O preço abusivo das passagens aéreas foi muito criticado pelos parlamentares |
Luís Alberto Caju
Deputados da Comissão de
Fiscalização Financeira e Controle rebateram dados da Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil) e das companhias aéreas que apontaram queda no preço das
passagens nos últimos dez anos. Os parlamentares denunciaram a existência de
cobranças abusivas.
Para o deputado Edio Lopes
(PMDB-RR), os números oficiais não refletem a realidade. "Sem ironia, se
eu chegasse aqui vindo do Exterior, depois dessa exposição, daria um prêmio de
eficiência para as empresas e a Anac", comentou, sobre os dados positivos apresentados,
ontem (18), em audiência pública na Câmara.
O presidente da Anac, Marcelo
Guaranys, disse que, em 2002, não havia passagens vendidas a menos de R$ 100,
enquanto, em 2012, cerca de 13% dos bilhetes domésticos estavam nessa faixa de
preço. O valor do quilômetro voado, segundo ele, caiu 56% entre 2002 e 2012.
Os dados apontam, no entanto, um
aumento de 4,16% entre 2013 e 2012. Esse impacto seria fruto da elevação do
custo do combustível das aeronaves.
Edio Lopes, por sua vez,
sustentou que as passagens são caras e o serviço é ruim. "Tenho aqui cópia
de uma pesquisa que mostra que uma empresa cobrou R$ 8 mil na passagem de um
trecho Brasília-Boa Vista. No mesmo dia, um bilhete ida e volta entre Brasil e
Tóquio estava mais barato", criticou. Segundo o parlamentar, o custo das
empresas não justifica um preço tão alto. O deputado propôs a criação de uma CPI para apurar o
valor das tarifas aéreas.
Tarifas abusivas
O deputado Hugo Motta (PMDB-PB)
questionou a política de acompanhamento de preços da Anac e o fato de as
tarifas continuarem altas mesmo com o aumento do número de passageiros. Ele
pediu a aprovação de um projeto de lei (PL 6.860/13), de sua autoria, que
permite a entrada de empresas estrangeiras no mercado brasileiro por tempo
determinado. "Isso vai possibilitar a concorrência e diminuir disparidades
de preços em períodos como o das Olimpíadas", disse.
Já Marcelo Guaranys destacou que
a Anac não tem competência para intervir nas passagens aéreas e defendeu o
modelo de livre tarifa. "A agência não é competente para determinar o que
é preço abusivo, o que é conduta predatória. O que podemos fazer é notificar o Cade [Conselho
Administrativo de Defesa Econômica]", explicou.
Segundo ele, a sugestão de
estabelecer tetos para os valores cobrados poderá inviabilizar as promoções. “A
imposição de um teto, do ponto de vista técnico, aumenta o ‘preço menor’ e é
esse valor que permite o acesso de parte da população ao transporte
aéreo", declarou.
O presidente da Abear (Associação
Brasileira de Empresas Aéreas), Eduardo Sanovicz, sugeriu que um grupo de
deputados monte uma comissão para visitar as companhias aéreas e, dessa forma,
tenha acesso a dados sobre a composição das tarifas. "Lá podemos explicar
como se formam os preços", disse.
Sanovicz argumentou que o valor
das passagens aéreas é pressionado pela "explosão" do valor do
querosene de aviação, o combustível das aeronaves. Ele afirmou que o modelo de
preços adotado pela Petrobras está defasado e que os impostos incidentes
aumentam o custo das empresas.
O dirigente da Abear criticou a cobrança de ICMS sobre o
combustível. "Em nenhum lugar do planeta, cobra-se tributo regional sobre
querosene de aviação", comentou.
Luís Alberto Caju
O deputado Hugo Motta (PMDB-PB) questionou a política de acompanhamento de preços da Anac e o fato de as tarifas continuarem altas mesmo com o aumento do número de passageiros. Ele pediu a aprovação de um projeto de lei (PL 6.860/13), de sua autoria, que permite a entrada de empresas estrangeiras no mercado brasileiro por tempo determinado. "Isso vai possibilitar a concorrência e diminuir disparidades de preços em períodos como o das Olimpíadas", disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário