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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Chumbo quente: Todos contra a Rússia


A fúria do ditador Vladimir Putin o transformou num pária mundial

Aos poucos a Rússia está mergulhando na escuridão do ostracismo político e econômico


Luís Alberto Alves/Hourpress

Igual o seriado norte-americano “Todos odeiam o Chris”, descontada a dose de ficção, a Rússia conseguiu jogar a maioria dos países contra si. Tanto na Europa, quanto nas Américas, Ásia, Oriente Médio e Oceânia, cresceu a repulsa contra a política fascista do ditador Vladimir Putin.

A Fifa (Federação Internacional de Futebol) vetou a participação da seleção russa na Copa do Mundo do Catar, que será realizada em novembro deste ano. Nenhum time de futebol do país de Putin poderá participar de qualquer campeonato ou comercializar o passe dos seus atletas.

A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) vetou o GP da Rússia, que seria realizado em setembro no circuito de Sochi. A empresa aérea Aeroflot está proibida de fazer voos para qualquer país da Europa e Américas. Quem estiver nestes dois continentes não poderá utilizar nenhuma das aeronaves desta empresa.

Também está vetado, temporariamente, qualquer intercâmbio comercial com qualquer empresa russa. O governo Vladimir Putin teve congelado nos Estados Unidos US$ 1 trilhão (R$ 5,2 trilhões), além de proibir qualquer transação financeira em dólares, euro ou ienes.

Petróleo

Todas as instituições financeiras russas estão exclusas do Swift, sigla da Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais. Uma medida extrema entre as propostas de sanções relacionadas à invasão da Ucrânia na semana passada. Em cheio ocorreu a limitação dos pagamentos por serviços como fornecimento de gás da Rússia.

Hoje (28), a Shell anunciou que sairá de todas as suas operações russas, incluindo joint ventures com a estatal de gás Gazprom e uma grande usina de gás natural liquefeito (GNL), tornando-se a mais recente grande empresa de energia ocidental a deixar o país rico em petróleo após a invasão da Ucrânia por Moscou.

Os ativos da Shell nestes empreendimentos representavam cerca de US$ 3 bilhões (R$ 15,4 bilhões) em valor no final do ano passado e observou que sua decisão de abandoná-los levaria a prejuízos ou perdas contábeis. A multinacional do petróleo, com essa decisão, deixou para trás uma participação de 27,5% numa instalação de gás natural liquefeito, na Rússia, e uma participação de 50% no Salym Petroleum Development, um grupo de campos de petróleo na Sibéria Ocidental.

A fúria do ditador Vladimir Putin o transformou num pária mundial. O Banco Central russo, para impedir maiores estragos na economia, subiu os juros de 9,5% para 20%. A população, temerosa dos caos financeiro que poderá atingir o país, faz fila nos bancos para sacar todo o dinheiro ali depositado.  Até a neutra Suíça desceu do muro e passou a apoiar a Ucrânia, atualmente saco de pancada dos militares russos.

Luís Alberto Alves, jornalista e editor do blogue Hourpress

 

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