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quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Chumbo quente: Quem financiou homem bomba em Brasília?

Geralmente militares das Forças Armadas têm o domínio desta técnica

  Pixabay



Luís Alberto Alves/Hourpress

Preso recentemente, o gerente de posto de gasolina no interior do Pará, George Washington de Oliveira Sousa, ainda não confessou à polícia de Brasília, onde foi detido, como obteve R$ 170 mil para utilizar na compra de armamento e artefatos para fabricar bombas que iria explodir próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília e numa estação de energia elétrica na cidade satélite de Taguatinga.

Segundo ele  assumiu em depoimento à polícia, a ideia era provocar falta de energia e pânico quando um caminhão tanque cheio de combustível fosse para os ares espalhando labaredas de fogo semeando o caos, para forçar intervenção militar do Exército, visando impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva no dia 1º de janeiro.

Dinheiro

O mistério que intriga nesta investigação é como Sousa conseguiu R$ 170 mil para colocar em prática este projeto maluco. Vendeu carros? Fez empréstimo em banco? Obteve esse dinheiro ao se desfazer de algum imóvel? De onde veio este dinheiro? A Polícia Civil de Brasília já trabalha com a hipótese de que alguém o financiou. Mas quem é essa pessoa ou pessoas?

Outro detalhe é o know how para fabricar detonador que funciona remotamente a 60 metros para acionar o dispositivo para explodir o artefato. Isto não se aprende na internet. É preciso de aula prática, de pessoa que domina essa técnica. Geralmente militares das Forças Armadas têm o domínio deste tipo de manejo. Ele admitiu que alguém no acampamento de manifestantes bolsonaristas próximo  ao QG do Exército lhe passou essas coordenadas.

Gases

Trabalhar com a hipótese de que Sousa agiu por conta própria, para tentar impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em 1º de janeiro, é infantilidade. Existe alguém “graúdo” que agiu nos bastidores. Cabe à polícia prendê-lo o mais rápido possível. Em tempo: a Constituição Federal classifica de terrorismo “usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos químicos, nucleares u outros meios capazes de causar danos ou promover destruição em massa. A pena prevista para este tipo de crime varia de 12 a 30 anos de prisão.

Luís Alberto Alves, jornalista, editor do blogue Hourpress


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