Luís Alberto Caju
A Comissão de Constituição e
Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou nesta terça-feira (27) proposta que obriga
os planos privados de saúde a cobrir despesas com medicamentos de uso oral
contra o câncer no tratamento domiciliar, incluindo remédios para o controle de
efeitos adversos. Atualmente, a Lei dos Planos de Saúde (9.656/98), modificada pela proposta, exclui da cobertura
dos seguros o fornecimento de medicamentos para tratamento domiciliar.
O texto aprovado também inclui a cobertura de
procedimentos radioterápicos para tratamento de câncer e hemoterapia, desde que
estejam relacionados à continuidade da assistência prestada por meio de
internação hospitalar. As medidas estão previstas no Projeto de Lei (PL) 3.998/12, do Senado. Como foi alterada no mérito na
Câmara, a proposta retornará ao Senado para análise das modificações.
O relator na CCJ foi o deputado Ricardo
Berzoini (PT-SP). Segundo ele, o projeto cria uma obrigação que não representa
um custo demasiado para os planos de saúde. "Na medida em que as pessoas
podem se medicar em casa, elas não precisam ficar internadas. Então, você reduz
o custo de internação e as pessoas podem ficar junto aos familiares, fazendo um
tratamento que hoje é muito mais eficaz e moderno, que é o tratamento por via
oral”, defendeu Berzoini.
O texto aprovado é um substitutivo
acatado anteriormente pela Comissão Defesa do Consumidor, com emenda da
Comissão de Seguridade Social e Família. O substitutivo trocou o termo
“quimioterapia oncológica domiciliar de uso oral” por “tratamentos antineoplásicos
domiciliares de uso oral”. Os medicamentos antineoplásicos são usados para
inibir ou evitar a disseminação de tumores malignos (câncer).
A emenda aprovada na Seguridade passou a
permitir o fracionamento por ciclo desses medicamentos, de acordo com a prescrição
médica, uma vez que o tratamento do câncer quase sempre combina mais de uma
etapa, como cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula
óssea. Ainda segundo a emenda, os medicamentos serão oferecidos diretamente ao
paciente.
Autora da proposta, a senadora Ana Amélia
(PP-RS) explicou que atualmente cerca de 40% dos tratamentos oncológicos
empregam medicamentos de uso domiciliar, em substituição ao regime de
internação hospitalar ou ambulatorial. Segundo ela, em 15 anos, 80% dos
tratamentos oncológicos serão feitos na casa do paciente, com medicamentos de
uso oral.
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