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sexta-feira, 19 de julho de 2024

Geral: YPF Brasil investe em iniciativas ecológicas em fábrica na Grande São Paulo

     Divulgação


Radiografia da Notícia

Em um mercado tradicionalmente poluente, a YPF Brasil segue investindo em iniciativas ecológicas

Mais de 60% do resíduo gerado na empresa segue para processos de reciclagem

 Preservando assim a fauna e flora local, além da sociedade presente no entorno da planta fabril

Redação/Hourpress

A YPF Brasil, subsidiária da empresa petrolífera argentina, está presente há mais de 25 anos no país atuando no mercado de óleos lubrificantes. Além disso, a marca também possui linhas químicas, agrícolas e navais, que são distribuídas para o Brasil e a América Latina.

Em um mercado tradicionalmente poluente, a YPF Brasil segue investindo em iniciativas ecológicas, buscando evitar o impacto do descarte indevido de seus produtos no meio ambiente, preservando assim a fauna e flora local, além da sociedade presente no entorno da planta fabril.

“Nossa operação está presente desde 1998 na cidade de Diadema, na Grande São Paulo. Desde o princípio, o meio ambiente foi nossa preocupação; pensamos nele em todas as etapas de produção. Do desenvolvimento, a utilização dos insumos, o envase, as embalagens, até mesmo no envio dos produtos, todo processo segue nosso sistema de descarte ou preservação ambiental”, descreveu o gerente de qualidade da YPF Brasil, Denilson Barbosa.

 A maneira certa de descartar

A YPF Brasil aplica em sua planta fabril a coleta seletiva de resíduos em três etapas. Na primeira, todo o processo de lixo reciclável é coletado; atualmente, mais de 60% dos resíduos gerados pela fábrica são destinados para processos de reciclagem.

A segunda etapa refere-se ao restante do resíduo comum que é levado para um aterro sanitário. Já na terceira etapa, o resíduo perigoso segue para um tratamento autorizado pela CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).

“Além de todo esse resíduo, ainda temos o cuidado com o descarte do óleo velho ou que não pode ser utilizado para comercialização. Esse material é encaminhado para uma empresa especializada em refino de lubrificantes, onde é reaproveitado”, comenta Barbosa.

 Energia limpa em todo o processo de produção

Para garantir a eficiência de todos os processos ecológicos, a YPF Brasil também investiu na utilização de energia limpa. Desde o início do ano, a fábrica contratou uma empresa especializada no fornecimento de energia elétrica de fontes renováveis. 

Todo o sistema da planta foi modernizado, permitindo a eletrificação correta do maquinário e escritórios. Optar por fontes de energia limpa de baixa emissão, contribui para os esforços globais de mitigação das mudanças climáticas, como também fortalece a posição de liderança em sustentabilidade e responsabilidade corporativa.

“Além de trazermos mais economia para toda a fábrica, evitamos grandes impactos ambientais com fontes alternativas de geração de energia. Pensamos no controle de emissões atmosféricas e no controle de emissões de efluente líquido. Somando-se a tudo isso, fortalecemos nosso sentimento pelo meio ambiente, desenvolvendo uma indústria muito mais sustentável”, finalizou Denilson.

Geral: Sustentabilidade é destaque no último final de semana da Fórmula E

Divulgação


 Radiografia da Notícia

FIA Girls on Track, Fundo para Futuros Melhores e painéis com palestras sobre o tema fazem parte das ações

As ações incluem programas de impacto social de base, como o FIA Girls on Track, que receberá 170 jovens mulheres durante o fim de semana

A sustentabilidade social e ambiental continua a ser uma parte essencial do DNA da Fórmula E

Redação/Hourpress

O Campeonato Mundial ABB FIA Formula E anunciou algumas medidas de sustentabilidade que farão parte da final da décima temporada, que será neste sábado (20) e domingo (21) no Hankook London E-Prix de 2024 no ExCeL London, em Londres.

As ações incluem programas de impacto social de base, como o FIA Girls on Track, que receberá 170 jovens mulheres durante o fim de semana, projetos comunitários locais apoiados pelo Fundo para Futuros Melhores, além do evento alimentado por energia renovável e sistemas significativos de gestão de resíduos.

A sustentabilidade social e ambiental continua a ser uma parte essencial do DNA da Fórmula E, que celebra uma década de automobilismo sustentável. Mantendo sua posição como o esporte mais sustentável do mundo, a Fórmula E apoia comunidades e o meio ambiente, com o propósito de acelerar o progresso humano sustentável. 

