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quarta-feira, 3 de junho de 2020

Saúde: Coronavírus infecta 780 presos e 362 profissionais de segurança no DF


Doença causou a morte de dois detentos e um policial penal


Agência Brasil 

Ao menos 780 pessoas que cumprem pena de prisão no Distrito Federal contraíram covid-19, segundo o último boletim da Secretaria de Saúde. Outros 362 profissionais da segurança pública também foram infectados pelo novo coronavírus – destes, 235 são policiais penais, ou seja, atuam diretamente no sistema penitenciário.
No país todo, segundo o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça, já foram confirmados 1.383 casos de presos com a covid-19. Destes, 741 detentos já se recuperaram, mas 45 morreram em decorrência de complicações causadas pela doença. Há ainda 899 casos suspeitos em análise.
No Distrito Federal, a doença já causou a morte de dois detentos e de um policial penal, Francisco Pires de Souza, morto no último dia 17. O segundo óbito entre os presos ocorreu nesta segunda-feira (1º), de um homem de 39 anos. Segundo a Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), ele havia sido submetido a testes apenas cinco dias antes, e não tinha apresentado nem sintomas de contaminação pelo novo coronavírus, nem qualquer queixa sobre sua saúde.
Um dia após ser testado negativo, o detento reclamou de náuseas. Sua temperatura corporal foi medida, bem como oxigenação e outros dados de saúde, sem que sintomas da covid-19 fossem identificados. Dois dias depois, o preso solicitou atendimento médico e foi encaminhado ao Hospital Regional da Asa Norte, morrendo horas depois. Condenado a pouco mais de 18 anos de reclusão, o homem, cujo nome não foi confirmado, estava preso desde junho de 2008 e teria direito ao regime semiaberto a partir de maio do próximo ano.

Contaminados

Os dados da Secretaria de Saúde apontam que os 780 casos da doença confirmados entre os presos representam 7,7% dos 10.174 casos registrados em todo o Distrito Federal, de acordo com boletim divulgado ontem (2). Os números não levam em conta os detentos que cumprem pena em regime semiaberto ou em prisão domiciliar e que tenham adoecido devido ao novo coronavírus. Segundo a secretaria, eles são registrados entre os casos gerais, de acordo com seus endereços domiciliares.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), que contabiliza apenas os dados da doença entre policiais penais, informou que, até a tarde de terça-feira (2), 188 dos 235 profissionais infectados já tinham se recuperado da doença e retornado ao trabalho. Pelo menos 46 policiais penais continuam doentes e um deles está internado em hospital particular.
A secretaria destaca que os dados de profissionais infectados podem não representar a real dimensão do problema, pois parte dos policiais penais que já atestaram positivo aguarda o resultado da contraprova antes de ser incluída na relação.
Em nota, o órgão destaca ter adotado uma série de medidas para resguardar a saúde e o bem-estar de quem trabalha e de quem cumpre pena nas unidades carcerárias locais. Entre elas, a aplicação de mais de 5,3 mil testes em internos e policiais penais e a suspensão de visitas desde o dia 12 de março, medida prevista até o próximo domingo (5), data em que poderá ser prorrogada, caso as autoridades locais julgarem necessário.
A pasta informou que a limpeza de celas, viaturas e de toda a parte interna e externa dos presídios foi intensificada e que equipamentos de proteção individual e de kits de higiene foram distribuídos às unidades prisionais. Dois blocos dos novos centros de detenção provisória foram destinados ao tratamento e à quarentena de presos durante a pandemia do novo coronavírus, totalizando 400 vagas.
O governo distrital fechou parceria com dois hotéis da cidade que vão disponibilizar acomodações a 360 policiais penais que atuam em contato direto com presos suspeitos ou diagnosticados com o novo coronavírus e que moram com pessoas consideradas membro de grupos de risco (idosos ou pessoas com doenças crônicas).
A iniciativa faz parte do Programa Acolher, que oferece hospedagem também a médicos e enfermeiros cuja atividade profissional os expõem à infecção. O objetivo principal é minimizar o risco destes trabalhadores levarem a doença para suas casas e infectarem parentes.

Saúde: São Paulo pode chegar a 265 mil casos de covid-19 no fim de junho

Projeção foi divulgada pelo Centro de Contingência do Coronavírus


Agência Brasil 

Até o fim deste mês, o estado de São Paulo deverá ter entre 190 mil e 265 mil casos do novo coronavírus. A projeção foi feita pelo Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo. Até este momento, o estado tem 123.483 casos confirmados do novo coronavírus, causador da covid-19.
Segundo o vice-governador de São Paulo e secretário de Governo, Rodrigo Garcia, o ritmo de crescimento do número de casos de coronavírus foi três vezes menor em maio do que em abril. Entre os dias 1º de abril e 1º de maio, a epidemia cresceu 10 vezes no estado, saindo de 2.981 casos confirmados para 30.374. Já no mês seguinte, entre 1º de maio e 1º de junho, o crescimento foi em 3,6 vezes menor, passando de 30.374 casos para 111.290. “No mês de maio, a epidemia começou a perder velocidade”, disse Garcia.
Para o próximo mês, a previsão é que o ritmo de crescimento fique entre 1,7 e 2,4 vezes, significando entre 190 mil e 265 mil casos confirmados de coronavírus. “Em nenhum momento, o Plano São Paulo [plano de flexibilização do estado, gradual e regional] anunciou que a epidemia teria ido embora. O Plano São Paulo anunciou uma retomada gradual, com base nesses cenários”, ressaltou Garcia.

Flexibilização

Após a primeira semana do anúncio do Plano São Paulo, que prevê a retomada da atividade econômica do estado dividida em cinco fases e em regiões, o governo destaca os resultados em algumas regiões, com melhora em indicadores epidemiológicos, tais como na taxa de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) e na taxa de avanço de casos e de óbitos provocados pelo novo coronavírus. Com a melhora desses indicadores, as localidades poderão mudar de fase, passando para uma que permita maior flexibilização econômica.
Segundo o governo estadual, os avanços foram notados na Baixada Santista, no Vale do Ribeira e no Vale do Paraíba. Se tais regiões mantiverem os indicadores baixos até próxima terça-feira (9), poderão subir de fase na quarta-feira (10), passando para um nível de maior flexibilização das atividades. Já as regiões de Bauru e de Barretos apresentaram piora nos índices e, se continuarem nesse ritmo, poderão mudar de fase, mas retornando à etapa anterior, de maior restrição.

Fornecimento de gás e água

O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta quarta-feira (3) que, em caso de inadimplência, o abastecimento ininterrupto de gás natural e água será prorrogado até 31 de julho para a população carente do estado. Com isso, não haverá cortes no fornecimento de gás e água, mesmo com a inadimplência. O governo informou que negocia a mesma medida com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para não haver interrupção do fornecimento de energia elétrica no estado.
Segundo Doria, o fornecimento dos serviços essenciais para pessoas de baixa renda não será interrompido e elas estarão protegidas com negociação entre o governo e os concessionários. De acordo com o governador, deverão ser beneficiadas até 2,1 milhões de pessoas. Os acordos foram feitos com as companhias e concessionárias Sabesp, Comgás, GasBrasiliano, Naturgy e Enel e já valiam desde março.







Túnel do Tempo: Eco 92 no Brasil


Luís Alberto Alves/Hourpress

No dia 3 de junho de 1992 começou a Eco 92, que reuniu 178 chefes de Estado no Rio de Janeiro. Esta foi a segunda conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente.

Raio X de Sampa: Conheça a história da Avenida Zaki Narchi


Luís Alberto Alves/Hourpress

Zaki Narchi nasceu em Homs, Síria, em 1893. Chegou ao Brasil em 1915, aonde constitui grande família, com nove filhos. Foi comerciante próspero na região de Santana, Zona Norte de SP. Morreu em 1965. Onze anos depois a Prefeitura batizou a Rua Carajás com o nome de Zaki Narchi. 

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Saúde: Assolada por coronavírus, Manaus busca ajuda internacional e faz apelo a Greta Thunberg


As principais necessidades de Manaus são de profissionais de saúde, equipamentos de proteção individual para esses profissionais e medicamentos


Reuters

Palco de uma das situações mais dramáticas da pandemia de Covid-19 no Brasil, a cidade de Manaus, capital do Amazonas, tem feito apelos por ajuda internacional para combater a doença respiratória provocada pelo coronavírus e espera contar com o apoio da ativista sueca Greta Thunberg, de 17 anos.
Em entrevista à Reuters, o prefeito da capital amazonense, Arthur Virgílio Neto (PSDB), disse que o governo municipal mantém contato com pessoas ligadas a Greta, que ganhou notoriedade mundial ao encabeçar um movimento de greve de estudantes para cobrar ação dos governantes contra o aquecimento global, para que ela divulgue uma mensagem pedindo que governos, empresas e pessoas ajudem Manaus.
“Eu espero dela não mais que uma palavra. Não posso esperar um respirador. Eu espero uma palavra. Uma palavra que eu acredito que deverá vir, tomara que venha”, disse Virgílio em entrevista à Reuters por telefone na terça-feira.
“Ela é uma das líderes mundiais, efetivas, então a palavra dela significa muito para os governantes que possam vir a ajudar, é um reforço. Significa muito para empresários, significa muito para aqueles que acreditam na palavra dela e que podem dar pequenas contribuições. Significa muito.”
O prefeito disse que já enviou cartas a governos de países que compõem o G7 —grupo das sete economias mais industrializadas do mundo— e a outros países ricos em busca de ajuda para que a cidade de mais de 2,1 milhões de habitantes combata a Covid-19, que já infectou 4.804 pessoas na capital amazonense —ou 59,3% dos contaminados no Estado— e matou 459 pessoas —o equivalente a mais de 70% das mortes registradas pela doença no Amazonas.
Além do apoio de Greta, Virgílio aposta no trunfo ambiental para convencer líderes mundiais a colaborarem com Manaus, cidade encravada em plena floresta amazônica e capital de um Estado que, historicamente, tem índice de desmatamento inferior ao de outros na região.
“Eu queria dizer isso para eles. Vocês não estão fazendo apenas um gesto de compaixão —e eu aceito a compaixão com humildade— estão fazendo um gesto em favor de vocês próprios, porque vocês estão defendendo um aquecimento global limitado nos parâmetros que a ciência definiu como aceitáveis para a vida humana”, disse o prefeito.
As principais necessidades de Manaus são de profissionais de saúde, equipamentos de proteção individual para esses profissionais e medicamentos.
 “Fazemos questão de dizer que não é dinheiro que a gente quer”, afirmou.

“SE BATER NELES, ACABOU”

Manaus tem protagonizado algumas das cenas mais impactantes da pandemia no Brasil, com valas comuns sendo abertas em cemitérios para enterrar vítimas da Covid-19, e o Estado do Amazonas sofre com a baixa oferta de leitos de UTI no interior.
Sem uma estrutura de saúde organizada quando o coronavírus chegou, a capital amazonense montou um hospital de campanha na periferia, inaugurado no dia 12 de abril, com 101 leitos —29 de UTI— para atender pacientes com coronavírus, com a perspectiva de chegar a 279 leitos.
A ocupação é constante. Assim que um leito vaga, é imediatamente ocupado, e a cidade tem registrado média diária de 120 mortes, o que mantém o serviço funerário pressionado, mas a situação já foi pior, segundo Virgílio.
No momento, outras duas preocupações assolam o prefeito: a baixa adesão em geral ao isolamento social na cidade, que também tem contribuído para o agravamento da pandemia no Amazonas, e a saúde da população indígena.
“Os índios —embora em Manaus eles estejam habituados à cidade— no interior, se bater neles, acabou. Bateu em um, bate no outro, porque eles são gregários, eles se juntam, eles tomam decisões conjuntas, eles fazem conselhos para decidir as coisas”, disse. “Temos que olhar a repercussão internacional de uma eventual morte em massa de indígenas brasileiros”, alertou.
O prefeito disse ter obtido o compromisso do ministro da Saúde, Nelson Teich, que esteve em Manaus nesta semana, de que dará atenção especial ao assunto. O ministro também prometeu, segundo Virgílio, enviar o mais breve possível EPIs para Manaus.
 Já sobre o isolamento social, a situação é mais complicada. A adesão em Manaus está abaixo de 40%, quando especialistas apontam um índice na casa de 70% com ideal para conter a propagação do vírus, e o prefeito responsabiliza diretamente o discurso do presidente Jair Bolsonaro, que minimiza a pandemia e estimula aglomerações.
“É duro o principal líder da nação pedindo para o pessoal ir para a rua. É muito duro, isso fica desigual para nós. Aqui, ele (Bolsonaro) tem um reduto muito forte. Ele está desgastado em outros lugares, aqui ele não está”, afirmou.

Saúde: Santas Casas devem receber auxílio de R$ 2 bilhões em até 15 dias


Recursos serão utilizados no controle do avanço da pandemia



Agência Brasil 


O presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei nº 13.995/2020 que prevê a transferência de R$ 2 bilhões da União para santas casas e hospitais sem fins lucrativos (filantrópicos). De acordo com o texto, publicado hoje (6) no Diário Oficial da União os recursos deverão ser utilizados no controle do avanço da epidemia de covid-19 no país, em ações articuladas com o Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS).
O crédito dos recursos deverá ocorrer em até 15 dias, a partir de hoje (6), em razão do caráter emergencial e da decretação de calamidade pública. O envio do auxílio financeiro emergencial foi aprovado pelo Congresso no dia 9 de abril e sancionado sem vetos por Bolsonaro.
O critério de rateio do valor será definido pelo Ministério da Saúde, considerados os municípios brasileiros que possuem presídios. Os recursos devem ser usados na aquisição de equipamentos, medicamentos, suprimentos, insumos e produtos hospitalares, para o atendimento adequado à população. Também poderão ser feitas pequenas reformas e adaptações físicas para aumento da oferta de leitos de terapia intensiva, além da contratação de profissionais de saúde para atender a demanda adicional.
Pelo texto, será obrigatória a divulgação, com ampla transparência, em até 30 dias da data do crédito, dos valores transferidos a cada entidade, por meio do respectivo fundo de saúde estadual ou municipal. A lei estabelece ainda que o recebimento dos recursos adicionais independe da eventual existência de débitos ou da situação de adimplência das entidades beneficiadas, em relação a tributos e contribuições na data do crédito pelo Fundo Nacional de Saúde.

Saúde: SP: prefeitura firma protocolos para usar UTI de 7 hospitais privados


Serão pagos R$ 2,1 mil por dia para cada leito utilizado



Agência Brasil 


A prefeitura de São Paulo já assinou protocolos para uso de leitos de unidades de tratamento intensivo (UTI) em sete hospitais privados. Segundo o prefeito Bruno Covas, o Executivo municipal vai pagar R$ 2,1 mil por dia para cada leito utilizado na rede particular. “O caminho é esse: conversar, contratar, fazer parceria”, disse hoje (6) em entrevista coletiva.

Decreto

O prefeito destacou, no entanto, a publicação no Diário Oficial, do Decreto 59.396, de 2020, que permite à prefeitura requisitar leitos ociosos de UTI de hospitais privados. “Mas, se preciso for, nós já tínhamos autorização dada pela legislação federal e, agora, temos essa já regulamentada que permite a requisição dos leitos da rede privada. Isso para poder atender à parcela da população que depende exclusivamente do SUS [Sistema Único de Saúde] para ser atendida”, acrescentou.
O decreto estabelece que o secretário de Saúde pode requisitar, durante a pandemia de coronavírus, os leitos particulares de tratamento intensivo, “a fim de maximizar o atendimento e garantir tratamento igualitário”. Caso isso ocorra, a norma determina que seja feito um “pagamento posterior” de “indenização justa”.

Bloqueios no trânsito

Covas disse que a prefeitura está buscando alternativas para aumentar o isolamento social na cidade. Na segunda-feira (4), segundo monitoramento do governo estadual a partir de dados das companhias de telefonia móvel, o percentual de pessoas que permaneceu em casa ficou em 48%. O governo de São Paulo tem apontado 70% como o índice ideal de isolamento e 50% como o mínimo para manter a disseminação da doença dentro do patamar que o sistema de saúde consiga absorver.
A prefeitura desistiu dos bloqueios que começaram a ser feitos nesta semana, interrompendo o trânsito em avenidas importantes. “Infelizmente a medida não surtiu o efeito necessário, não diminuindo a circulação de pessoas pela cidade. Nós estamos fazendo de tudo para restringir a circulação de pessoas, aumentar o número de pessoas em casa”, ressaltou o prefeito sobre os resultados da ação. O Ministério Público de São Paulo chegou a abrir um inquérito após denúncias de que a medida teria dificultado o trânsito até de ambulâncias.

Novas medidas

A intenção é que as novas medidas não causem ainda mais problemas à economia da cidade. “Estamos buscando opções que não restrinjam ainda mais a atividade econômica”, enfatizou Covas. Porém, ele disse que nenhuma opção foi descartada, nem mesmo o lockdown, quando as pessoas são proibidas de sair de casa para atividades não essenciais. “Nós estamos nos aproximando do pico da doença. A gente vê um número crescente ainda de pessoas sendo atingidas, número de casos confirmados e mortes na cidade de São Paulo. Por essa razão, não só o lockdown, assim como outras medidas vêm sendo estudadas”, afirmou.
Segundo o secretário municipal de Justiça, Rubens Rizek, a prefeitura vai aumentar a fiscalização, tanto para os estabelecimentos não classificados como essenciais, que burlam a quarentena e continuam em funcionamento, quanto para garantir o cumprimento do uso obrigatório de máscaras nos que têm direito a abrir. “Vai crescendo o número de casos de comércio que tende a desobedecer à norma. A gente está aumentando a fiscalização”.