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segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Hillary abre 11 pontos sobre Trump após divulgação de frases sexistas


  • Washington
Da Agência Ansa
A primeira pesquisa realizada após a divulgação de um vídeo com frases sexistas do republicano Donald Trump mostra uma disparada da democrata Hillary Clinton nas intenções de voto dos norte-americanos para a presidência. As informações são da Agência Ansa.
Segundo a sondagem, realizada a pedido da NBC e do Wall Street Journal, a ex-secretária de Estado aparece com 46% da preferência do eleitorado, enquanto o magnata caiu para 35%. Já o libertário Gary Johnson tem 9%, e a candidata verde Jill Stein, 2%.
No levantamento anterior feito pela NBC, Hillary estava com os mesmos 46%, mas Trump tinha 41%. A pesquisa foi realizada entre os dias 8 e 9 de outubro, no calor da divulgação do vídeo do bilionário e possui margem de erro de 4,6 pontos percentuais para mais ou para menos.
Na gravação, Trump fala de maneira ofensiva sobre as mulheres, dizendo que é possível fazer o que quiser com elas "quando se é famoso". "Elas deixam você fazer qualquer coisa. Pegá-las da maneira como quiser. Basta pegá-las pela (.....)", disse Trump na gravação, usando termo vulgar para se referir ao órgão sexual feminino. O vídeo é de 2005 e registra uma conversa com o apresentador Billy Bush.
Para se defender, o candidato declarou se tratar apenas de "papo de vestiário", mas ainda assim vem perdendo apoio entre os republicanos. As frases sexistas serviram de combustível para um agressivo debate entre Trump e Hillary no último domingo (9), no qual o bilionário acusou o ex-presidente Bill Clinton de assédio sexual contra várias mulheres.

Pesquisa: 80% da população brasileira entre 9 e 17 anos usam a internet


  • São Paulo
Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil
celular
Telefone celular continua sendo o principal meio usado pelo público com menos de 18 anos para se conectar, sendo utilizado por 83%EBC
Cresceu a frequência de acessos entre as crianças e adolescentes que usam a internet, segundo a pesquisa TIC Kids, divulgada hoje (10). O levantamento indica que 80% da população brasileira entre 9 e 17 anos utiliza a rede. Entre esses, o percentual dos que se conectam mais de uma vez por dia subiu de 21%, no estudo referente a 2014, para 66% no atual, com dados coletados em 2015.
O aumento do percentual de jovens que navegam na rede mais de uma vez por dia foi ainda mais expressivo na faixa de 15 a 17 anos (de 17% para 77%) e entre os jovens das classes A e B (de 21% para 75%). Entre os recortes apresentados, a menor variação foi entre as crianças e adolescentes das classes D e E. A alta passou de 25% para 49%.
Para elaboração da pesquisa foram feitas 6,1 mil entrevistas presenciais com crianças e adolescentes e 3 mil com pais ou responsáveis, em 350 municípios, entre novembro de 2015 e junho de 2016.
O trabalho foi realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), através do Centro Regional de 23,7 milhões de crianças e adolescentes usam a internet
Usam a internet, segundo o estudo, 23,7 milhões de crianças e adolescentes. Estão desconectados 5,9 milhões de jovens, sendo que desses, 3,4 milhões nunca tiveram contato com a rede. Os maiores percentuais de uso entre os 9 e 17 anos de idade são registrados no Sul (90%) e no Sudeste (88%). No Norte, o índice cai para 56% e, no Nordeste, para 71%. No Centro-Oeste, o percentual é de 85%.
A falta de disponibilidade de acesso no domicílio foi o principal obstáculo apontado pelos jovens. Segundo a pesquisa, 75% dos que não usam a rede (15% do total) apontam a falta do serviço no local onde vivem como razão. Entre o total de crianças e adolescentes na zona rural, 30% sofrem com o problema. Na região Norte, o acesso residencial está indisponível para 31% dos jovens, mesmo percentual entre os que vivem com até um salário mínimo.
Celular é usado por 83% dos jovens
O telefone celular continua sendo o principal meio usado pelo público com menos de 18 anos para se conectar, sendo utilizado por 83% deles (82% na pesquisa anterior). O computador de mesa perdeu relevância, era usado por 56% dos jovens no levantamento anterior e agora faz parte do cotidiano de apenas 38%. O tablet era usado por 32% e, atualmente, por 21%.
Nesse sentido, ficou em 31% o percentual de crianças e adolescentes que acessam a rede somente pelo celular. O índice chega a 41% entre os que vivem em áreas rurais e 53% nos residentes na região Norte. No público entre 15 e 17 anos, 39% utilizam a internet apenas através do telefone móvel.
Entre as motivações, 73% dos meninos e 84% das meninas disseram que se conectam para fazer trabalhos escolares. Enviar mensagens instantâneas é a atividade declarada por 77% do público feminino e 78% do masculino. Enquanto 78% dos jovens de ambos os sexos disseram que utilizam as redes sociais.

Ministério Público pede condenação de ex-diretores do Banco Panamericano




  • São Paulo
Fernanda Cruz – Repórter da Agência Brasil
O Ministério Público Federal de São Paulo pediu a condenação de nove ex-diretores do Banco Panamericano, acusados de crimes como gestão fraudulenta e apropriação indébita entre 2007 e 2010. Com a gestão criminosa, o banco sofreu um rombo e foi vendido à Caixa Econômica Federal.
São acusados Luiz Sebastião Sandoval, Rafael Paladino, Wilson Roberto de Aro, Marco Antônio Pereira da Silva, Cláudio Baracat Sauda, Adalberto Savioli, Antônio Carlos Quinta Carletto, Eduardo de Ávila Pinto Coelho e Luiz Augusto Teixeira de Carvalho Bruno. O pedido de condenação foi feito à 6ª Vara Federal de São Paulo.
Segundo a denúncia, os executivos fraudaram o resultado dos balanços do banco em R$ 3,8 bilhões (em valores não atualizados). Eles receberam, em bônus e pagamentos irregulares, mais de R$ 100 milhões. O banco apresentava falsos resultados positivos, mas em 2010 a fraude foi descoberta.
Além das penas de prisão, o MPF requereu a aplicação de pena de perdimento dos bens apreendidos dos nove acusados em favor da União. O objetivo é recuperar, ainda que parcialmente, o prejuízo aos cofres públicos na aquisição do banco.
Histórico
Em 2012, foram acusados 17 réus por terem recebido bônus de R$ 90 milhões por pessoas jurídicas constituídas pelos diretores para prestação de serviços ao Panamericano. Assim, o pagamento de bônus era parte de uma política da holding, sobre a qual os acusados não tinham ingerência.
Por isso, a procuradoria do MPF pediu a absolvição de parte dos acusados - Marcos Augusto Monteiro, Maurício Bonafonte dos Santos, Carlos Roberto Vilani, Elinton Bobrik, Mario Tadami Céu, Vilmar Bernardes da Costa, José Maria Corsi e João Pedro Fassina.

Resultado do teste com pílula do câncer sai em seis meses


  • São Paulo
Fernanda Cruz – Repórter da Agência Brasil
Os primeiros resultados do estudo que testa a eficácia da fosfoetanolamina sintética, conhecida como a "pílula do câncer", saem em um período de seis meses, estimam os pesquisadores. Hoje (10), começou oficialmente a segunda fase da pesquisa, no Instituto do Câncer, na capital paulista.
De acordo com a médica oncologista e pesquisadora Milena Mak, 200 pacientes, divididos em dez grupos de diferentes tipos de câncer, estão passando pela fase de avaliação e assinatura do termo de consentimento para o início dos testes.
Na seleção, foram escolhidas pessoas em estágio avançado da doença. “Os pacientes passaram pelos tratamentos tradicionais, sabidamente eficazes para tratamento daquela neoplasia, ou seja, tratamentos curativos ou que estão associados a ganho de sobrevida. Mas todos os pacientes estão com uma boa funcionalidade, têm as funções orgânicas preservadas por se tratar de uso de droga experimental”, explica Milena.
Desde julho, dez pacientes já vinham tomando a fosfoetanolamina, durante a primeira fase, em que ficou comprovado que a substância não é tóxica. “Pudemos observar que nenhum paciente apresentou toxicidade proibitiva à continuidade do estudo, não foram observados efeitos colaterais graves associados ao uso da fosfoetanolamina”, esclareceu a médica.
Uma terceira etapa está prevista apenas em caso de boa resposta à testagem inicial. “Vamos analisar, dentro de cada grupo, a eficácia da droga através da realização de exames de imagem para ver se houve redução do tumor”, disse. “Se nós observarmos três respostas favoráveis dentre 21 pacientes em qualquer um dos grupos, o grupo pode ser expandido para um total de até 100 pacientes por grupo. Totalizaremos até mil pacientes no estudo”, completou a médica.