Planeta

Nesta temporada, o campeonato entregou iniciativas de ponta personalizadas em cada local de corrida, beneficiando tanto as pessoas quanto o planeta.

"Na Fórmula E, a sustentabilidade está no nosso DNA e no coração da tomada de decisões, e com o Hankook London E-Prix não é diferente. Como o esporte mais sustentável do planeta, nos orgulhamos de entregar programas e iniciativas importantes que beneficiam as pessoas nas nossas comunidades anfitriãs e o ambiente mais amplo onde corremos''. 

''Neste fim de semana, continuamos a garantir que nosso fim de semana de corrida seja realizado com os mais altos padrões possíveis de sustentabilidade, ao mesmo tempo em que promovemos e apoiamos a diversidade, a comunidade e a ação ambiental", disse Julia Pallé, Vice-Presidente de Sustentabilidade da Fórmula E.

As ações de sustentabilidade no Hankook London E-Prix de 2024 incluem:

FIA Girls on Track

- O programa recebeu 170 jovens mulheres de 12 a 18 anos para uma experiência imersiva, elevando o total de participantes do programa nesta temporada para mais de 2.000, mais do que o dobro do número total de meninas envolvidas durante a Temporada 9.

- O programa foca na educação em STEM e na inclusão de gênero no automobilismo, engajando meninas de comunidades diversas nas cidades-sede.

- Este ano foi o primeiro a ter eventos em todos os locais de corrida, incluindo atividades na pista e palestras de carreira em universidades.

Mulheres

- A experiência de um dia inclui palestras de carreira, uma caminhada na Pit Lane, assistir ao FP1, ativações na Arena de Jogos, E-Karting e workshops educacionais no local, liderados por mulheres dentro do paddock.

- Além do evento no local, na quinta-feira, 11 de julho, a Fórmula E co-organizou um painel de discussão sobre mulheres no automobilismo na Prefeitura de Londres em colaboração com a Greater London Authority e o Local London Careers Hub. O evento contou com a presença de mais de 100 meninas de escolas locais no leste de Londres, juntamente com o Vice-Prefeito de Negócios, Howard Dawber.

*O programa FIA Girls on Track da Temporada 10 é apoiado por Hankook (Parceiro Apresentador), ABB (Parceiro Global) e WAE (Parceiro Oficial), com o Parceiro Oficial da série, Allianz, apoiando esta iniciativa como Parceiro Global.


Geral: É possível ter amizades verdadeiras na vida adulta?

     Pixabay


Radiografia da Notícia

No Dia do Amigo, celebrado em 20 de julho, psicóloga do Cejam esclarece a dúvida e oferece orientações para cultivar as relações

*  Pesquisa realizada pela Meta-Gallup em 142 países revelou que 1/4 da população mundial se sentia sozinha em 2023

A falta de alguém para compartilhar momentos pode trazer sérios prejuízos à saúde

Redação/Hourpress

Muitos afirmam que a solidão é o mal do século. De fato, a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a gravidade desse sentimento, tornando-o uma prioridade de saúde global para os próximos três anos.

Pesquisa realizada pela Meta-Gallup em 142 países revelou que 1/4 da população mundial se sentia sozinha em 2023, representando aproximadamente um bilhão de pessoas. No entanto, suspeita-se que esses números possam ser ainda maiores. E o aspecto mais preocupante foi que as taxas mais altas de solidão foram relatadas principalmente entre adultos, com idades entre 19 e 29 anos.

A falta de alguém para compartilhar momentos pode trazer sérios prejuízos à saúde. De acordo com a Brigham Young University, nos Estados Unidos, a situação pode ser tão prejudicial quanto o consumo diário de 15 cigarros.

Cenário

Contudo, uma das estratégias para minimizar esses impactos é fortalecendo as conexões com outras pessoas, e é aqui que a amizade desempenha um papel crucial.

"Na vida adulta, as responsabilidades e compromissos, como trabalho, família e relações amorosas, aumentam e passam a ser prioridades. Isso deixa menos tempo e energia para investir em boas e novas amizades", afirma Ana Paula Ribeiro Hirakawa, psicóloga do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim.

Fatores como falta de tempo, preferência por comunicações via redes sociais e superficialidade nas conversas podem agravar esse cenário. Traumas passados e experiências negativas também podem influenciar negativamente na capacidade de estabelecer confiança e criar conexões.

