É preciso agir com responsabilidade
e punir rigorosamente os envolvidos
*Luís Alberto Alves/Hourpress
O rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas
Gerais, é um dos maiores acidentes ambientais da história. Mais de 400 mortos,
porque dizer em desaparecidos é eufemismo. A violência do impacto da enxurrada
de detritos de minérios derrubando tudo que encontrou pela frente, inclusive
levando parte de uma ponte por onde passava uma via férrea, usada para
transporte de material.
Escrevo chacina ambiental por
causa do grande número de vítimas
fatais. Mas e o papel dos governos federal e estadual nesta história? É de
irresponsabilidade. Trabalhei vários anos como assessor ambiental e cansei de participar de reuniões ministeriais,
onde problemas graves, como contaminação por mercúrio, por exemplo, era tratada
com desdém. Diversos encontros para chegar ao final do ano, sem nenhuma
solução.
O ingrediente mais daninho
nesta história é o poder do capital
financeiro. Muitas vezes usado para silenciar ou dificultar laudos mais
criteriosos para liberação de projetos que ameaçam o meio ambiente. Pior do que
perder bens materiais, são famílias que perderam filhos, filhas, maridos, esposas,
pais e mães. Quanto custa a vida humana?
Não tem preço!
O mais terrível nesta história
de terror são autoridades ambientais profetizando que o rompimento da barragem de Brumadinho era tragédia
anunciada. Questão de dias ou meses para a fatalidade virar realidade. Mas como
sempre ignorada pelos governantes. Sempre quando ocorre qualquer denúncia
anunciando grandes desastres, nunca se leva a sério. Agora é não chorar o leite
derramado.
Cabe o governo federal deixar
no arquivo morto a proposta de suavizar as regras para liberação de projetos
ambientais, facilitando o grande capital. Meio ambiente não é frescura, como os
integrantes do governo Bolsonaro
anuncia. É preciso agir com responsabilidade e punir rigorosamente os
envolvidos. Do contrário, é esperarmos pela próxima tragédia.
*Luís Alberto Alves é diretor de redação do hourpress.com. br e
jornalista há mais de 30 anos. Trabalhou nos principais veículos de comunicação
de SP. É expert em Política Internacional, Segurança Pública, Economia, Música,
Veículos, Gospel Music, Sindicalismo e Meio Ambiente. É grande estudioso de
Black Music, arranjador e músico de formação clássica.