- 07/06/2016 15h18
- São Paulo
Flávia Albuquerque – Repórter da Agência Brasil
Sete bairros da cidade de Vargem Grande Paulista foram atingidos pelos fortes ventos que acompanharam a chuva de ontem (6) à tarde. A tempestade, que teve também descargas elétricas, provocou queda de árvores e de postes, destelhamento em residências e em uma quadra poliesportiva. Pelo menos três prédios públicos foram danificados e outros três galpões destelhados, 25 postes de energia caíram e cerca de 30 árvores estão em risco de queda.
Os bairros atingidos foram: Jardim Margarida, Jardim Floresta, Jardim Marialda, Jardim Helena Maria, Bela Vista, Portão Vermelho e Chácara Planalto. A prefeitura decretou emergência no município.
De acordo com o prefeito Roberto Rocha, o vendaval começou por volta das 16h, varrendo um trecho no sentido sul-norte, e durou pelo menos 15 minutos. “O vento começou na Rodovia Bonjiro Nakao, derrubando árvores e destruindo galpões comerciais. Nos bairros seguintes, que são residenciais, também caíram árvores e postes, e as casas ficaram destelhadas.”
Os bairros atingidos foram: Jardim Margarida, Jardim Floresta, Jardim Marialda, Jardim Helena Maria, Bela Vista, Portão Vermelho e Chácara Planalto. A prefeitura decretou emergência no município.
De acordo com o prefeito Roberto Rocha, o vendaval começou por volta das 16h, varrendo um trecho no sentido sul-norte, e durou pelo menos 15 minutos. “O vento começou na Rodovia Bonjiro Nakao, derrubando árvores e destruindo galpões comerciais. Nos bairros seguintes, que são residenciais, também caíram árvores e postes, e as casas ficaram destelhadas.”
No bairro Bela Vista, dois prédios da área da saúde foram danificados com destruição de portas e vidros. Além disso, o vento arrancou a cobertura da quadra poliesportiva de uma escola recém-construída. A cobertura de zinco caiu retorcida em uma rua próxima. “Esse telhado foi arremessado a uma distância de mais ou menos 150 metros, quebrando fios e postes e caindo na Rua Helena, em frente a outra escola municipal. Esta foi a pior das situações.”
Segundo Rocha, nos sete bairros mais afetados, residem 5 mil pessoas e 48 estão desalojadas (abrigadas em casas de amigos e parentes). “Temos cinco equipes nos bairros levantando as necessidades. As pessoas foram atendidas durante a madrugada, e colocamos à disposição uma quadra de esportes para abrigá-las, caso seja necessário. A prefeitura está providenciando também atendimento para mudança para aqueles que não puderem voltar para casa”. A limpeza nas ruas já está sendo feita.
Ainda não é possível fechar um balanço de todos os estragos, que estão sendo avaliados pela Defesa Civil, mas a expectativa é que, até sexta-feira (10), a situação esteja normalizada, principalmente com o religamento da energia elétrica, já que esses bairros ainda estão sem luz. “Ainda estamos fazendo uma quantificação das casas atingidas. Depois vamos encaminhar para a Secretaria Municipal de Assistência Social, que fará uma triagem para avaliar as necessidades de cada um”, disse o coordenador da Defesa Civil do município, Francisco Bispo.
Segundo ele, pelo menos três pessoas foram atendidas no pronto-socorro. “Foram pessoas que não tiveram nada grave, nenhuma escoriação, ficaram assustadas apenas. Temos que agradecer que nada mais grave aconteceu.”
A dona de casa Maria Gaudêncio, de 50 anos, vive em um quintal dividido com mais duas famílias, estava em casa com o marido no momento da ventania. O maior estrago foi na parte de cima, onde vive um casal que estava trabalhando. “A ventania começou de repente, com muita força e foi muito rápida. Na hora eu pensei que a casa estava pegando fogo porque começou a pipocar tudo lá em cima com as telhas quebrando. Quando saímos, deu para ver o estrago. Parecia que o mundo estava acabando”.
A aposentada Vera Lúcia Novaes Andrade percebeu que o céu estava escurecendo e foi recolher a roupa do varal. Rapidamente, Vera Lúcia viu o vendaval começar, com as telhas voando em sua direção. “Eu me abriguei embaixo da cobertura da lavanderia, mas ela é aberta e tudo vinha em cima de mim. O vento vinha reto e trazia tudo para cá”. Vera teve a chance de observar ainda a cobertura do ginásio voando. “Eu só vi levantar. Depois, não vi mais nada e rezei.”
