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quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Geral: Idosos, mulheres e pobres vão virar comida de lobo nos planos de saúde





A proposta da Fenasaúde é o retorno à época que a maioria da população não tinha acesso à saúde


Luís Alberto Alves/Hourpress

Os idosos, mulheres e pobres vão se transformar em comida de lobo caso seja aprovado o projeto de reformulação da Lei 9.656/98 proposto pela Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), guarda-chuva onde estão as principais operadoras brasileiras de plano de saúde. “Sem mobilização da sociedade, essa proposta pode ser aprovada no Congresso Nacional”, alertou o presidente da APM/SP, Dr. José Luís Gomes do Amaral.

Mesma opinião tem o diretor da entidade, o médico Marun David Cury. “O problema é que as operadoras vendem planos de saúde como se fossem cestas básicas. Ignoram especialidades complexas”, criticou. Na avaliação do promotor do Ministério Público, Artur Pinto Filho, a proposta da Fenasaúde é o retorno à época que a maioria da população não tinha acesso à saúde.

“Até 1988, o cidadão só conseguia atendimento médico no serviço de saúde, se estivesse trabalhando com carteira registrada. O plano é destruir o SUS (Serviço Único de Saúde), porque quem não conseguir ter um plano de saúde (caso de idosos, mulheres e pobres), por causa dos altos custos cobrados, irão sobrecarregar o SUS”, explicou.

A mesma opinião tem seu colega de Defensoria Pública, Luiz Fernando, alertando que os idosos não conseguirão arcar com os custos, cada vez mais elevados, cobrados pelos planos de saúde. “Para complicar, o governo congelou o investimento em Saúde Pública. Durante 20 anos, o SUS perderá R$ 420 bilhões”, enfatizou.

A proposta da Fenasaúde de impor mudanças na Lei 9.656/98 é provocar mudanças nos planos de saúde.  “Pretendem jogar a maior parte da população sem condições de arcar com essas despesas para o SUS. Por meio de planos populares, só vão oferecer cobertura de atendimento ambulatorial, deixando de fora os casos graves”, disse Fernando.

Para a presidente da Sociedade Brasileira de Ginecologia, Maria Lúcia Mesquita, as mulheres vão sofrer, caso essas mudanças sejam aprovadas.  “Hoje é grande o número de mulheres que morrem por causa de problemas cardíacos. Pela visão da Fenasaúde, no caso das gestantes, só poderemos atender problemas sem gravidade durante a gravidez. Se ocorrer algo mais grave, ela será enviada ao SUS”, frisou.

Durante evento realizado hoje (30) na sede da APM/SP, diversas entidades se manifestaram favoráveis à mobilização para impedir que a população seja prejudicada pelas mudanças propostas pela Fenasaúde. Participam desta mobilização Idec, MCPON (Associação Nacional do Ministério Público do Consumidor), OAB, Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa do Consumidor, CFM (Conselho Federal de Medicina), entre diversas entidades defensoras dos interesses do consumidor.






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