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Os Estados Unidos é um dos maiores símbolos do capitalismo |
*Célio Pezza
Uma recente pesquisa feita em abril pelo Pew
Research Center, entidade estabelecida em Washington, mostrou que a economia
brasileira está ruim, na avaliação de 67% dos entrevistados. 72% disseram estar
insatisfeitos com o Brasil de hoje, ante 55% de um ano atrás. “O humor nacional
no Brasil é ruim”, informou a pesquisa.
Quanto a Copa do Mundo da FIFA, 61% acham que
é ruim para o país, pois tira dinheiro dos serviços públicos, tão precários no
Brasil. No quesito economia, um grande problema é uma forma de capitalismo que
transfere renda da população para grandes corporações, com ampla participação
governamental.
Os grandes capitalistas estão sempre se
aliando ao governo, pois, dessa forma, suas empresas quebram com maior
facilidade as barreiras burocráticas. Já os pequenos negócios acabam falindo,
pois não têm recursos suficientes para quebrar essas barreiras. Neste contexto
é muito mais lucrativo ser “amigo do rei” do que inovar e buscar a verdadeira
competição.
Neste momento, o sistema capitalista passa a
ser um verdadeiro ‘Capitalismo de compadres’. Na verdade, os maiores inimigos
do capitalismo são os executivos das grandes empresas, que, junto com o
governo, buscam favorecimentos contínuos aos seus negócios. No sistema
capitalista há duas formas de uma empresa ter sucesso: no primeiro caso, ela
produz bens ou serviços que atendam ao mercado; já no segundo caso, ela se
utiliza de meios políticos para obter favorecimentos do governo para seu
negócio, ou seja, o conhecido ‘Capitalismo de compadres’.
Também vemos muitos empresários que defendem o
livre mercado, considerando a competição muito saudável quando ele é o
comprador, mas predatória e injusta quando ele é o vendedor. O ‘Capitalismo de
compadres’ também destrói os valores morais, pois, quase sempre, vem
acompanhado de corrupção.
Não estamos conseguindo atrair investimentos
estrangeiros porque, segundo o Banco Mundial, o nosso ambiente de negócios
atual tem uma das piores avaliações no mundo. O sucesso das empresas depende
dos laços com o governo e estes garantem subsídios, incentivos fiscais, proteção
contra competição, facilidade de obter contratos vantajosos com empresas
controladas pelo governo, concorrências desleais e outros favorecimentos.
Tocar um negócio num sistema competitivo
estimula o crescimento e a inovação. Já obter contratos com altos lucros junto
ao governo é muito mais fácil e estimula a corrupção. Essa é a realidade.
*Célio Pezza
é escritor e autor de diversos livros, entre eles: As Sete Portas, Ariane, A
Palavra Perdida e o seu mais recente A Nova Terra - Recomeço.