Laços

"Há inúmeros fatores que dificultam o fortalecimento das amizades na fase adulta. Diferentemente da infância, as amizades tendem a ser mais seletivas e baseadas em valores e interesses compartilhados, o que pode ser considerado um desafio adicional", explica a psicóloga.

Mas, apesar dos obstáculos, a profissional garante que é possível manter amizades antigas e construir novos laços. “Para isso, é importante estar disposto a criar e buscar oportunidades para interações significativas, onde se possa compartilhar experiências e emoções profundas, de preferência presencialmente.”

No caso da busca de novas relações, participar de atividades que despertem o interesse pessoal e permitam encontrar pessoas com afinidades similares pode ser um excelente ponto de partida.

Conversas

Algumas ações que podem facilitar esse processo incluem integrar-se a grupos ou clubes, oferecer-se como voluntário para causas que façam sentido, comparecer a eventos sociais e de trabalho, além de manter-se aberto e acessível. Ter uma escuta ativa e empática durante as conversas é fundamental.

É essencial ter em mente que a amizade, acima de tudo, é uma via de mão dupla, exigindo dedicação de ambas as partes. Não se trata apenas de encontrar pessoas com interesses semelhantes, mas também de estar disposto a investir tempo e energia na construção desses relacionamentos.

Uma pesquisa publicada pelo Journal of Personal and Social Relationships concluiu que indivíduos que acreditam que a amizade depende do acaso tendem a se sentir mais solitários. Em contrapartida, aqueles que entendem que ter amigos requer esforço sentem-se menos solitários e, consequentemente, possuem um maior número.

Partes

"Normalmente, levamos cerca de 30 horas de interação para criar uma amizade casual. Para relações mais profundas, precisamos de mais, são necessárias 140 horas para se conquistar um bom amigo e 300 para criar um vínculo realmente significativo. Não tem jeito, esse processo requer tempo e interesse de ambas as partes”, complementou Ana Paula.

A presença de amigos possui um impacto significativo e incontestável no dia a dia. Eles desempenham um papel crucial no bem-estar, além de promover a saúde física e mental. A troca de experiências, risos e até mesmo momentos de tristeza com eles torna a vida mais leve.

"A amizade tem o poder de proporcionar suporte emocional, intensificar a sensação de pertencimento e reduzir o estresse. Elas oferecem um ambiente seguro para a expressão de sentimentos, validação e apoio, e auxiliam na regulação emocional e no fortalecimento da autoestima", concluiu a especialista.


Túnel do tempo: Guerra do Vietnã começa ganhar intensidade

    Arquivo


Redação/Hourpress

Em 19 de julho de1964, num comício em Saigon, o Primeiro-ministro sul-vietnamita, Nguyen Khanh, defende dirigir a guerra em direção ao norte do Vietnã.

sexta-feira, 21 de junho de 2024

Crônica: Quando a reclamação vira irritação

Arquivo Hourpress


O seu perfeccionismo causava irritação em quem estivesse do seu lado

Astrogildo Magno

Livia era uma jovem que reclamava de tudo. Nada estava correto. Sempre procurava defeito, seja na comida, no calçado, na roupa, na casa, no trabalho, nas pessoas. O seu perfeccionismo causava irritação em quem estivesse do seu lado. Poderia figurar na galeria dos irritantes.

Bonita, de olhos cor de mel, cabelos bem negros, batendo na cintura, corpo esbelto e muito sexy. Porém não conseguia permanecer ao lado de nenhum homem. O descontentamento logo acabava afastando quem estava começando a ficar apaixonado por ela. Conselhos, a sua mãe lhe dava bastante, mas nunca eram ouvidos.

Numa tarde de domingo ensolarado começou a sentir fortes dores nas costas e ardor na hora de urinar. Às vezes Livia começava a chorar por causa da intensidade das dores. Foi ao médico e se constatou que os seus rins não estavam funcionando bem e problema poderia piorar....

Astrogildo Magno é cronista.


Geral: Mulheres negras lideram maioria das comunidades na Baixada Santista

    EBC


Radiografia da Notícia

Elas têm pouco acesso a recursos e a políticas públicas, mostra estudo

A pesquisa foi lançada na mesma semana do dia 21 de junho

* Os fatores mais indicados são a falta de acesso a recursos financeiros para manter associações comunitárias

Agência Brasil 

O perfil predominante das 37 lideranças comunitárias dos municípios de Santos, São Vicente, Guarujá, Cubatão e Peruíbe, na Baixada Santista (SP), é de mulheres que se autodeclaram negras, que representam 70% do total, e 96% delas não têm renda pessoal. Os dados são do  estudo Território e Comunidades da Baixada Santista, feito pelo Instituto Elos. 

A pesquisa também mostra que 62% atuam há mais de vinte anos como lideranças e 61% têm mais de 50 anos. O objetivo do estudo é identificar o panorama atual das lideranças, organizações e territórios da Baixada Santista pós pandemia, mapear o acesso aos bens e serviços públicos nos territórios e as condições institucionais ou não, das ações realizadas pelo fortalecimento comunitário na região.

Entre os desafios para atuar como lideranças nos territórios, os fatores mais indicados são a falta de acesso a recursos financeiros para manter associações comunitárias e a desmobilização (87% e 74% respectivamente). A falta de acesso às políticas públicas foi indicada como um desafio para 70% das lideranças entrevistadas. No entanto, de todo o universo da pesquisa, apenas 35% participam de conselhos ou de iniciativas de diálogos com o setor público.

Social

A pesquisa foi lançada na mesma semana do dia 21 de junho, data instituída para comemorar o Dia da Educação Humana Não Sexista. A data existe desde 1991 e foi criada pela Rede de Educação Popular entre Mulheres da América Latina e do Caribe (Repem). 

“O que vemos é que existe uma dificuldade imensa de se manter e de manter esse trabalho social. E não só na pandemia, mas no pós-pandemia, porque ainda se enfrenta uma realidade de bastante vulnerabilidade social, com o agravamento da fome, da insegurança alimentar e quem está à frente dessas organizações são majoritariamente mulheres negras”, explicou a arquiteta e diretora de projetos do Instituto Elos, Natasha Gabriel.

Natasha destacou que essas mulheres à frente das organizações são aquelas que fazem um trabalho de cuidados social e coletivo, voltado para a economia do cuidado não só no ambiente doméstico e familiar, mas no coletivo por meio dos trabalhos sociais nos territórios. 

Coletivo

“Por isso falamos do tema da educação não sexista, porque a base de tudo é a educação. Ou seja, quando entendemos que a maioria das pessoas que estão preocupadas com a nossa sociedade, com esse cuidado cotidiano coletivo são mulheres, entendemos que precisamos realmente trabalhar uma série de valores, como a diversidade, a solidariedade, a empatia, a cooperação”, disse a diretora. 

Para Natasha, levando em consideração que muitas já estão na liderança há mais de 20 anos, seria necessário pensar em um arranjo social justo, porque além de exercerem essa função, são mulheres que muitas vezes têm um emprego formal remunerado e cuidam da casa e da família, mergulhando em jornada tripla. Segundo ela, 96% das lideranças atuam sem remuneração pessoal. 

“Por que a sociedade não reconhece isso como um trabalho que mereça alguma remuneração, já que ele é tão importante e fundamental para a transformação socioambiental? O ideal é que seja minimamente viável já que é tão importante”, questionou.

Geral: Rio Grande do Sul contabiliza perda de 17 mil colmeias desde enchentes

    CNA/Wenderson Araújo/Trilux


Radiografia da Notícia

* Em média, cada colmeia tem de 50 mil a 80 mil abelhas

Os dados levam em conta apenas as mortes da espécie Apis mellifera e de abelhas-sem-ferrão, ocorridas até o último dia 20

*  O estado gaúcho tem 486 mil colmeias

Agência Brasil 

O estado do Rio Grande do Sul já contabiliza a perda de pelo menos 16,9 mil colmeias desde o início das enchentes ocorridas nos primeiros dias de maio – em média, cada colmeia tem de 50 mil a 80 mil abelhas. Os dados levam em conta apenas as mortes da espécie Apis mellifera e de abelhas-sem-ferrão, ocorridas até o último dia 20.

O levantamento, feito pela Federação Apícola e de Meliponicultura do Rio Grande do Sul, em parceria com o Observatório das Abelhas, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Ministério da Agricultura e Pecuária, registrou perda de colmeias em, pelo menos, 66 municípios do estado, principalmente em Palmares do Sul (RS), que computou a destruição de mais de duas mil colmeias.