Tanto Maria quanto Vera estavam limpando a casa e consertando o telhado, ação repetida por outros moradores nesse e em outros bairros.
Sul da Bahia sofre com falta de chuvas; Itabuna em situação de emergência
- 07/06/2016 11h37
- Salvador
Sayonara Moreno – Correspondente da Agência Brasil
Há mais de nove meses sem chuva, o Sul da Bahia sofre as consequências da falta de abastecimento de água para a população. A cidade de Itabuna teve situação de emergência decretada pela prefeitura municipal desde dezembro de 2015 e, no início de junho, o decreto foi prorrogado por mais 180 dias, devido à gravidade da situação.
Segundo a administração local, a estiagem paralisou a captação de água nos rios Salgado e Colônia, além do rio Almada que, devido à ausência de chuva, reduziu 97% da captação na Estação de Rio do Braço, uma das que distribui água para a cidade.
De acordo com o decreto de renovação, publicado no dia 3 de junho, “os danos provocados pela maior estiagem da história da região vêm impactando diretamente a normalidade da distribuição e fornecimento de água potável para a população de diversos bairros, povoados e distritos” de Itabuna. O documento ainda destaca que a situação compromete a “normalidade do funcionamento de diversos equipamentos e estabelecimentos públicos que prestam serviços essenciais de caráter ininterrupto como: hospitais, escolas, creches, clínicas e outros”.
A estiagem também prejudica o funcionamento das indústrias e do comércio, das atividades agrícolas e pecuária na região, o que tem provocado desemprego e a diminuição da capacidade econômica do município.
O documento publicado no Diário Oficial do Município autoriza a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) a atuar nas ações que lidam com a escassez hídrica e na busca pela normalidade.
Atualmente, a captação de água está sendo realizada nas estações da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), no distrito de Travessão e no município de São José da Vitória. O objetivo é conseguir 1 milhão de metros cúbicos a serem distribuídos para a população de Itabuna por meio de 140 reservatórios.
Devido ao agravamento da seca na região Sul, a Prefeitura de Itabuna deve instalar mais 40 reservatórios de 10 mil litros cada, para o abastecimento de água potável e tratada, vinda do rio Iricó.
Estiagem permanece
De acordo com o quarto distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a estiagem deve continuar pelos próximos meses, o que pode agravar a crise hídrica no sul da Bahia.
“Os próximos dias continuam sem chuva significativa, na Região Sul, sobretudo no que diz respeito a grandes volumes de chuva, o que diminuiria essa condição relacionada ao abastecimento. O que nós temos observado, e deve ocorrer nos próximos dias, é uma chuva rápida, isolada, mas bem ao longo da faixa litorânea, na região mais a Sudoeste, que é o caso de Itabuna e outros municípios. Por enquanto, então, não há previsão de chuva significativa e os próximos dias devem permanecer com volume pequeno de chuva”, disse a meteorologista do Inmet, Cláudia Valéria Silva.
Segundo o Inmet, as chuvas mais intensas, que podem amenizar a situação, só devem ocorrer no período chuvoso característico da região, a partir da segunda quinzena de outubro. Antes disso, pode haver chuva, mas em quantidades consideradas insuficientes.
Concessão
Devido ao agravamento da crise hídrica em Itabuna, a prefeitura abrirá um processo de concessão da Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa), por até 20 anos, por conta da queda de receitas e do aumento de despesas ocasionadas pela seca na região.
As dívidas da Emasa chegam a R$ 80 milhões, situação provocada pelo agravamento da estiagem, já que os custos de operação de carros-pipa e a aquisição de reservatórios são de responsabilidade da empresa. A situação não é pior, diz a prefeitura, porque desde abril os governos federal e estadual investem cerca de R$ 1,7 milhões por mês.
Qualquer empresa do país poderá adquirir o direito de administrar a Emasa, a partir da concessão, que terá as regras do edital, que só deve ser publicado caso a proposta seja aprovada na Câmara de Vereadores de Itabuna. Mas já foi adiantado que os níveis de emprego e o investimento na captação, tratamento e distribuição de água devem ser mantidos.