Luís Alberto Alves
Abelardo
Galdino Pinto, Piolin, nasceu praticamente num circo. Era 27 de dezembro de
1897 e o circo de seu pai estava em Ribeirão Preto (SP), por isso nasceu nessa
cidade. Filho do circo, sua vida só poderia ter sido o que foi, como mais tarde
ele admitiu. Seu sonho era ser engenheiro, construir casas, pontes e estradas.
Construiu apenas castelos de sonhos para muita
gente e com isso ele era feliz. Em 1917, teve de entrar no picadeiro e fazer
dupla com seu irmão "Faísca". Criou um tipo novo de palhaço e
imaginou o personagem a quem estaria ligado depois por toda a vida:
"Piolim", barbante fino, foi o nome dado por uns artistas espanhóis
que trabalhavam no circo.
Por mais
de 50 anos passeou nos picadeiros do Brasil . Seu tipo foi insubstituível:
longos sapatos protegidos por polainas; luvas maiores que as mãos; o bengalão,
velho símbolo de elegância; um paletó amarfanhado escondendo o colete, que por
sua vez encobria o suspensório feito de corda.
Uma de
suas armas foi o riso. Ao completar o cinquentenário de atividades circences,
Piolim recebeu muitas homenagens, mas sua luta em favor do circo continuava sem
sucesso. Disse ao saber da aprovação, pela Câmara Municipal de São Paulo, do
requerimento de congratulações dirigido a ele: "a grande homenagem mesmo
deve ser prestada ao circo, não a mim".
A sua luta sempre foi ter o circo
como “instituição", porém, morreu sem vitória, no dia 4 de setembro de 1973.
A Rua Abelardo Galdino Pinto Piolim (fot0) fica
ao lado do Largo do Paiçandu, Centro de SP.
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