“As colmeias ficaram submersas ou foram carregadas [pela água]. Muitas áreas foram inundadas pelas águas que escorreram das partes mais altas, levaram as colmeias ou inundaram os locais, deixaram as colmeias realmente submersas e as abelhas morreram”, destacou em entrevista à Agência Brasil a coordenadora executiva do Programa Observatório de Abelhas do Brasil, a bióloga Betina Blochtein.

Dados

Os dados do levantamento não consideraram as colmeias que foram parcialmente atingidas pela água e nem aquelas que estão em risco em razão da falta de alimentos para as abelhas. No total, segundo a Associação Brasileira de Estudo das Abelhas, o estado gaúcho tem 486 mil colmeias.

“A gente não está computando as colmeias que estão agora em alto risco, por exemplo, que foram parcialmente afetadas. As paisagens foram muito lavadas, em muitos casos elas estão com uma camada de lodo, de terra por cima, não têm vegetação com flores, então, não têm alimentação para as abelhas”, disse Blochtein. 

A quantidade de abelhas mortas no estado em razão da tragédia climática pode ser muito maior, segundo a bióloga. Isso porque apenas a espécie Apis mellifera e abelhas-sem-ferrão foram monitoradas. As abelhas que não vivem em colmeia, não sociais, por exemplo, não têm como ser computadas no levantamento.  

Chuva

“Temos na natureza centenas, milhares de espécies de abelhas que a gente não consegue monitorar, e que ninguém viu onde elas estavam quando começou a chuva e ninguém consegue contá-las”. 

Blochtein ressalta que essas abelhas, não sociais, são mais frágeis, têm menos capacidade de se defender de alterações climáticas bruscas e, provavelmente, foram ainda mais impactadas pelas chuvas e enchentes.  

“O que acontece é que as abelhas não sociais não têm reservas de alimento, elas são mais sensíveis e  tendem a perecer mais facilmente. O triste disso tudo é que se a gente tomar a Apis mellifera, ou mesmo as abelhas-sem-ferrão, como as espécies que indicam o que está acontecendo com os polinizadores, então vamos ter um cenário bem trágico, que nem conseguimos enxergar”. 

Culturas 

Segundo o Relatório Temático sobre Polinização, Polinizadores e Produção de Alimentos no Brasil, da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos, e da Rede Brasileira de Interações Planta-Polinizador, 76% das plantas para consumo humano no Brasil são polinizadas por abelhas. A ação de polinização do inseto tem importância variada, a depender de cada planta.

Além de aumentar a produtividade dos cultivos, a polinização feita pelas abelhas produz frutos e sementes de melhor aparência, qualidade e dá mais valor de mercado aos produtos. De acordo com o relatório, em 2018, o valor econômico da polinização para a produção de alimentos no Brasil era estimado em R$ 43 bilhões. A valoração monetária considerou o valor da produção e o incremento de produtividade associado aos polinizadores.

“A gente sabe que o grau de dependência de polinização das culturas não é sempre o mesmo. Tem culturas que dependem mais de abelhas. Por exemplo, a maçã, que tem uma dependência de mais de 90% da presença de abelhas. Se não tem abelhas ou tem poucas abelhas, as maçãs ficam pequenininhas e ficam muito irregulares”, destacou Blochtein. 

Abelhas

O Rio Grande do Sul é responsável por 45% da produção de maçãs brasileiras, segundo a Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã (Agapomi). A área de cultivo é de 14 mil hectares, distribuídos em 26 municípios. As macieiras são a principal fonte de renda para 550 pequenos, médios e grandes produtores.

Além da maçã, o estado também tem outras culturas que são dependentes, em diferentes níveis, da polinização das abelhas. “Temos também a soja, que não tem uma dependência tão elevada de abelhas, entre 12% e 20%. Mas imagina 15% de aumento da soja, 15% a mais no peso em grãos é muita coisa. Realmente, a perda de abelhas repercute”. 

A bióloga Vera Lucia Imperatriz Fonseca, referência em pesquisa com abelhas nativas, professora e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) frisa que as mudanças climáticas não vão arrefecer e ressalta que o país precisa se preparar para enfrentar a situação. 

“A mudança climática está andando e não vai mudar. Ela vai aumentar, não vai diminuir. Não tem volta para esse assunto. É um processo contínuo. No entanto, a agricultura ainda não se conscientizou disso e nem o mercado. Não vai melhorar amanhã ou ano que vem, não vai. Então, as chuvas vão continuar. E não há uma política de lidar com isso, uma política de restauração”.