leitos onde
agonizam. Maldosos em nunca oferecer um prato de comida ao mendigo que tem como
abrigo as ruas e avenidas deste imenso Brasil. Maldosos em nunca fazer qualquer
tipo de ação pelos escravos do vício das drogas. Preferem apenas adotar e
engrossar o discurso raivoso do extermínio, de setores da nossa sociedade que
apostam no ódio como resolução dos problemas.
São esses indigentes espirituais, pois carecem
do amor de Deus no coração, que se multiplicam nas redes sociais, vestindo pele
de cordeiro e postando discursos lights, para passar a imagem de bondade,
aproveitando a carona das festas de final de ano. Coitados! Não passam de
mendigos disfarçados de capitalistas bem-sucedidos. No coração deles o amor é
essência rara.
Ali predomina o ódio, rancor
e vingança como antídoto contra os problemas. Precisam mostrar que são bons,
quando na verdade a bondade carece de propaganda. É igual sorriso de criança.
Ocorre naturalmente sem qualquer tipo de pressão. Que essas pessoas possam, um
dia, acordar e perceber que a essência para solucionar qualquer problema passa
por algo chamado AMOR! Principalmente pelo nosso próximo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário