Com o objetivo de impulsionar a economia do País, o Governo Federal liberou os saques de contas ativas e inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do PIS-Pasep. A previsão é injetar cerca de R$ 42 bilhões no mercado até 2020.
De acordo com calendário divulgado pela Caixa Econômica Federal (CEF), os saques do FGTS começam a partir de 13 de setembro para quem tem conta poupança na Caixa e, a partir de 18 de outubro, para quem não tem. Já os saques do PIS-Pasep começarão a ser liberados, pela CEF e o Banco do Brasil, a partir de 19 de agosto. O saque será de até R$ 500 por conta. Atualmente, há cerca de 260 milhões de contas ativas e inativas no FGTS. Desse total, cerca de 211 milhões (80%) têm saldo de até R$ 500.
Além do saque de até R$ 500 por conta, o governo anunciou uma nova modalidade: o saque-aniversário, que estará disponível a partir de 2020. Ela permitirá a realização de saques anuais e os interessados na nova opção terão que comunicar a decisão à Caixa Econômica, a partir de outubro. Segundo o Ministério da Economia, a migração não é obrigatória. Mas, ao confirmar a mudança, o trabalhador deixará de efetuar o saque em caso de rescisão de contrato de trabalho. Ou seja, se aderir e for demitido, só poderá sacar o total do FGTS após dois anos.
De olho nessa renda extra que está para entrar na conta, muitas pessoas já pensam o que farão com esse dinheiro. Mas, antes de sair gastando tudo e comprometendo ainda mais o orçamento, a business coach da SBCoaching, Fernanda Souza, especialista em finanças, dá algumas dicas e orientações sobre como planejar e utilizar bem o recurso.
“Com essa medida, o Governo Federal tem um único objetivo: estimular o trabalhador a utilizar esse dinheiro e injetar ânimo na economia, seja por meio do pagamento de dívidas ou pelo estímulo ao consumo. Diante desse cenário, o trabalhador tem de fazer a seguinte pergunta: como utilizar racionalmente esse recurso?”, analisa Fernanda.
Para a utilização saudável dos recursos do FGTS, a pessoa deve, antes de tudo, analisar e organizar a sua vida financeira para saber onde o dinheiro pode e deve ser melhor empregado. “Entender sobre juros e saber qual a melhor opção de investimento para o dinheiro render mais, é essencial para ter uma saúde financeira sustentável em um país como o Brasil. Utilizar os juros a seu favor é regra imprescindível para quem busca por tranquilidade quando o assunto é dinheiro. E, quando necessário, quitar uma dívida ou pagar contas em atraso é a melhor forma de tirar proveito desses juros”, afirma a business coach.
Nesta linha, a especialista dá cinco dicas essenciais:
PAGUE SUAS DÍVIDAS
O primeiro ponto é eliminar dívidas com alta taxa de juros, dando mais ênfase nos empréstimos bancários, devido aos juros abusivos, e depois pensar nos demais financiamentos.
CONSUMA COM MODERAÇÃO
Utilizar o recurso do FGTS para consumo somente em última instância, principalmente se as famílias estão bem estruturadas e organizadas financeiramente.
INVISTA EM VOCÊ
Ao considerar a dinâmica do mercado de trabalho, a alta taxa de desemprego e a necessidade das empresas de manter seu quadro de funcionários enxuto, a procura por profissionais cada vez mais qualificados torna-se regra chave para as companhias.
Um investimento interessante nesse sentido é utilizar os recursos do FGTS para aprimorar conhecimentos, adquirir novas práticas e investir em cursos, para tornar-se mais competitivo dentro da nova e desafiadora realidade econômica das empresas que atuam no País.
Outra alternativa para investir esse dinheiro seria iniciar um pequeno negócio para complementar a renda, começando como microempreendedor para depois crescer gradativamente. Pode ser a produção de algum artesanato; a venda de bombons, trufas ou brigadeiros. O trabalhador precisa pensar racionalmente em algo que ele tenha prazer em fazer e que não demande grande investimento.
INVESTIMENTO CONSERVADOR
Outro ponto importante está na perpetuação do capital existente no fundo do FGTS. Como o brasileiro culturalmente não tem o hábito de investir em longo prazo, esse fundo acaba se tornando uma reserva que ele teria. Considerando a nova realidade de saque desse recurso, os trabalhadores (que não estão endividados) poderiam pensar em investir para que esse montante possa render mais, explorando os juros a seu favor.