Astrogildo Magno
Cacildo tinha grande amor pelo
Brasil. Trabalhava inclusive aos finais de semana e feriados. A meta era sempre
manter nas alturas o lucro de sua empresa, que herdou do pai. A preguiça era
palavra inexistente em seu dicionário. Tinha poucos dias de folga. Raramente
viajava com a família. Escolhia o roteiro de viagem, pagava tudo e deixava a
família se divertir em seu lugar.
Leitor assíduo de notícias de economia,
procurava obter muitas informações para nunca acabar surpreendido com medidas
do governo que pudessem provocar prejuízo. Pagava todos os impostos em dia.
Salário de funcionários e contas com
fornecedores estavam em dia. Contabilista ferrenho descobria de longe qualquer
erro nos livros da empresa. Geralmente, o culpado recebia demissão como prêmio.
Com mais de 70 anos, passou o
bastão aos seus três filhos. Durante algum tempo, o trio de herdeiros manteve o
negócio de pé. Mas depois tudo mudou. Preocupados com festas e busca de status
nas redes sociais. Logo, a empresa passou a enfrentar dificuldades, ter títulos
protestados e atrasos de salários. No cemitério, Cacildo não tinha meios de
entrar em campo para reverter o triste quadro. Infelizmente, poucos filhos mantêm
de pé negócios construídos com sacrifício pelos pais....
Astrogildo Magno é cronista
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