Desmistificando a Hérnia de Disco



 Luís Alberto Alves
Mal recorrente na população adulta, cerca de 30% das dores na coluna
podem se tornar crônicas – com maior intensidade e duração. Entre as causas mais
comuns, está a Hérnia de Disco. Advinda de uma fissura no disco intervertebral,
é resultado da má postura, de exercícios ou movimentos bruscos, que pressiona
os nervos da região e gera dor.

“Entre cada corpo vertebral, há um disco intervertebral, cuja função é amortecer e garantir a mobilidade da coluna em diversas direções. A hérnia é uma projeção do disco além do limite do corpo vertebral, uma espécie de massa de modelar seca que, ao mobilizar, perde sua integridade - ao contrário de uma massa nova, úmida, que podemos trabalhar em várias direções sem desmanchar”, explica a dra. Juliana Barcellos, Coordenadora Científica do Comitê de Dor e Movimento  da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED).

A fisioterapeuta alerta que uma quantidade significativa da população adulta sofre de hérnia de disco e aponta possíveis fatores, como o avanço da idade e a perda de água na composição corporal associada ao envelhecimento, deformidades, lesões, sedentarismo e fatores genéticos. Esforços físicos, sedentarismo e sobrepeso também podem ocasionar o evento.

Os sintomas que englobam o quadro são: enfraquecimentos dos membros ou sensação de formigamento, dores intensas na região afetada da coluna ou nos nervos. Para identificá-la, o médico realiza um exame físico ou analisa o histórico clínico do paciente.

A fisioterapia é muito recorrente e está entre os tratamentos disponíveis, pois recupera os movimentos perdidos devido à hérnia. “Facilitar esses movimentos e recuperar a função da coluna são importantes para controlar a dor”, reforça dra. Juliana. Alternativas terapêuticas incluem hidroterapia, Pilates, Eletroterapia, RPG e exercícios aeróbicos.

É preciso, ainda, melhorar os hábitos alimentares, a hidratação, o sono e combater o sedentarismo. Em última instância, se a hérnia estiver em um local crítico e em estado comprometedor, a cirurgia é recomendada. “É preciso desmistificar a hérnia de disco, pois os pacientes costumam se assustar com o nome antes de saber o que significa. Indicamos mapear a dor e observar suas causas, pois, muitas vezes, estão associadas a outros fatores que precisam de correção”, conclui.

Como lidar com a falta de desejo sexual na menopausa



Luís Alberto Alves

O envelhecimento feminino e a consequente menopausa são temidos pela maioria das mulheres. Durante essa fase, a libido é afetada e, se isso não for apropriadamente esclarecido, desavenças entre casais podem surgir. O dr. Eliano Pellini, membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP) e chefe do setor de saúde e medicina sexual da Faculdade de Medicina do ABC, explica que a libido é uma energia vital, muito além da pulsão sexual, que pode ser dirigida a qualquer setor da vida e seus desejos.

O processo de envelhecimento diminui esse interesse substancial”, afirma. Segundo Pellini, a palavra libido relacionada a desejos sexuais também é afetada durante o climatério.

Durante essa fase, os hormônios femininos são reduzidos e todo equipamento sexual é lentamente atrofiado. Geralmente, concomitantemente à menopausa, outros aspectos da vida da mulher, como desânimo, fraqueza e inadequação à família, prejudicam a disposição à libido.

