Mudança brusca no humor, irritação e episódios de ansiedade são alguns dos sinais do problema
Luís Alberto Alves/Hourpress
A pandemia causada pelo novo coronavírus trouxe diversas consequências para a vida das pessoas e da sociedade como um todo. Mas, podemos dizer, que as implicações psicológicas foram bem marcantes, principalmente no que diz respeito aos profissionais de saúde.
Um estudo realizado pela PEBMED (portal de saúde), publicado em novembro de 2020, revela que 78% dos profissionais de saúde tiveram sinais de Síndrome de Burnout no período da pandemia. A prevalência foi de 79% entre médicos, 74% entre enfermeiros e 64% entre técnicos de enfermagem.
A síndrome é caracterizada por situações em que a tensão e o estresse provocados pelas condições de trabalho são tão grandes que levam a pessoa ao esgotamento profissional. De modo geral, os profissionais da saúde lidam diariamente com fortes emoções, sobrecargas de trabalho e momentos estressantes, situações cotidianas que foram agravadas pela pandemia.
Segundo Sheilla Andrade de Queiroz, psicóloga da Clínica Maia, os profissionais da área da saúde já estão no grupo mais vulnerável em relação à saúde mental, devido ao esgotamento que a profissão exige, e também por conta do medo frequente trazido pela transmissão em massa do novo coronavírus: a preocupação constante do profissional de também adoecer.
A psicóloga aponta que são várias as situações nas quais o transtorno é perceptível, e que, às vezes, com uma observação mais apurada, fica bem nítido que há algo de diferente. "Ausências recorrentes, episódios de ansiedade, mudança brusca no humor, irritabilidade, alguns tendem também a ficar mais sozinhos, se afastar, querem conversar menos e se socializar menos, todos esses são sinais de alerta. O rendimento também pode cair bastante, é algo que vai se prolongar e tende a piorar se a pessoa não buscar ajuda".
Para Sheilla, é essencial que os profissionais da saúde passem por tratamento psicológico para estarem mais saudáveis ao cuidar da dor do outro. "Esse profissional lida com a doença de vários pacientes, e para que ele consiga oferecer o tratamento de uma maneira mais adequada, ele também precisa cuidar de si mesmo e estar saudável tanto física quanto psicologicamente", finalizou.
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