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quarta-feira, 26 de julho de 2023

Crônica: O preço da humilhação é alto

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Os gritos eram a marca registrada de sua personalidade ditatorial

Astrogildo Magno

Alonso era o tipo de pessoa de pavio curto, como se diz na linguagem popular. Não levava desaforo para casa de ninguém. Como presidente de uma grande empresa, tratava os funcionários embaixo de chicote, ou seja, cometendo vários tipos de assédios contra homens e mulheres.

Não sabia falar baixo. Os gritos eram a marca registrada de sua personalidade ditatorial. Quando chegava à sede da empresa na região da Paulista, os funcionários entravam em pânico, principalmente quando ouvia a secretária dizer que a reunião iria começar dentro de alguns minutos.

Poder

Pavor, era a palavra que resumia a vida das 60 pessoas que ali tentavam ganhar o salário. O dinheiro entrava na conta corrente, porém com muito sacrifício, principalmente choro e lágrimas, de aguentar calado e não poder fazer nenhum tipo de questionamento.

Na portaria do edifício, onde ficava a matriz da empresa de Alonso, a falta de educação  começava na garagem. Sempre discutia com um dos manobristas. Humilhava o rapaz diariamente. O classificava como incompetente. Deveria estar na rua como mendigo.

Porém. Num determinado dia, próximo do feriado de Finados, Alonso parou o carro e o funcionário veio atendê-lo. Abriu a porta do automóvel para Alonso descer como de costume. Ao virar de costas, ele sentiu algo perfurar várias vezes as suas costas. De repente mergulhou num poço escuro, onde ouvia vozes macabras e cheiro de enxofre....

Astrogildo Magno é cronista

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