“Basicamente, as queixas sexuais da mulher madura são cinco: falta de desejo, falta de excitação, falta de lubrificação, falta de orgasmo e dor no ato sexual”, ressaltou o especialista. Acrescentou que, no entanto, a maioria das mulheres é neutra em relação ao sexo, ou seja, é normal que precisem de estímulos para entrar no clima; especialmente após relacionamentos longos.

Terapias hormonais com estrogênios e reposição de testosterona são possíveis soluções para o aumento da libido. E, para um pleno resultado, esforços também devem ser direcionados a uma assistência multidisciplinar que inclua cuidado com outros problemas que possam surgir simultaneamente a essa fase, como anemia, depressão e problemas de baixa autoestima.

Durante esse período, aspectos emocionais e físicos estão ligados. “O próprio processo natural de envelhecimento é mal aceito na nossa sociedade e causa desconforto nas mulheres. A impressão que a mídia transmite é de que as pessoas se relacionarão sexualmente durante toda a vida, no entanto, devemos entender que, em determinado momento, a idade chega; e antigos parceiros de sexo se tornam parceiros de vida e de amizade”, frisa dr. Eliano.

O parceiro deve ser compreensivo e perceber a sensibilidade do período pelo qual a cônjuge está passando, além de contribuir para que o prazer sexual seja mútuo. “É difícil conciliar esses dois componentes, homem e mulher. Por isso, o papel do parceiro é fundamental”.

Boa alimentação e exercícios físicos rotineiros são imprescindíveis para manter a qualidade de vida e, consequentemente, contribuir para estimular a libido.  “É bom evitar medicamentos antidepressivos, pois estes interferem na vida sexual. A indicação de quais são as melhores drogas para não interferir interesse sexual deve ser feita por um psiquiatra, e é indispensável”, conclui.

