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terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Geral: Seis de cada dez mulheres dependem do SUS para consulta no ginecologista



O estudo encomendado ao DataFolha é importante, na avaliação da diretoria da Febrasgo, porque serve de bússola para novas políticas públicas


Luís Alberto Alves/Hourpress


O futuro das mulheres parece sombrio, quando o assunto é consulta no ginecologista: pesquisa Datafolha encomendada pela Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), divulgada hoje (12/02), revela que de cada dez mulheres, seis dependem de serviços públicos gratuitos/SUS (Serviço Único de Saúde).

Segundo o médico César Fernandes, da Febrasgo, apesar de as entrevistadas elogiarem o atendimento no SUS, essa situação é preocupante. “Temos consciência do estado em que se encontra a saúde pública brasileira. Levaremos esta pesquisa que encomendamos ao DataFolha e apresentaremos aos ministérios da Saúde e Educação, para que o governo possa tomar medidas cabíveis”, disse.

O problema é mais grave, porque apenas 40% da população feminina (20% atendimento particular e 20% têm plano ou seguro saúde) não precisam enfrentar a burocracia e demora, que são rotineiras na rede pública. “Não podemos ignorar o fato de que a mulher constrói relação de confiança com o seu ginecologista. Quando fica sem convênio médico, este vínculo, na maioria das vezes é rompido”, explicou.

A importância do ginecologista é destacada, de acordo com Fernandes, porque é a porta de entrada que a mulher usa para dirimir dúvidas a respeito de sua saúde. A pesquisa feita pelo Datafolha, em novembro/2018, entrevistando 1.089 mulheres distribuídas em 129 cidades de todo o País, traçou inédito perfil da saúde feminina.

De acordo com o gerente de Mercado do Datafolha, Paulo Alves, as informações referentes a essa pesquisa correspondem aos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre este público. Segundo Alves, 44% das mulheres estão no Sudeste, 26% no Nordeste, 15% no Norte/Centro-Oeste e 15% no Sul. “Das mulheres brasileiras, 74% têm filhos e 10% são separadas ou divorciadas”, calculou.

O estudo encomendado ao DataFolha é importante, na avaliação da diretoria da Febrasgo, porque serve de bússola para novas políticas públicas. “Hoje de cada cinco partos, um é de adolescente abaixo dos 15 anos. É preciso investir na Educação, explicando a importância de preservar a saúde feminina”, finalizou Fernandes.

Dados da pesquisa

6,5 milhões de mulheres  não costumam ir ao ginecologista/obstetra

4 milhões não fazem consulta há mais de um ano

Oito de cada dez mulheres usam atendimento particular ou convênio

2% não têm frequência definida de consultas

5% nunca foram e 8% não têm hábito de ir ao ginecologista

A média de idade da primeira consulta, entre as mulheres, é de 20 anos

54% apontam prevenção como motivadora da primeira consulta

A média etária da primeira consulta é maior entre as mulheres com baixa escolaridade

Suspeita de gravidez é o motivo para ir ao ginecologista

Metade das mulheres só procuram esta modalidade médica pela primeira vez por razões preventivas

Somente duas de cada dez brasileiras vão ao ginecologista/obstetra por iniciativa própria.

Fonte: Datafolha




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