Livro apresenta história de menina que vive presa aos relógios |
Redação
Como explicar a relação com o tempo para uma
criança? Para explicar essa questão a Editora DSOP preparou a obra A menina e os relógios, título do selo editorial Sonhar, que é assinado pela
escritora mineira Nara Vidal e ilustrado por Zeka Cintra. O livro apresenta a
história de uma menina, que “vive presa aos relógios”, cumprindo, às vezes, a
maluca rotina de ser criança.
"No meu processo criativo, encontrar a voz narrativa sempre tem incrível peso. Nesse livro, tentei uma narrativa mais neutra, como se alguém pudesse observar um dia comum. Mas a rotina da menina é o que importa para mim. A criança é quem tem um mundo de sonhos, de distrações que não acomoda a pressa, o relógio batendo. Esse sonho no meio da vida me interessou", relata Nara Vidal.
O livro A menina e os relógios trabalha três instâncias de tempo – o tempo social, ditado pelo compasso do relógio, o tempo do indivíduo e o tempo das relações, mostrando a convergência de todos eles na rotina cíclica da vida doméstica repleta de compromissos. Na história, o tempo social é demarcado pelos afazeres do dia-a-dia, e, para cumpri-los, a mãe impõe o seu ritmo sobre o ritmo da menina, momento em que se explicita o descompasso entre o tempo do indivíduo e o das relações.
O ápice desse descompasso se materializa na consequência das ações afobadas da menina – como a própria mãe descreve – que, por sua vez, fazem a mesma mãe frear o ritmo, criando na história também um compasso paradoxal de avanço e pausa – “CORRE, CORRE", "CALMA, CALMA" – que reproduz o ritmo dos ponteiros do relógio.
Nessa dinâmica, resta pouco ou nenhum tempo para a contemplação, o contato consigo, o sonho, para o qual também há hora certa. O objetivo da autora é transmitir que, mesmo com tanta correria e hora marcada, sempre há tempo de fazer o essencial. "Quando nosso relógio diminui o ritmo, conseguimos tempo para olhar nos olhos dos filhos. Olhos que provavelmente esperaram o dia inteiro de correria, pelo nosso tempo raro. Tempo mesmo, aquele dado sem relógio", conta Nara.
"A Editora DSOP é uma casa que tem tratado a literatura com imenso respeito. Se eu tiver que tirar uma palavra da cartola para defini-la, esta palavra seria qualidade. Fazer parte do time de autores da Editora é, em si, um sonho! O slogan abraça esse meu livro perfeitamente".
A relação entre a filha e a mãe pautam a história e se refletem também no projeto gráfico do livro, feito pelo estúdio Bloco Gráfico. Junto a ele, as páginas ilustradas por Zeka Cintra transmitem ao leitor a vivência da menina. Nas ilustrações, sobressaem a presença lúdica, mas também invasiva e opressiva dos relógios, que tomam conta desses espaços impondo a sua lógica.
Para o ilustrador Zeka Cintra, "construir o universo que envolve a personagem principal e a sua mãe foi um desafio muito agradável, pois a história se passa nos tempos atuais, mas a proposta sugerida foi criar um ambiente com atmosfera de fantasia, sem perder de vista a realidade em que vivia a menina".
"No meu processo criativo, encontrar a voz narrativa sempre tem incrível peso. Nesse livro, tentei uma narrativa mais neutra, como se alguém pudesse observar um dia comum. Mas a rotina da menina é o que importa para mim. A criança é quem tem um mundo de sonhos, de distrações que não acomoda a pressa, o relógio batendo. Esse sonho no meio da vida me interessou", relata Nara Vidal.
O livro A menina e os relógios trabalha três instâncias de tempo – o tempo social, ditado pelo compasso do relógio, o tempo do indivíduo e o tempo das relações, mostrando a convergência de todos eles na rotina cíclica da vida doméstica repleta de compromissos. Na história, o tempo social é demarcado pelos afazeres do dia-a-dia, e, para cumpri-los, a mãe impõe o seu ritmo sobre o ritmo da menina, momento em que se explicita o descompasso entre o tempo do indivíduo e o das relações.
O ápice desse descompasso se materializa na consequência das ações afobadas da menina – como a própria mãe descreve – que, por sua vez, fazem a mesma mãe frear o ritmo, criando na história também um compasso paradoxal de avanço e pausa – “CORRE, CORRE", "CALMA, CALMA" – que reproduz o ritmo dos ponteiros do relógio.
Nessa dinâmica, resta pouco ou nenhum tempo para a contemplação, o contato consigo, o sonho, para o qual também há hora certa. O objetivo da autora é transmitir que, mesmo com tanta correria e hora marcada, sempre há tempo de fazer o essencial. "Quando nosso relógio diminui o ritmo, conseguimos tempo para olhar nos olhos dos filhos. Olhos que provavelmente esperaram o dia inteiro de correria, pelo nosso tempo raro. Tempo mesmo, aquele dado sem relógio", conta Nara.
"A Editora DSOP é uma casa que tem tratado a literatura com imenso respeito. Se eu tiver que tirar uma palavra da cartola para defini-la, esta palavra seria qualidade. Fazer parte do time de autores da Editora é, em si, um sonho! O slogan abraça esse meu livro perfeitamente".
A relação entre a filha e a mãe pautam a história e se refletem também no projeto gráfico do livro, feito pelo estúdio Bloco Gráfico. Junto a ele, as páginas ilustradas por Zeka Cintra transmitem ao leitor a vivência da menina. Nas ilustrações, sobressaem a presença lúdica, mas também invasiva e opressiva dos relógios, que tomam conta desses espaços impondo a sua lógica.
Para o ilustrador Zeka Cintra, "construir o universo que envolve a personagem principal e a sua mãe foi um desafio muito agradável, pois a história se passa nos tempos atuais, mas a proposta sugerida foi criar um ambiente com atmosfera de fantasia, sem perder de vista a realidade em que vivia a menina".
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