Aproximadamente 20 milhões de pessoas trabalham no período noturno


Redação
São vários serviços que funcionam durante a noite e a sociedade já está acostumada aos serviços disponíveis 24 horasFoto: ACS/Débora Santos-Da esq.p/dir.,Eliane Loeff; Frida Fischer, Tereza Ferreira e Jefferson Silva
A Coordenação de Educação (CEd) da Fundacentro convidou a doutora Frida Marina Fischer para discorrer sobre “Trabalho e Saúde na sociedade 24 horas”, no auditório Edson Hatem do Centro Técnico Nacional, em Pinheiros - SP.
O tecnologista Jefferson Peixoto da Silva, e a técnica Eliane Vainer Loeff, ambos da CEd/SAE da Fundacentro, organizaram o evento. Além dos organizadores, a mesa de abertura do evento contou com a participação da diretora técnica substituta, Tereza Luiza Ferreira dos Santos.
A palestrante doutora Frida Fischer é presidente da Working Time Society, sociedade científica que estuda o tema sobre jornada de trabalho e questões ligadas a saúde e bem estar do trabalhador. “Estudo esse tema desde a década de 70. Além disso, em 1980, a Fundacentro atendeu uma solicitação do diretor da instituição Diogo Pupo Nogueira que, na época, foi o meu orientador e publicou a minha dissertação de mestrado”, informa. O título da dissertação é “Trabalho em Turnos: alguns aspectos econômicos, médicos e sociais”.
Para Frida, essa iniciativa foi primordial para iniciar as discussões sobre jornada de trabalho, assunto que naquela época não tinha muita visibilidade no país. São vários estabelecimentos que funcionam à noite e a sociedade já está acostumada aos serviços disponíveis 24 horas, como exemplo, supermercados, farmácias, posto de gasolina, hospitais, aeroportos, transporte, indústrias químicas, siderúrgicas e outros. Fischer explica que para atender a essa demanda existem aproximadamente 20 milhões de pessoas que trabalham a noite, o qual corresponde a 20% da força de trabalho.
Porém, esses trabalhadores estão mais propensos a desenvolver doenças como estresse, depressão, baixos níveis de alerta, cardiovasculares, diabetes, fadiga crônica, distúrbios digestivos e aumento do risco de acidentes. Além disso, os relacionamentos familiares e sociais também são comprometidos.
Ritmo biológico
A doutora informa que o trabalho coincide com o período de luz, bem como a noite com o período de repouso. O relógio biológico desempenha o papel de regulação temporal circadiana interna. “O nosso organismo tem uma estrutura temporal interna e funciona de forma diferente de dia e a noite. Todas as células do nosso corpo, tecidos e órgãos têm funcionamentos distintos. A rotação da Terra leva a ter marcadores temporais externos que regulam os nossos marcadores internos ou marcadores endógenos, que mesmo na ausência de luz continuam funcionando”, explica Frida.
Como o corpo humano tem ritmos biológicos que o preparam para o ciclo de vigília de acordar e dormir e vice-versa, normalmente as pessoas dormem à noite e trabalham pela manhã. A especialista aponta que o sono é muito frequente nas reclamações dos trabalhadores noturnos. “Micro-sonos ou lapsos na vigília (sonolência) ocorre, geralmente, com motoristas na estrada. Nesse caso, ocorrem muitos acidentes”, relata a doutora.
Com relação aos motoristas de caminhão, Frida salienta um estudo que discorre sobre esses profissionais que estão sujeitos a condições de trabalho que podem contribuir significativamente para o comprometimento de sua saúde. A especialista salienta que o trabalhador noturno não consegue dormir durante o dia, seja pela movimentação das pessoas na casa, barulho e claridade.
Melatonina e sua concentração no período da noite
Segundo Frida, a produção da melatonina ocorre na escuridão e a concentração no sangue e nas células é maior à noite. Já no período da manhã, a luz do sol faz com que a melatonina se transforma em seratonina. A seratonina por sua vez dá a sensação de bem estar.
A presidente da Working Time Society informa que certo mal-estar acompanha a pessoa que trabalha à noite. Para quem precisou permanecer acordado a noite inteira, seja porque foi em uma balada, cuidou do filho ou realizou um trabalho escolar, esse mal-estar também pode ser sentido nesses casos.
“Nos últimos 15 anos, especialistas começaram a verificar que o trabalho noturno, das 22h às 5h da manhã, causa realmente danos à saúde, os principais são obesidade, diabetes, depressão e até câncer”, discorre Fischer.
A obesidade ganha destaque porque “tanto mulheres quanto homens ganham mais peso quando estão inseridos no trabalho noturno”, salienta Frida. Isso porque o índice de massa corpórea (IMC) aumenta decorrente da má alimentação. A doutora cita que um estudo feito com enfermeiros, revela que o trabalhador não tem o habito de se alimentar direito e, muitas vezes, faz refeições rápidas e pouco nutritivas.
Assim como os enfermeiros, os caminhoneiros também foram citados por Frida, porque esses profissionais dormem pouco e, isso faz com que eles tenham maior concentração do hormônio leptina que é produzida por células de gordura. Ou seja, por meio da medida da leptina, o cérebro recebe a informação de que a pessoa pode estar com fome ou não.
