O estudo encomendado ao DataFolha é importante, na avaliação da diretoria da Febrasgo, porque serve de bússola para novas políticas públicas
Luís Alberto Alves/Hourpress
O futuro das mulheres parece sombrio, quando o assunto é
consulta no ginecologista: pesquisa Datafolha encomendada pela Febrasgo (Federação Brasileira
das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), divulgada hoje
(12/02), revela que de cada dez mulheres, seis dependem de serviços públicos
gratuitos/SUS (Serviço Único de Saúde).
Segundo o médico César Fernandes, da Febrasgo,
apesar de as entrevistadas elogiarem o atendimento no SUS, essa situação é
preocupante. “Temos consciência do estado em que se encontra a saúde pública
brasileira. Levaremos esta pesquisa que encomendamos ao DataFolha e
apresentaremos aos ministérios da Saúde e Educação, para que o governo possa
tomar medidas cabíveis”, disse.
O problema é mais grave, porque apenas 40% da
população feminina (20% atendimento particular e 20% têm plano ou seguro saúde)
não precisam enfrentar a burocracia e demora, que são rotineiras na rede
pública. “Não podemos ignorar o fato de que a mulher constrói relação de
confiança com o seu ginecologista. Quando fica sem convênio médico, este
vínculo, na maioria das vezes é rompido”, explicou.
A importância do ginecologista é destacada, de
acordo com Fernandes, porque é a porta de entrada que a mulher usa para dirimir
dúvidas a respeito de sua saúde. A pesquisa feita pelo Datafolha, em
novembro/2018, entrevistando 1.089 mulheres distribuídas em 129 cidades de todo
o País, traçou inédito perfil da saúde feminina.
De acordo com o gerente de Mercado do Datafolha,
Paulo Alves, as informações referentes a essa pesquisa correspondem aos dados
do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre este público.
Segundo Alves, 44% das mulheres estão no Sudeste, 26% no Nordeste, 15% no
Norte/Centro-Oeste e 15% no Sul. “Das mulheres brasileiras, 74% têm filhos e
10% são separadas ou divorciadas”, calculou.
O estudo encomendado ao DataFolha é importante,
na avaliação da diretoria da Febrasgo, porque serve de bússola para novas políticas
públicas. “Hoje de cada cinco partos, um é de adolescente abaixo dos 15 anos. É
preciso investir na Educação, explicando a importância de preservar a saúde
feminina”, finalizou Fernandes.
Dados da pesquisa
6,5 milhões de mulheres não costumam ir ao ginecologista/obstetra
4 milhões não fazem consulta há mais de um ano
Oito de cada dez mulheres usam atendimento
particular ou convênio
2% não têm frequência definida de consultas
5% nunca foram e 8% não têm hábito de ir ao
ginecologista
A média de idade da primeira consulta, entre as
mulheres, é de 20 anos
54% apontam prevenção como motivadora da primeira
consulta
A média etária da primeira consulta é maior entre
as mulheres com baixa escolaridade
Suspeita de gravidez é o motivo para ir ao
ginecologista
Metade das mulheres só procuram esta modalidade
médica pela primeira vez por razões preventivas
Somente duas de cada dez brasileiras vão ao
ginecologista/obstetra por iniciativa própria.
Fonte:
Datafolha
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