O câncer de próstata e o câncer de mama são os mais comuns no Brasil
Redação/Hourpress
Comemorado no dia 4 de fevereiro, o Dia Mundial do Câncer é uma iniciativa global organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS). Criada em 2000, a data tem como objetivo aumentar a conscientização da sociedade sobre a doença para que sejam adotadas medidas de controle para o câncer evitando, assim, milhões de mortes a cada ano.
Essa enfermidade abrange mais de 100 diferentes tipos de doenças malignas, que têm em comum o crescimento desordenado de células e podem invadir tecidos e órgãos do corpo humano. As variedades de câncer correspondem aos diversos modelos de células do corpo. Se o ponto de partida são os tecidos como ossos, músculos ou cartilagens são denominados sarcomas. Também existem as metástases, que é quando o câncer adquire a capacidade de invadir tecidos/ órgãos do corpo, seja por contiguidade, via hematogênica ou via linfática e não está diretamente relacionado à velocidade de multiplicação das células.
Segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), em 2020, a incidência do câncer de próstata e o de cólon e reto atingiu um total de 86.380 homens no país, sendo os dois principais tipos da doença que mais acometeram pacientes masculinos no país. Já com as mulheres, os tipos mais frequentes foram o câncer de mama e o de cólon e reto, num total de 86.750 novas pacientes. Essas estatísticas excluem o câncer de pele não melanoma, que é de longe o mais comum.
No último ano, os tipos da doença mais frequentes nos homens foram o câncer de próstata (29,2%); cólon e reto (9,1%); traqueia, brônquio e pulmão (7,9%) e estômago (5,9%). Nas mulheres, as maiores ocorrências foram o câncer de mama (29,2%); cólon e reto (9,2%); colo do útero (7,5%) e traqueia, brônquio e pulmão (5,6%)
Para o Brasil, a estimativa para cada ano do triênio 2020-2022 é de 625 mil novos casos de câncer. De acordo com o Instituto, a mais recente estimativa mundial, publicada em 2018, indica que ocorreram no mundo 18 milhões de casos novos de câncer e 9,6 milhões de óbitos.
Outro fato interessante é que, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), países de alto rendimento têm até três vezes maior incidência de câncer em comparação aos países de média e baixa renda. Isso se dá devido aos fatores de risco ambientais e de estilo de vida que acompanham o desenvolvimento socioeconômico. De acordo com o Dr. Fernando Cezar de Azevedo Geres Júnior, oncologista do Hospital Casa de Saúde Guarujá, há outros fatores que também contribuem para isso. “A população está envelhecendo cada vez mais. Além da idade, as doenças infectocontagiosas, que são grande causa de mortalidade entre as pessoas, tem predominância bem menor nesses países”, acrescenta. Na Austrália, América do Norte e Europa, por exemplo, a taxa anual para a incidência é de cerca de 300 para cada 100 mil pessoas. Na Índia, Golfo Pérsico e África Subsaariana, a taxa é cerca de um terço desse valor.
O médico afirma que não há uma única razão para o desenvolvimento desse mal e ressalta a importância da prática de hábitos saudáveis como medidas de prevenção. “O câncer é uma doença que pode ser motivada por diversas razões, desde propensões genéticas até fatores externos, como a bebida alcoólica, tabagismo e má alimentação. Por isso, é muito importante que as pessoas se conscientizem e mantenham, ao máximo, um estilo de vida saudável. Isso ajudará, com certeza, a reduzir os índices da doença no nosso país”.
Para combater esse problema que é global, é válido considerar, então, alternativas para reduzir ainda mais estes índices, na busca de uma vida melhor para todos. O doutor Fernando separou algumas dicas que podem ajudar a evitar o desenvolvimento dessa doença. São elas:
- Não fume: O cigarro é uma das principais causas do câncer de pulmão, cavidade oral, laringe, faringe, esôfago e bexiga.
- Mantenha uma alimentação saudável: manter um peso saudável ao longo da vida é uma das formas mais importantes de se proteger contra o câncer.
- Pratique atividades físicas: Além de ser uma medida de prevenção, a prática de exercícios contribui para a manutenção do peso corporal saudável.
- Mulheres entre 25 e 64 anos de idade: é fundamental a realização do exame do colo do útero a cada três anos. Isso porque as modificações das células nessa região são facilmente identificadas no exame preventivo, conhecido também como Papanicolau. A realização desse exame ajuda a prevenir o aumento do câncer do colo de útero, que é o terceiro mais comum entre as mulheres.
- Vacina contra o HPV: Essa vacina, que está disponível no SUS, é indicada para meninas e meninos. Mesmo que já vacinadas, quando adultas, as mulheres ainda precisam realizar os exames preventivos a cada três anos, uma vez que o imunizante não é eficaz contra todos os tipos de HPV.
- Vacine contra a hepatite B: pessoas que apresentam infecções crônicas com o vírus da hepatite B possui maior chance de desenvolver o câncer de fígado. Por isso, é recomendado tomar a vacina, que tem o objetivo de prevenir a infecção do vírus e, consequentemente, reduzir o risco do câncer de fígado.
- Evite comer alimentos processados: eles podem aumentar a chance de desenvolver câncer. Os conservantes podem provocar o surgimento de câncer no intestino (cólon e reto).