Fischer informa que também existem análises recentes que relacionam a incidência do câncer de mama e trabalho noturno. Destaca um estudo da Dinamarca, o autor da pesquisa é Johnny Hansen que divulgou que as mulheres que trabalham no período noturno têm um risco maior em desenvolver câncer de mama.
As análises ainda serão estudadas com mais profundidade, porém, a doutora salienta que alguns estudos como o daInternational Agency for Research on Cancer (IARC), relaciona o trabalho noturno e a incidência de câncer.
Longa jornada de trabalho
De acordo com o artigo nº 7º, inciso XIV, da Constituição Federal de 1988, a jornada diária de trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento deverá ser de, no máximo, seis horas diárias, perfazendo um total máximo de 36 horas semanais.
Já, o Decreto Federal nº 3048, de 06 de maio de 1999, os agentes etiológicos e fatores de risco de saúde ocupacional são reconhecidos pelos Ministérios da Saúde e Previdência Social como causas de doenças e classificadas pela Classificação Internacional de Doenças (CID- 10).
Fischer ressalta que 12 horas de jornada de trabalho é muito desgastante para o trabalhador. “Não é brincadeira uma pessoa trabalhar das 7h às 21h, pois o efeito da longa jornada de trabalho é devastadora à saúde”, frisa a doutora.
Em 2000, Frida realizou um estudo na indústria petroquímica, no qual foi analisado que os trabalhadores desenvolviam suas atividades no período de 12 horas. “A indústria queria saber se mudaria a jornada de trabalho de 12 horas para 8 horas, pois os trabalhadores reclamavam de cansaço”, informa Frida.
Para isso, durante várias semanas foram analisados os registros de sono e vigília dos trabalhadores. Os trabalhadores durante o dia registravam no questionário específico sobre a sua sonolência nos seguintes horários: se entravam às 7 horas da manhã, respondiam às 9h; às 15h e às 17h. No período da noite também era feito o mesmo procedimento.
“O trabalhador respondia o questionário nos dias de trabalho diurno e noturno e também no período de folga. Havia claramente uma diminuição do alerta na décima hora do trabalho noturno. Quando menos a pessoa dorme, aumenta a probabilidade de adormecer involuntariamente durante a execução de uma atividade”, exalta Frida.
O mesmo estudo foi utilizado com os enfermeiros e o resultado foi idêntico. Completa que a insônia e problemas vasculares em profissionais de enfermagem são três vezes maiores.
Cochilo durante o trabalho noturno
De acordo com Fischer, o cochilo durante o trabalho noturno se mostra eficaz no caso em que o sono do trabalhador é inferior durante o dia. A perda do sono e a dificuldade de dormir durante o dia pode estar associado a diversos fatores, tais como aumento da secreção de cortisol e da temperatura central pela manhã, redução da melatonina, ruídos, claridade e afazeres domésticos.
Para preservar a saúde do trabalhador e a qualidade do serviço, Frida acredita que o cochilo durante o trabalho noturno além de reduzir a sonolência, evita acidentes e melhora o desempenho dos trabalhadores ao realizar as atividades de trabalho. Isto foi observado em um estudo feito com enfermeiros. Contudo, a doutora salienta que o local para o cochilo deve ser adequado para o trabalhador recuperar de fato as horas de sono.
Trabalho em turnos
Diferentemente do trabalho noturno, o trabalho em turnos pode ter duas ou mais equipes a qual uma sucede a outra no desenvolvimento das atividades. Desta forma, mantém a produção ou a prestação de serviços em uma empresa ou instituição, durante um período superior ao de 8 horas por dia.
Além disso, os horários de trabalho podem ser fixos ou não. “As empresas ou serviços que mantêm turnos de trabalho, geralmente, o fazem por períodos que variam de 12 a 24 horas por dia, podendo dar continuidade ou não por toda semana mês e ano”, informa Frida.
Os profissionais de aviação, por exemplo, trabalham em turnos, isso porque esses profissionais podem trabalhar em um dia no período da manhã, outro à tarde e outro à noite. Neste exemplo, o fuso horário também é uma variável.
No entanto, estudos revelam que os trabalhadores que desenvolvem atividades em turnos estão propensos a sofrer com riscos ambientais, adoção de estratégias combinadas com os efeitos do processo biológico de envelhecimento, distúrbios sérios como problemas de sono e, consequentemente, aposentadoria antecipada.
“Desde a década de 90, o autor Leon Kreitzman, do termo The 24 Hour Society (Sociedade 24 horas), fala que está se criando duas classes na sociedade, a primeira que gasta um monte de tempo tentando economizar dinheiro e a segunda que gasta um monte de dinheiro tentando economizar tempo. Porque o tempo é muito precioso e o tempo uma vez passado – passou!”, enaltece Frida Fischer.
A palestra ocorreu no dia 27 de setembro e faz parte do Primeiro Ciclo de Palestras da Coordenação de Educação (CEd) da Fundacentro, disponíveis no Youtube da instituição.